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IPCC convoca especialistas para revisar documento sobre aquecimento de 1,5°C da Terra

 

 

Segundo a vice-presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, Thelma Krug, depois de 2014, se ampliou a literatura para servir de modelo para projeções sobre aquecimento do planeta. “Os dados mostram que a temperatura continua subindo”, afirma.

O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) está convidando especialistas de todo o mundo a participar do processo de revisão da primeira versão do relatório especial sobre o aumento de 1,5°C da temperatura média do planeta. A revisão é um elemento-chave do processo de avaliação do IPCC, que visa garantir uma estimativa equilibrada e abrangente das últimas descobertas científicas sobre o tema.

“Esse trabalho vai permitir conhecer melhor os impactos que um aumento de 1,5°C poderá causar. Depois de 2014, se ampliou a literatura para servir de modelo para essas pesquisas e projeções. Os dados mostram que a temperatura continua subindo”, afirma a vice-presidente do IPCC, Thelma Krug, pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe).

Ela lembra que, entre 1880 e 2012, a temperatura média na superfície da Terra e nos oceanos aumentou 0,85° Celsius em virtude, entre outras causas, das emissões de gases na atmosfera. “O que fazemos é projetar cenários futuros. O papel do IPCC é justamente fazer esse levantamento de tudo que os cientistas vêm publicando e explorar os conhecimentos regionais. É uma oportunidade de incluir nossas publicações no relatório mundial, de o Brasil contribuir. Temos muitas publicações interessantes geradas no país.”

O IPCC determina que o processo de revisão deve ser objetivo, aberto e transparente, envolvendo o maior número de especialistas independentes, buscando a variedade de pontos de vista, expertise e representação geográfica. “Quanto mais pudermos contribuir, mais estaremos colocando nossa visão brasileira. A maior parte da literatura cabe aos países desenvolvidos. Temos que incentivar as contribuições dos países em desenvolvimento para atingir um equilíbrio nas colaborações”, ressalta Thelma Krug.

Passo a passo

Ela explica que o relatório vai passar por três revisões. A primeira, feita por especialistas, destina-se a apontar lacunas, incluir literatura e verificar se o relatório está sendo tendencioso. No início do ano que vem, haverá outra revisão por parte dos governos, que irá gerar a segunda minuta. A revisão final, feita pelos países-membros, deve acontecer em julho de 2018, quando é produzido um sumário para a formulação de políticas públicas sobre o tema em nível global.

“Essa versão vai para a reunião do painel em 2018. Os países vão trabalhar parágrafo por parágrafo para a formulação das políticas, desde que concordem com o trabalho apresentado. Os cientistas é que vão harmonizar as propostas aos governos em função daquilo que eles defendem já estar suficientemente avançado nas pesquisas”, explica a pesquisadora.

Impactos

Segundo o relatório de 2014, as emissões de gases que provocam o efeito estufa devem ser reduzidas de 40% a 70% até 2050. “É preciso estabilizar os níveis do efeito estufa”, diz a vice-presidente do IPCC, lembrando os impactos ainda mais negativos de um aquecimento global acima de 1,5ºC: derretimento das geleiras, alteração dos ciclos biológicos, secas profundas e inundações com frequência e maior intensidade. O maior temor é o aumento do nível dos mares.

“O que se espera é que, quanto mais baixo for o aquecimento global, menores serão os impactos potenciais. Para pequenas ilhas, o aumento da temperatura fará com que elas desapareçam. Algumas dessas ilhas já estão fazendo planos de adaptação, inclusive, de migração”, alerta a pesquisadora.

Os candidatos a revisores têm até 17 de setembro para fazer o registro. Clique aqui.

Para mais informações, visite o site do IPCC.

Fonte: MCTIC

in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 10/08/2017

 

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