SP: Estudo mostra recuperação de 23 mil hectares de Mata Atlântica em 30 anos
No período de 30 anos (1985 a 2015), 23.021 hectares (ha) de Mata Atlântica foram recuperados nos 645 municípios paulistas, área superior à extensão das cidades de Santo André e São Caetano do Sul. A parte recuperada ainda está abaixo do total devastado no período (183,1 mil ha), mas desde 2013, o desmatamento no estado é considerado zero (inferior a 100 ha). Entre 2014 e 2015, foram registrados apenas 45 ha de desflorestamento.
Os dados fazem parte do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, estudo elaborado em conjunto pela Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Entre as cidades que mais combateram o desmatamento destacam-se Valparaíso, com a maior área de recuperação (754 ha), seguida pela cidade de Castilho (735 ha), Quatá (676 ha), Catanduva (671 ha), Teodoro Sampaio (601 ha), Itapirapuâ (534 ha), Presidente Bernardes (490 ha), Novo Horizonte (451 ha), Lutécia (436 ha) e Iperó (413 ha).
A regeneração refere-se tanto ao ressurgimento de floresta por meios naturais quanto ao plantio de mudas de árvores nativas em locais anteriormente ocupados por pastagens. Ainda segundo o levantamento, a Mata Atlântica estava presente em 69% da área territorial de São Paulo, o equivalente a 17,07 milhões de ha, e, atualmente, ocupa uma faixa de apenas 13,7% ou 2,3 milhões de ha.
O estudo aponta que existem seis cidades paulistas na lista dos cem municípios do país que mais desmataram, totalizando a destruição de 33,7 mil ha em 30 anos. Porém, há quatro anos, o comportamento de recuperação melhorou.
Por meio de nota, a diretora-executiva da SOS Mata Atlântica, Marcia Hirota, afirmou que “além de permanecer no nível zero de desmatamento, o desafio do estado é ampliar o processo de regeneração florestal. Por conta disso, é extremamente importante uma ação conjunta envolvendo Poder Público, iniciativa privada e sociedade”.
Ela destacou que as ações de desmatamento reduziram em 83% no país e que sete dos 17 estados com a presença de Mata Atlântica já ocupam o nível de desmatamento zero. “Embora o levantamento atual não assinale as causas da regeneração, ou seja, se ocorreu de forma natural ou se decorre de iniciativas de restauração florestal, é um bom indicativo de que estamos no caminho certo”, destacou.
Por Marli Moreira, da Agência Brasil, in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 08/02/2017
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