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As crianças precisam saber desde cedo o que é ‘comida de verdade’

 

Crianças devem ser ensinadas a identificar ‘comida de verdade’, diz OPAS

“As crianças precisam saber desde cedo o que é ‘comida de verdade’. Ao aprenderem a se alimentar bem, elas podem inclusive ajudar a mudar os hábitos de suas famílias em casa”, destacou a coordenadora da Unidade de Família, Gênero e Curso de Vida da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Haydee Padilla, na abertura do Congresso Brasileiro de Nutrição, que acontece esta semana em Porto Alegre.

 

Alimentos in natura, como frutas e vegetais, devem compor a base da alimentação ao lado das comidas minimamente processadas, segundo a OPAS. Foto: Pexels

 

Alimentação saudável e sustentável deve ser universal e crianças precisam ser ensinadas a comer bem, destacou a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) durante a abertura na quarta-feira (26) do XXIV Congresso Brasileiro de Nutrição. Evento reúne cerca de 4 mil nutricionistas em Porto Alegre até o próximo sábado (29).

“São necessárias medidas reguladoras e educativas. As crianças precisam saber desde cedo o que é ‘comida de verdade’. Ao aprenderem a se alimentar bem, elas podem inclusive ajudar a mudar os hábitos de suas famílias em casa”, explicou a coordenadora da Unidade de Família, Gênero e Curso de Vida da agência da ONU no Brasil, Haydee Padilla.

A representante da OPAS lembrou ainda que a má alimentação está vinculada à cada vez mais dramática epidemia de obesidade. “Precisamos de intervenções efetivas. E um Congresso como este, que reúne especialistas em nutrição de todo o Brasil, é sem dúvida um espaço ideal para debater como podemos contribuir para que cada vez mais pessoas possam se alimentar de maneira mais saudável e sustentável”, disse.

Perfil nutricional

A OPAS publicou em 2016 seu novo “Modelo de Perfil Nutricional“, documento contendo critérios que permitem identificar em alimentos processados e ultraprocessados os excessos de componentes como açúcares, sal, gorduras totais, gorduras saturadas e gorduras trans.

O objetivo da publicação é ajudar países na concepção e implementação de estratégias de prevenção e controle da obesidade e excesso de peso.

A agência da ONU espera contribuir com a elaboração de medidas em diversas frentes, como a restrição na comercialização de alimentos e bebidas pouco saudáveis para crianças; a regulamentação de ambientes alimentares escolares; o uso de rótulos na parte frontal das embalagens; a definição de políticas fiscais para limitar o consumo de alimentos não saudáveis; e a identificação de alimentos a serem fornecidos por programas sociais para grupos vulneráveis.

Alimentação saudável

Para a OPAS e a Organização Mundial da Saúde (OMS), a base da alimentação deve ser composta por alimentos in natura e minimamente processados. Alimentos in natura são os obtidos diretamente de plantas ou de animais e adquiridos para o consumo sem que tenham sofrido qualquer alteração após deixarem a natureza, como folhas e frutos ou ovos e leite.

Alimentos minimamente processados são produtos in natura que foram submetidos a alterações irrisórias. São os grãos secos polidos ou moídos na forma de farinhas, cortes de carne resfriados ou congelados e leite pasteurizado.

Os alimentos processados — queijo, pães, geleias, frutas em calda, entre outros — são relativamente simples, fabricados essencialmente com a adição de sal ou açúcar ou outra substância de uso culinário, como óleo, a um alimento in natura ou processado em menor medida. Devem ser consumidos em pequenas quantidades e como ingredientes ou parte de refeições baseadas em produtos naturais ou minimamente processados.

Outro hábito fundamental, segundo a OPAS, é evitar as comidas ultraprocessadas, fortemente associadas a sobrepeso, obesidade e doenças crônicas não transmissíveis. Entre esses alimentos, estão vários tipos de biscoitos, sorvetes, misturas para bolo, barras de cereal, sopas, macarrão e temperos “instantâneos”, salgadinhos “de pacote”, refrescos e refrigerantes, iogurtes e bebidas lácteas adoçadas e aromatizadas.

Da ONU Brasil, in EcoDebate, 31/10/2016

 

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