Corte de R$ 200 mi da Noruega para Amazônia tem efeito político, análise do professor Marcelo Pereira de Souza
Análise é do professor Marcelo Pereira de Souza, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP
Por Redação, Rádio USP
Em recente viagem à Europa, o presidente Michel Temer fez uma parada na Noruega. A visita oficial àquele país foi marcada por constrangimentos. Além de se referir ao país como sendo a Suécia, a comitiva em que estava o ministro do Meio Ambiente, José Sarney Filho, ouviu de autoridades norueguesas que haverá um corte de 50% no repasse para o Fundo da Amazônia, cerca R$ 200 milhões, metade do que a Noruega destinou ao fundo no ano passado.
A Noruega é o principal financiador do Fundo da Amazônia. A Alemanha e a Petrobras são os outros dois financiadores. O corte das verbas se deve, segundo os noruegueses, às falhas nas políticas públicas brasileiras de preservação ambiental.
O professor Marcelo Pereira de Souza, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, especialista em meio ambiente, analisou as consequências que esse corte pode trazer para o País. Para ele, mais do que financeiro, pois pode comprometer parte dos projetos de assistência aos ribeirinhos e comunidades indígenas, o prejuízo maior será político.
in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 03/07/2017
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Concordo em parte, mas tão somente em parte, sobre a opinião do professor Marcelo Pereira se Souza.
Acredito que a Noruega não seja tão boazinha assim. É fato que a doação de 400 milhões por ano para o combate ao desmatamento na Amazônia é de grande valia. No entanto, frente a estes dados publicados no G1, temos que repensar, pesar e medir quem realmente está doando mais.
Segundo o Inesc, a empresa recebeu isenções fiscais de R$ 7 bilhões do governo brasileiro, deve R$ 17 milhões de multas não pagas ao IBAMA, frente a uma doação de R$ 400 milhões. Bom trabalho de marketing, pois assim dizem eles: “estamos contribuindo para a preservação da floresta amazônica”, o mundo gosta e aplaude. Vejamos um pouco mais do que diz o artigo do G1.
A Noruega é o principal acionista da mineradora Hydro, alvo de denúncias do Ministério Público Federal (MPF) do Pará e de quase 2 mil processos judiciais por contaminação de rios e comunidades de Barcarena (PA), município localizado em uma das regiões mais poluídas da floresta amazônica.
Além de enfrentar ações na Justiça, a empresa até hoje não pagou multas estipuladas pelo IBAMA em R$ 17 milhões, após um transbordamento de lama tóxica em rios por uma de suas subsidiárias na região amazônica
Testes realizados pelo Laboratório de Química Analítica e Ambiental da Universidade Federal do Pará (UFPA) indicaram que um em cada cinco moradores da região onde estão as empresas norueguesas está contaminado por chumbo, com uma concentração do elemento químico no corpo sete vezes maior do que a média mundial.
A embaixada na Noruega em Brasília não quis comentar o caso.
E por que será que não quis comentar?
A preocupação não deveria ser tão somente com o desflorestamento, mas também e principalmente com a preservação do meio ambiente como um todo.
Não acham?
Vamos pesar e medir.