EcoDebate

Plataforma de informação, artigos e notícias sobre temas socioambientais

Notícia

Febre Amarela: Medo e desinformação põe em risco macacos na Mata Atlântica

 

Bugio – Alouatta seniculus
Bugio – Alouatta seniculus / Imagem: Luciano Malanski – ICMBio

 

Ministério esclarece que primatas não transmitem o vírus a humanos. Animais ajudam a alertar sobre a presença da doença.

O surto de febre amarela tem provocado uma grave ameaça a primatas da Mata Atlântica, inclusive a espécies ameaçadas de extinção. O Ministério do Meio Ambiente (MMA) emitiu, nesta semana, um alerta à sociedade para reforçar a preservação dessas espécies e evitar maus-tratos e violência provocados pela ação do homem em áreas onde há casos da doença. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) disponibiliza o serviço Linha Verde (telefone 0800-61-8080 e o e-mail linhaverde.sede@ibama.gov.br) para que a população denuncie agressões aos animais.

“É importante que a população tenha plena consciência de que os macacos não são responsáveis pela existência do vírus e nem por sua transmissão a humanos. Eles precisam ser preservados. Além disso, a violência contra os animais é crime ambiental”, ressalta o diretor de Conservação e Manejo de Espécies do MMA, Ugo Vercillo. O vírus da febre amarela silvestre é transmitido por mosquitos (gêneros Haemagogus e Sabethes).

SITUAÇÃO

Em encontro com membros da comunidade científica, representantes do MMA e do Ministério da Saúde debateram a transmissão do vírus em primatas. Pesquisadores manifestaram preocupação com a situação de violência contra macacos, especialmente nas áreas rurais. Eles alegam relatos de agressões no Estado de São Paulo e em outras regiões do país e comunicaram que “informações equivocadas estão levando pessoas a matarem macacos para supostamente se proteger da doença”.

A intenção do governo federal é esclarecer à sociedade sobre os vetores de transmissão da doença e evitar que a desinformação cause violência e a matança dos animais, a exemplo do que ocorreu em 2008 e 2009, quando macacos foram agredidos e mortos em Goiás e no Rio Grande do Sul por moradores que consideravam, equivocadamente, que os animais transmitiam a doença.

“Os primatas agem como verdadeiros anjos da guarda dos seres humanos, pois quando ocorre a morte desses animais em escala anormal, como vem ocorrendo em determinadas regiões da Mata Atlântica, isso é um indicativo da presença do vírus. Essas informações podem subsidiar as ações do governo”, afirma Danilo Simonni Teixeira, presidente da Sociedade Brasileira de Primatologia.

Segundo o especialista, por viverem no interior da mata, os primatas costumam ser os primeiros a serem infectados e, por isso, são chamados de animais-sentinela. Desta forma, eles acabam desempenhando uma importante função, já que sinalizam a circulação do vírus e isso permite às autoridades de saúde intensificar a vacinação, protegendo as pessoas que vivem ou visitam as regiões onde há surto da doença.

AMEAÇA

O Ministério da Saúde foi notificado de 968 epizootias (nome dado às ocorrências que causam a morte de macacos), com suspeita de febre amarela, desde dezembro de 2016. Desse total, 386 epizootias foram confirmadas por febre amarela. De acordo com a pasta, cada ocorrência registrada pode envolver um número superior a um animal morto.

“O quadro é muito preocupante, já que uma parte significativa dos primatas da Mata Atlântica está sob ameaça de extinção. A morte desses animais traz enorme desequilíbrio ambiental, que não pode ser agravado pela ação do homem”, afirma Ugo Vercillo. No bioma da Mata Atlântica, onde incide a doença, encontram-se primatas ameaçados de extinção, entre eles, o Bugio, o Macaco-prego-de-crista, além do Muriqui do sul e do norte.

FISCALIZAÇÃO

Conforme a legislação ambiental, matar ou maltratar animais é crime, cuja pena pode chegar a um ano de detenção, além da aplicação de multa. De acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a população deve denunciar casos de violência contra animais da fauna brasileira pelo serviço Linha Verde. As denúncias são apuradas pelos órgãos competentes.

SERVIÇO:

Linha Verde (para denúncias)
Telefone 0800-61-8080
E-mail: linhaverde.sede@ibama.gov.br

 

Informe do Ministério do Meio Ambiente (MMA), in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 10/03/2017

 

[CC BY-NC-SA 3.0][ O conteúdo da EcoDebate pode ser copiado, reproduzido e/ou distribuído, desde que seja dado crédito ao autor, à EcoDebate e, se for o caso, à fonte primária da informação ]

Inclusão na lista de distribuição do Boletim Diário da revista eletrônica EcoDebate, ISSN 2446-9394,

Caso queira ser incluído(a) na lista de distribuição de nosso boletim diário, basta enviar um email para newsletter_ecodebate+subscribe@googlegroups.com . O seu e-mail será incluído e você receberá uma mensagem solicitando que confirme a inscrição.

O EcoDebate não pratica SPAM e a exigência de confirmação do e-mail de origem visa evitar que seu e-mail seja incluído indevidamente por terceiros.

Remoção da lista de distribuição do Boletim Diário da revista eletrônica EcoDebate

Para cancelar a sua inscrição neste grupo, envie um e-mail para newsletter_ecodebate+unsubscribe@googlegroups.com ou ecodebate@ecodebate.com.br. O seu e-mail será removido e você receberá uma mensagem confirmando a remoção. Observe que a remoção é automática mas não é instantânea.