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Notícia

A arquitetura mental insustentável por trás do assassinato da onça-pintada Juma, por Elissandro dos Santos Santana, Denys Henrique R. Câmara e Rosana dos Santos Santana

 

Manaus - A morte de Juma, a onça-pintada que participou de cerimônia durante a passagem da Tocha Olímpica por Manaus, ontem (20), tem causado comoção nas redes sociais (Ivo Lima/Ministério do Esporte)
A onça-pintada Juma foi exibida ao lado da Tocha Olímpica durante a passagem do símbolo por Manaus. O animal foi abatido com um tiro de pistola no Centro de Instrução de Guerra na Selva ao tentar escapar do local. Foto: Ivo Lima/Ministério do Esporte

 

A arquitetura mental insustentável por trás do assassinato da onça-pintada Juma

Elissandro dos Santos Santana1

Denys Henrique R. Câmara2

Rosana dos Santos Santana3

[EcoDebateA grande mídia encabeçou a notícia como “A morte da onça-pintada Juma”, mas a chamada deveria ser outra “O assassinato da onça-pintada Juma”, pois o que aconteceu, nesse caso, foi, exatamente, a banalização da vida de outro ser que, assim como o humano, possui todo o direito de existir e coexistir no Planeta. Listada como ameaçada de extinção, o assassinato de Juma configura-se como atentado não somente a um indivíduo, mas à existência de toda a espécie. A história dessa onça-pintada revela-se, semanticamente, como a própria história da extinção.

Antes de mais elucidações e teorizações acerca do fato, torna-se importante apresentar a narrativa do triste episódio. Segundo o Jornal Folha de São Paulo, na matéria “Exército diz que pode punir militar por morte de onça após revezamento da tocha”, a morte da onça-pintada Juma, que foi exibida durante passagem do revezamento da tocha olímpica por Manaus, nesta segunda-feira (20), será averiguada pelo Exército. Conforme o referido periódico jornalístico, Juma morreu no final da manhã desta segunda, depois de escapar de sua jaula de proteção no zoológico do CIGS, no bairro São Jorge, na zona oeste da capital do Amazonas. O centro estava fechado, sem visitação pública, como em todas as segundas-feiras. Primeiro, um tratador foi tentar resgatá-la e houve disparo de tranquilizante. O projétil não a acalmou e ela partiu em direção a um militar. Segundo o CMA, “como procedimento de segurança, visando proteger a integridade física do militar e da equipe de tratadores”, foi desferido um tiro com pistola, que foi fatal.

A morte/assassinato de Juma mostra que a relação homem-animal irracional precisa mudar, pois, da forma como está, é insustentável. Frente a essas insustentabilidades do pensar e do agir, para aprofundar a discussão e compreender o problema posto, é possível buscar suporte na Teoria da Complexidade de Morin, com a noção de que tudo está interconectado, em rede. Levando-se em consideração esse pressuposto teórico em conexão com o fato ocorrido, pode-se inferir, dentre outros pontos, que a morte de Juma significa que o projeto de ética do humano falhou em algum ponto da escala evolutiva. Ainda no tocante a esta discussão, subentende-se que o ser humano, todavia, não se deu conta de que acelerando a extinção dos outros animais, silencia a vida com a própria morte, pois todos os nichos ecológicos que existem atuam no planeta com finalidades e propósitos bio-químico-físico-espírito-cosmos-ecológicos específicos, com serviços ambientais para toda a Terra.

Para Santana (2016): via teoria da complexidade de Morin, pode-se perceber que tudo está interligado e, dessa forma, há a possibilidade de enfraquecimento da visão utilitária que o ser humano, muitas vezes, possui em relação aos animais. Nessa visão reducionista utilitária, em sociedades altamente dependentes da pecuária para o desenvolvimento interno, é trivial a estrutura cognitiva do cuidado travestido de interesse capital para o abate ou outras finalidades culturalmente aceitas para o uso do animal com fins de aumento na balança comercial. Consoante aos animais domésticos é recorrente o discurso entre os membros da sociedade brasileira, em especial, em relação aos cidadãos que ainda não atingiram a concretude da fase das necessidades fisiológicas, uma ausência total em relação ao cuidado com os animais, partindo-se sempre do pressuposto de que se não darão lucro, não são importantes.

O ponto mais marcante e que, por isso, comporta diversas análises e reflexões, é a banalização da vida com a espetacularização dos animais em eventos. A banalização se dá em várias frentes. Umas delas é o fato de que diante do design relacional atual, pelo menos, a equipe responsável por levar Juma ao evento e devolvê-la ao espaço no qual residia deveria ter planos eficientes de gestão e de trato com o animal, mas o resultado confirma o contrário. Diante do exposto, pode-se dizer que, na ausência de práticas sustentáveis no manejo do animal, podem ser levantadas questões como a necessidade emergente do fim do uso de animais em eventos públicos, principalmente, animais selvagens. O caso em análise demonstra que é urgente outro design mental que leve em consideração o fato de que os animais merecem todo o respeito e cuidado.

Em relação à teoria do cuidado, é possível recorrer a Boff (2013), quando ele pontua o seguinte: o outro modo de ser-no-mundo se realiza pelo cuidado. O cuidado não se opõe ao trabalho, mas lhe confere uma tonalidade diferente. Pelo cuidado não vemos a natureza e tudo o que nela existe como objetos. (…) A natureza não é muda. Fala e evoca. Emite mensagens de grandeza, beleza, perplexidade e força. O ser humano pode escutar e interpretar esses sinais. Coloca-se ao pé das coisas, junto delas e a elas sente-se unido. Não existe, coexiste com todos os outros. A relação não é de domínio sobre, mas de con-vivência. Não é pura intervenção, mas inter-ação e comunhão.

Ao pensar a situação de Juma, oncinha resgatada após a morte de sua mãe, com certeza, resultante da cultura de produção capital predatório vigente, é possível recorrer, mais uma vez, ao que afirma Boff (2003) acerca do ideário humano de conquistar a tudo e todos: surgiu bem cedo o paradigma de conquista no processo de hominização. Saiu da África de onde irrompeu como “homo erectus”, há sete milhões de anos, pôs-se a conquistar o espaço, começando pela Eurásia, passando pela Ásia, América e terminando pela Oceania. Com o crescimento de seu crânio, evoluiu para “homo habilis”, inventando, por volta de 2,4 milhões de anos atrás, o instrumento que lhe permitiu alargar ainda mais sua capacidade de conquista.

Mais uma vez, recorrendo-se a Boff (2003), fica evidente que para o bicho homem, praticamente, tudo está sob o signo da conquista. Para o ser humano, o objetivo é conquistar a Terra inteira, os oceanos, as montanhas mais inacessíveis e os recantos mais inóspitos.

No caso em questão, o animal foi usado para um evento em torno do revezamento da Tocha Olímpica em Manaus e faz parte de algo complexo que passa pela arquitetura mental equivocada de que os outros animais estão a serviço da raça humana, inclusive, para entretê-la. Para fins de reiteração, o que aconteceu com a onça-pintada Juma foi assassinato e não uma simples morte e isso é fruto do desligamento do homem com o meio-ambiente do qual também é parte integrante.

Para explicar o desligamento do homem com o natural, pode-se trazer à baila o que afirma Boff (2015): e o pior aconteceu: o ser humano se isolou na natureza, quebrou os laços de pertença à comunidade de vida, esquecido da teia das interdependências e da sinergia de todos os elementos naturais e cósmicos para que emergisse no processo evolucionário.

Os sinais de desligamento do homem com a natureza estão por todas as partes, na religião, dado que muitas, na atualidade, isolam-se em discursos obsoletos do mito da fundação do mundo, ainda ancorados na velha noção do crescei e multiplicai-vos, concepção bastante insustentável que pode gerar a bomba populacional e aniquilar a vida de outros seres que lhes servem de alimentos, na ciência que deveria ter atingido a consciência do papel que assume para o progresso da humanidade em linhas mais holísticas, mas que, infelizmente, ainda segue mergulhada nos processos cartesianos de análise e em outros campos do sensível para o humano.

Esse desligamento do homem com a natureza/meio-ambiente pode ter causado rupturas e tornado a Terra um inferno para os animais. Acerca desse ponto, mais uma vez, pode-se apoiar em Boff (2015), quando ele, ao discorrer sobre o antropoceno, questiona se o ser humano seria o satã da Terra, elucida: o fato é que nos últimos trezentos anos, o homo sapiens/demens montou uma investida poderosíssima sobre todas as comunidades ecossistêmicas do planeta, explorando-as e canalizando grande parte do produto terrestre bruto para os sistemas humanos de consumo. A consequência equivale a uma dizimação como outrora. O biólogo E. Wilson fala que a humanidade é a primeira espécie na história da vida na terra a se tornar uma força geofísica destruidora.

A guisa de considerações finais, não seria exagero externar que mesmo que o caso não esteja completamente explicado/elucidado, no assassinato de Juma reside a triste verdade de que o ser humano tem sido mais demens que sapiens sapiens ao longo de seu processo de existência. Nesse âmbito, para alargar a discussão, faz-se necessário trazer à tona o que afirma Capra (2012): as últimas duas décadas do século XX vêm registrando um estado de profunda crise mundial. É uma crise complexa, multidimensional, cujas facetas afetam todos os aspectos de nossa vida – a saúde e o modo de vida, a qualidade do meio ambiente e das relações sociais, da economia, tecnologia e política. É uma crise de dimensões intelectuais, morais e espirituais; uma crise de escala e premência sem precedentes em toda a história da humanidade.

Referências bibliográficas

BOFF, Leonardo. Ética e Moral: a busca dos fundamentos. 4. Ed. Petrópolis: Vozes, 2003.

______________. Saber cuidar. 19. ed. Petrópolis: Vozes, 2013.

______________. Ecologia: grito da Terra, grito dos pobres. Dignidade e direitos da Mãe Terra. 19. ed. Petrópolis: Vozes, 2013.

CAPRA, Fritjof. O ponto de mutação. A Ciência, a Sociedade e a Cultura emergente. São Paulo: Cultrix, 2012.

SANTANA, Elissandro dos Santos. As contribuições socioambientais do Instituto A Voz dos Bichos para Porto Seguro, Revista Ecodebate, Rio de Janeiro, ISSN 2446-9394, nº 2.535, 27/05/2016.

http://www1.folha.uol.com.br/esporte/olimpiada-no-rio/2016/06/1783901-exercito-diz-que-vai-apurar-morte-de-onca-que-participou-do-revezamento-da-tocha.shtml. Acesso em 21 de junho de 2016.

1 Especialista em sustentabilidade, desenvolvimento e gestão de projetos sociais, especialista em gestão educacional, especialista em linguística e ensino de línguas, especialista em metodologia de ensino de língua espanhola, licenciado em letras, habilitado em línguas estrangeiras modernas, espanhol e membro editorial da Revista Letrando, ISSN 2317-0735.

Contato: lissandrosantana@hotmail.com

2 Especialista em educação de jovens e adultos; especialista em língua portuguesa; licenciado em letras, língua materna e língua inglesa pela Universidade Federal da Bahia. Professor de inglês da Secretaria Estadual de Educação do Estado da Bahia.

Contato: denyscamara@gmail.com

3 Graduanda do Bacharelado Interdisciplinar em Artes da Universidade Federal do Sul da Bahia.

Contato: rosakaka@hotmail.com

 

in EcoDebate, 22/06/2016

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16 thoughts on “A arquitetura mental insustentável por trás do assassinato da onça-pintada Juma, por Elissandro dos Santos Santana, Denys Henrique R. Câmara e Rosana dos Santos Santana

  • Acabei de ler a matéria e confesso que venho pensando acerca da necessidade de outra forma de pensar o mundo há anos e só me entristeço cada vez mais. Elissandro, esse texto é uma oportunidade para refletir sobre o nosso papel nesse planeta. O senhor sempre nos presenteia com reflexões importantes, por isso, sempre abro a Ecodebate para ler textos nessa perspectiva de análise.

  • Elissandro Santana

    Pedro, continue lendo a Ecodebate, pois todos os textos de todos os autores trazem contribuições incríveis que nos levarão a outro patamar de leitura e concepção do mundo.

  • Texto muito bem escrito que elucida um importante acontecimento recente sobre o assassinato que chocou o Brasil, e nos leva a refletir sobre a nossa relação com a natureza e quais ações estamos tendo para a proteger e conservar o planeta.

  • Há dois dias venho refletindo acerca do triste episódio sobre a morte de Juma. A notícia nos faz ver o quanto o homem tem se tornado, de fato, um demente e satanás na/da Terra, Planeta. Quem leu a obra Capital natural, sabe que a natureza, dentre tantos papéis ambientais, é a mola que move a existência, mas, infelizmente, temos um sistema financeiro global que não nos permite enxergar em cadeia, de forma complexa e holística, com dimensão em torno do todo e não somente das fragmentações e especializações das partes. O triste é saber que em pleno século XXI, os seres humanos continuem pensando conforme as bases mentais dos primeiros períodos industriais no Planeta, sob a ótica de que a natureza deve ser subjugada, dominada e depredada. O artigo nos faz pensar que outra relação homem-bicho é mais que urgente e que disso, depende nossa existência, pois exterminando os outros seres que compõem a cadeia da vida, estamos, de forma bestial e malévola, aniquilando a nós mesmos. Enfim, começarei a acompanhar este Portal socioambiental, pois fiquei impressionado com este e outros textos. Esse texto, em especial, é de uma profundidade discursiva impressionante. Os autores instigam o leitor do início ao fim!

  • Estou aqui ainda sob o efeito dos sentidos e reflexões evocados pelo texto em torno do triste episódio do assassinato de Juma. Voltei ao texto umas três vezes. Como a matéria salienta, a morte dessa onça configura-se como a própria história da extinção, pois é uma espécie ameaçada de extinção. Após o ocorrido, fiquei bastante reflexivo e foi importante ter contato com esta revista para ler este texto bastante profundo e que toca em questões que vão além da própria morte do animal. Essa matéria nos faz repensar o próprio modus operandi diante do mundo, em nosso papel para a destruição e no que podemos mudar. Como mencionam os autores, faz-se necessária outra arquitetura mental, mais sustentável, pois, na ausência disso, será o fim. O mundo já não comporta o comportamento demens do bicho homem que se diz racionalista. Aliás, nas bases do tal racionalismo é que nasceram os mitos de superioridade. Apavoradora é a situação da Terra!

  • Desidério Farias

    Um amigo me indicou essa revista na faculdade a semana passada, mas somente ontem pude ler uns quatro ou cinco artigos. Fiquei impressionado com a revista Ecodebate e sinto que era exatamente o que estava procurando, leituras voltadas para as questões e problemas socioambientais. No tocante a este artigo, em especial, confesso que retomarei a leitura, pois nunca havia pensado a pluralidade da Ecologia da forma como os autores o fazem aqui. O texto, do início ao fim, leva o leitor à reflexão. Espero encontrar outros textos nessa linha, por isso, nas próximas semanas, verei edições anteriores e acompanharei as novas edições. Enfim, aliviado e grato à Ecodebate por oportunizar essa leitura. Gostei muito do formato, da estética e da forma de edição. A revista está de parabéns e só tem a crescer. De agora em diante, leitor assíduo.

  • Desidério Farias

    O texto provoca sensações no leitor instigando-o a outras leituras como as de Leonardo Boff na perspectiva da teoria do cuidado. O texto revela a pluralidade da ecologia como caminho para solucionar as formas insustentáveis na relação homem-terra. A morte da onça é fruto de insustentabilidades nos axiomas do pensar humano. Muito bom o texto! Recomendarei aos amigos!

  • Caro Desidério,

    Agradecemos pelo apoio e generosidade para com nosso trabalho. Acreditamos firmemente na socialização da informação socioambiental e isto guia nossa pauta diária.

    Um abraço da redação da EcoDebate

  • Elissandro Santana

    Agradeço aos leitores pelos comentários e quero dizer que parto sempre da noção de que toda leitura comporta coparticipação no processo de nossa escrita, ou seja, os senhores e senhoras são coautores à medida que leem. No mais, externo que somos perfeccionistas e que já pedimos à redação uma reedição do texto; nada demais, só alterações no plano sintático-linguístico, mas sem interferências no plano semântico-semiótico. Enfim, caros leitores, a Revista e Portal Ecodebate é um espaço incrível mesmo. A equipe é excelente! O editor, Henrique Cortez, é muito eficiente e presto, no que concerne à Diretora, apesar de nunca ter feito contato com ela, só pelo trabalho que exerce, gerindo um periódico como esse, sócio inclusivo nas bases, nas bases, também se configura como profissional incrível. Por fim, continuem lendo todas as matérias de todos os autores, pois todas as colaborações são excelentes e importantes para o nosso crescimento.

  • A partir do momento em que comecei a acessar o portal Ecodebate, gostei tanto que passei a usar os textos para reflexão em minha jornada pedagógica. Em relação a esse texto, farei discussões com turmas de terceiro ano do Ensino Médio no retorno das aulas, após o recesso junino. É imprescindível discutir a atual situação pela qual passa o planeta e nossa parcela de culpa nisso tudo. A educação ambiental tem sido recorrente em minhas discussões em sala de aula. Essa revista é um espaço e tanto para debater questões sociais e ambientais e isso muito importante para renovar as ideias e pensar em um mundo sustentável. Ademais, gosto da dinâmica discursiva dos autores desse texto.

  • Claudio Andrade das Virgens

    Eu gostaria de parabenizá-los pelo artigo e pelas discussões que se tornam cada vez mais pertinente, para que possamos conceber como o homem vem influenciando na degradação dos meios físicos e biológicos da natureza, matando a fauna e a flora, degradando os rios, poluindo o ar, exterminando com tudo que a natureza tem produzido em benefício da própria raça humana, tudo isso, gira em torno do consumismo, do capital, da alienação baseada na ambição de conquistas para a satisfação de um ego sempre insaciável, no qual nunca preenche as suas expectativas. Enfim, o homem vem cavando um buraco á sua volta sem perceber que será será tão largo e profundo que ao olhar para cima, estará preso e tão enclausurado de modo que não será possível sair da armadilha que o mesmo tem criado. è preciso refletir sobre o assunto e acima de tudo, pensar em alternativas viáveis através de ações de políticas afirmativas que possam favorecer a sustentabilidade do meio ambiente e o equilíbrio ecológico permanente, para que todos possam viver e respeitar o espaço de vivência de cada ser existente no planeta terra ..

  • Matheus N. Aguiar

    Vi este artigo em algumas mídias e assim tive contato com a Ecodebate, por isso, vim aqui. Através deste texto, consegui promover discussões em sala de aula em vertentes holístico-transdisciplinares, possibilitando a inquietação intelectual no corpo discente. Os autores, do início ao término do texto, aguçam a curiosidade do leitor enriquecendo o debate pós-leitura. Esperando outros textos nessa perspectiva, acompanharei as próximas edições e pesquisarei em edições anteriores. Por tudo o que mencionei, só me resta parabenizar a revista e aos autores.

  • Matheus N. Aguiar

    Nesse exato momento, estou pesquisando mais textos na Ecodebate e gostando muito da forma de edição da revista. Confesso que, até agora, estou encantado com a escrita desses autores e, também, com os textos do Senhor José Eustáquio Diniz. Enfim, aqui pesquisando acerca de outras produções de Elissandro dos Santos Santana, Denys Henrique Rodrigues Câmara e Rosana dos Santos Santana, pois me identifiquei com a estética textual dos referidos autores. No mais, reitero os parabéns à revista Ecodebate, pois discussões no âmbito da sociedade e do meio ambiente são imprescindíveis na pós-modernidade fadada à lógica capitalista exploratória e depredatória da vida.

  • Elissandro Santana

    Caro Matheus e demais leitores, agradeço a leitura e reafirmo que vejo nesse ato a coparticipação na escrita comigo e com meus parceiros de pesquisa. A Ecodebate é um espaço enorme de produção de saberes, socialização de conhecimento e, consequentemente, de crescimento humanístico-intelectual na área socioambiental.

  • Texto muito bem articulado e confirmado pelas citações. Minha alma se entristece com tais eventos. Na verdade, o homo sapiens deveria ser o guardião da natureza pois é dela que extrai todos os recursos necessários à sobrevivência. De fato, são poucas as pessoas que se preocupam com o equilíbrio ecológico e com o bem estar e a preservação dos nossos animais, principalmente, àqueles em extinção.

    Eu me pergunto até que ponto o capitalismo vai ser capaz de provocar tremenda alienação através das gerações… até que ponto massageará o ego de pessoas que ainda acreditam que os animais devam ser expostos em circos e em circunstâncias estressantes e humilhantes como se os mesmos existissem apenas para satisfazer nossas vontades?

    Não sou da área socioambiental, porém, venho percebendo que a maioria das empresas com “atitudes” ambientais corretas o fazem por estímulos do capitalismo, pela aceitação social e não pelo bem que podem gerar em si para manutenção de condições razoáveis de sobrevivência, constituindo assim, uma pseudo consciência sustentável…

    O texto faz links com Pierre Levy e Boaventura Santos que trazem respectivamente a ideia de interligação de todos e tudo, onde a atitude de um afeta a teria de maneira local e global. E o segundo autor que fala da necessidade de se voltar para o divino… amo os dois autores, contudo, me senti muito representada por Boff e por Morin, por quem nutro grande paixão… rs

    Agradeço pela oportunidade de vislumbrar um texto tão bem escrito. Parabéns pelas reflexões!

  • Elissandro Santana

    Cara Rosiane, agradeço a leitura de nosso trabalho e fico feliz por seu grau de consciência ambiental. No mais, solicito que continue acompanhando a Revista Ecodebate e que leia trabalhos de outros autores também, pois este portal é um espaço excelente para a produção de saberes socioambientais.

Fechado para comentários.