INPE estima 7.989 km2 de desmatamento por corte raso na Amazônia em 2016, um aumento de 29% em relação a 2015
INPE
A estimativa da taxa de desmatamento na Amazônia do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (PRODES), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), foi finalizada e aponta a taxa de 7.989 km2 de corte raso no período de agosto de 2015 a julho de 2016.
A taxa de desmatamento estimada pelo PRODES 2016 indica um aumento de 29% em relação a 2015, ano em que foram medidos 6.207 km2. No entanto, a taxa atual representa uma redução de 71% em relação à registrada em 2004, ano em que foi iniciado pelo Governo Federal o Plano para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDAm), atualmente coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA).
Com o PRODES, o INPE realiza o monitoramento sistemático na Amazônia Legal e produz, desde 1988, as taxas anuais de desmatamento na região, que são usadas pelo governo brasileiro para avaliação e estabelecimento de políticas públicas relativas ao controle do desmatamento ilegal. Os dados são imprescindíveis para toda a sociedade e embasam ações bem-sucedidas como a Moratória da Soja e Termo de Ajuste de Conduta da cadeia produtiva de carne bovina, entre outras iniciativas.
O mapeamento utiliza imagens do satélite Landsat (30 metros de resolução espacial e frequência de revisita de 16 dias) ou similares, numa combinação que busca minimizar a cobertura de nuvens, para registrar e quantificar os eventos de desmatamento com áreas maiores que 6,25 hectares. Considera-se como desmatamento a remoção completa da cobertura florestal primária por corte raso, seguida ou não por ocorrência de fogo e independentemente da futura utilização destas áreas.
As tabelas abaixo apresentam a distribuição do desmatamento para o ano de 2016 nos Estados que compõem a Amazônia Legal, bem como a comparação com as respectivas taxas consolidadas para o ano de 2015.
Estado |
PRODES 2016 (km2) |
Acre |
389 |
Amazonas |
1099 |
Amapá |
24 |
Maranhão |
261 |
Mato Grosso |
1508 |
Pará |
3025 |
Rondônia |
1394 |
Roraima |
209 |
Tocantins |
80 |
Total |
7989 |
Estados |
PRODES 2015 (km2) |
PRODES 2016 (km2) |
Variação (%) |
Acre |
264 |
389 |
47 |
Amazonas |
712 |
1099 |
54 |
Amapá |
25 |
24 |
-4 |
Maranhão |
209 |
261 |
25 |
Mato Grosso |
1.601 |
1508 |
-6 |
Pará |
2.153 |
3025 |
41 |
Rondônia |
1.030 |
1394 |
35 |
Roraima |
156 |
209 |
34 |
Tocantins |
57 |
80 |
40 |
AMZ. Legal |
6.207 |
7989 |
29 |
Para gerar esta estimativa, o INPE analisou 89 imagens do satélite Landsat 8/OLI selecionadas para atender a dois critérios: 1) cobrir regiões onde foram registrados aproximadamente 90% do desmatamento no período anterior (agosto/2014 a julho/2015) e 2) cobrir os 50 municípios prioritários para fiscalização referidos no Decreto Federal 6.321/2007 e atualizado em 2009. A figura abaixo apresenta a localização das cenas Landsat utilizadas.
Círculos indicam cenas Landsat selecionadas para a estimativa do PRODES 2016. Cinza: municípios prioritários
Ano |
# Cenas |
Tx. Estimada (Km2) |
# Cenas |
Tx. Consolidada (Km2) |
Var. (%) |
2005 | 77 | 18.900 | 212 | 19.014 | 1% |
2006 | 34 | 13.100 | 213 | 14.286 | 9% |
2007 | 75 | 11.224 | 223 | 11.651 | 4% |
2008 | 84 | 11.968 | 214 | 12.911 | 8% |
2009 | 92 | 7.008 | 226 | 7.464 | 7% |
2010 | 97 | 6.451 | 214 | 7.000 | 9% |
2011 | 97 | 6.238 | 220 | 6.418 | 3% |
2012 | 92 | 4.656 | 214 | 4.571 | -2% |
2013 | 86 | 5.843 | 213 | 5.891 | 1% |
2014 | 89 | 4.848 | 216 | 5.012 | 3% |
2015 | 96 | 5.831 | 216 | 6.207 | 6% |
Os gráficos abaixo mostram a série histórica do PRODES para a Amazônia Legal e seus Estados, além da variação relativa anual das taxas de desmatamento.
Desmatamento anual na Amazônia Legal (km2) (a) média entre 1977 e 1988, (b) média entre 1993 e 1994, (d) estimativa
Desmatamento anual discriminado por Estado da Amazônia Legal (km2) a) média entre 1977 e 1988, b) média entre 1993 e 1994, d) estimativa
Variação relativa anual das taxas do Prodes no período 2001 a 2016Mais informações: www.obt.inpe.br/prodes
Informe do INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, in EcoDebate, 01/12/2016
[CC BY-NC-SA 3.0][ O conteúdo da EcoDebate pode ser copiado, reproduzido e/ou distribuído, desde que seja dado crédito ao autor, à EcoDebate e, se for o caso, à fonte primária da informação ]
Inclusão na lista de distribuição do Boletim Diário da revista eletrônica EcoDebate
Caso queira ser incluído(a) na lista de distribuição de nosso boletim diário, basta enviar um email para newsletter_ecodebate+subscribe@googlegroups.com . O seu e-mail será incluído e você receberá uma mensagem solicitando que confirme a inscrição.
O EcoDebate não pratica SPAM e a exigência de confirmação do e-mail de origem visa evitar que seu e-mail seja incluído indevidamente por terceiros.
Remoção da lista de distribuição do Boletim Diário da revista eletrônica EcoDebate
Para cancelar a sua inscrição neste grupo, envie um e-mail para newsletter_ecodebate+unsubscribe@googlegroups.com ou ecodebate@ecodebate.com.br. O seu e-mail será removido e você receberá uma mensagem confirmando a remoção. Observe que a remoção é automática mas não é instantânea.