Pesquisa do Instituto Mamirauá comprova eficácia do tratamento de água com luz solar
Após seis horas de exposição ao sol, água armazenada em garrafas PET atingiu 57 graus, e microrganismos foram inativados. Método, já adotado em mais de 20 países, é uma alternativa para as comunidades ribeirinhas, que armazenam água da chuva para consumo.
Uma pesquisa desenvolvida no Instituto Mamirauá, vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), comprovou a eficácia de um método de tratamento de água usando a luz do sol. Simples e barato, o método é uma alternativa para as comunidades ribeirinhas da Amazônia, que armazenam água da chuva para consumo.
O Solar Water Disinfection (Sodis) foi testado pela bolsista de Iniciação Científica do Mamirauá Nayandra Carvalho em 2015 e 2016. Para a pesquisa, foi montado um sistema de coleta de água da chuva semelhante ao usado pelas comunidades da região. A água armazenada em garrafas PET foi exposta ao sol para desinfecção. O procedimento foi testado em bases de apoio de madeira e de telha reflexiva, e em duas situações, com céu aberto e com céu nublado. Amostras da água foram coletadas após seis horas de exposição ao sol para análises do PH, temperatura e contaminação.
Os resultados demonstraram que, após esse período, a água armazenada atingiu 57 graus e foi observada a total inativação dos microrganismos. As garrafas pintadas de preto alcançaram a mesma temperatura após quatro horas de exposição ao sol, potencializando a ação. Os melhores resultados foram obtidos nas garrafas apoiadas em superfícies de madeira, onde a água alcançou 5 graus a mais de temperatura que na superfície reflexiva. Os testes em dia nublado também tiveram resultado positivo. No entanto, é necessário um período mais longo de exposição.
Segundo a pesquisadora Nayandra Carvalho, embora o método seja utilizado em mais de 20 países, ele não é popularizado no Brasil. “A gente acredita que, criando um manual para as comunidades ou para as escolas, mais pessoas poderão utilizar o método para tratar água em casa, o que, inclusive, diminui a transmissão de doenças pela água, bastante frequente nessas comunidades”, explicou.
Com apoio dos técnicos do Instituto Mamirauá, as comunidades ribeirinhas das Reservas Mamirauá e Amanã já tem o hábito de coletar água da chuva. “O tratamento de água pelo Sodis é parecido com a fervura, mas com um diferencial: a energia vem do sol, que é uma fonte gratuita.”
Fonte: MCTIC
in EcoDebate, 24/08/2016
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Excelente pesquisa!
A radiação ultravioleta atua nos genes dos microrganismos, tornando-os estéreis. Sem poderem se reproduzir, tornam-se inofensivos.
É preciso atentar para a premissa da pesquisa: trata-se de inativação dos microrganismos contidos na água de chuva.
Não cabe pensar que se pode pegar a água turva de um rio e expô-la à luz do sol, porque não vai haver inativação dos microrganismos.
O timo artigo.
É com iniciativas desse porte . com tecnologia eficiente e de baixo custe que se pode levar melhorias para o bem estar de populações carentes.
Um abraço.