As contribuições socioambientais do Instituto A Voz dos Bichos para Porto Seguro, artigo de Elissandro dos Santos Santana
As contribuições socioambientais do Instituto A Voz dos Bichos para Porto Seguro
Elissandro dos Santos Santana1
Resumo: Esse trabalhoresulta de uma pesquisaacerca das contribuições socioambientais do Instituto A Voz dos Bichos para a sociedade de Porto Seguro. Para a consecução do estudo, adotou-se um marco teórico múltiplo, alicerçado em visões sociais, ambientais e políticas. O estudo foi abordado de forma qualitativa e quantitativa, a partir das seguintes técnicas de pesquisa: bibliográfica, documental e pesquisa de campo, com a aplicação de questionários semiestruturados para grupo amostral de 50 pessoas. O artigo está dividido nas partes, a saber: Introdução, Memória, contexto e finalidades do Instituto A Voz dos Bichos, Marco teórico utilizado para a compreensão do fenômeno investigado, Análise qualitativo-quantitativa das ações do Instituto A Voz dos Bichos, Alcance do Instituto e Considerações finais.
Palavras-chave: Contribuições socioambientais.Instituto A Voz dos Bichos. Sociedade. Animais.
Resumen: Ese trabajo es el resultado de una investigación con respecto a las contribuciones socioambientales del Instituto A Voz dos Bichos hacia la sociedad porto segurense. Para la consecución del estudio, se eligió un marco teórico múltiplo, apoyado en visiones sociales, ambientales y políticas. El estudio está hecho de una forma cualitativa y cuantitativa a la vez, partiendo de las siguientes técnicas de pesquisa: bibliográfica, documental y trabajo de campo, con la aplicación de encuestas semi-estructuradas para un grupo de amuestra de 50 personas. El artículo contiene las siguientes partes: Introducción, Memoria, contexto y papel del Instituto A Voz dos Bichos, Marco teórico utilizado para la comprensión del fenómeno de investigación, Análisis cualitativo-cuantitativa de las acciones del Instituto A Voz dos Bichos, Dimensión del Instituto y Consideraciones finales.
Palabras-clave: Contribuciones socioambientales. Instituto A Voz dos Bichos. Sociedad. Animales.
INTRODUÇÃO
Esse trabalho é resultado de pesquisa em torno das contribuições socioambientais do Instituto A Voz dos Bichos para Porto Seguro, Bahia. A proposta de investigação surgiu a partir da necessidade de entender o papel social e ambiental desempenhado pela referida ONG no município, não somente no que concerne ao bem estar dos animais domésticos resgatados nos/dos espaços públicos, mas, principalmente, investigar a influência das ações do Instituto para a mudança da arquitetura mental social no tangente ao abandono dos animais e ineficiência da gestão pública municipal no que concerne às questões de zoonose na cidade.
Para a consecução da pesquisa, houve o aprofundamento nos estudos na área da pesquisa social, ambiental e política, partindo-se da noção de que para o estudo do fenômeno seria imprescindível um campo teórico multirreferencial. Diante de um marcomultiteórico, foram conceituados alguns fatores e fenômenos presentes na dinâmica dos projetos socioambientais, haja vista que o objeto de estudo analisado é um projeto socioambiental.Em linhas gerais, a pesquisa foi abordada de forma qualitativo-quantitativa, com predominância da primeira sobre a segunda, servindo-se de três técnicas de pesquisa: bibliográfica, documental1 e de campo, com a aplicação de questionários semiestruturados para um grupo amostral de 50 pessoas, amostra, estatisticamente, viável, dentro de uma população total de aproximadamente 150 mil habitantes,com vistas a captar a dimensão do Instituto em relação às mudanças culturais e mentais na sociedade para o cuidado em relação aos animais.
Para o estudo dos dados e mapeamento das ações, foram feitas análises de documentos de fundação do órgão, regimento e relatórios de ações, além de outros dados que se fizeram necessários à medida que foram elaboradas leituras do documento fundacional e regimental do Instituto.
2 Memória, contexto e finalidades do Instituto A Voz dos Bichos
O Instituto A Voz dos Bichos,fundado em 30 de abril de 2011, é uma entidade de natureza privada, sem fins lucrativos ou político partidário, com o objetivo de atender a todos que a ela dirigirem-se, independente de classe social, nacionalidade, sexo, raça, cor e crença religiosa, com prazo de atuação ilimitado e regida pelas normas transcritas em Estatuto. O tripé da ONG é o resgate, a conscientização e a esterilização; sendo que o objetivo principal é a conscientização/sensibilização da população.Dentre as finalidades do Instituto, estão:
I – Fiscalizar o cumprimento dos dispositivos do Decreto Federal nº 24.645, de 10 de julho de 1.934, do artigo 64 do Decreto Lei 3.668, de 03 de outubro de l.941 (Lei das Contravenções Penais) e do artigo 32 da Lei Federal nº 9.605, de 12 de fevereiro de l.998 e demais leis, decretos, portarias e regulamentos federais, estaduais e municipais sobre a proteção de animais e meio ambiente;II – Reduzir a população de animais abandonados, através de campanhas de castração gratuitas ou de valores reduzidos, principalmente, em comunidades carentes;III – Promover campanhas de educação e conscientização, propagando a filosofia de amor e o respeito aos animais, incentivando a posse responsável;IV – Dar assistência veterinária a animais de pessoas carentes, abandonados, doentes, feridos ou vítimas de crueldade, abuso ou maus tratos, sempre que possível, de acordo com a disponibilidade de recursos, em clínicas veterinárias conveniadas, obedecidas às prescrições estatutárias;V – Recolher, sempre que possível, e de acordo com sua capacidade, animais abandonados ou extraviados, encaminhando-os, depois de tratados, para adoção, independentemente de ressarcimento financeiro, a pessoas de idoneidade comprovada que se comprometam a dar-lhes tratamento adequado e digno, mediante a assinatura de um termo de responsabilidade e sujeito à fiscalização por parte da Entidade;VI – Defender o meio ambiente ecologicamente equilibrado, impedindo e reprimindo práticas que coloquem em risco seu equilíbrio, combatendo o tráfego e a extinção de animais silvestres, a caça e a pesca predatórias;VII – Estimular o intercâmbio e a cooperação institucional e internacional;VIII – Atuar junto aos poderes públicos, visando ao aperfeiçoamento e cumprimento efetivo da legislação e demais instrumentos de defesa do ambiente e de proteção aos animais;IX – Promover ações judiciais, inclusive, ação civil pública na defesa dos animais e do meio ambiente.
O objeto de estudo configura-se como campo de atuação do Terceiro Setor e preenche uma lacuna de políticas públicas em torno do cuidado de animais domésticos abandonados nos espaços urbanos. Foi a partir da ausência de ações políticas dos gestores públicos e, até mesmo, da arquitetura mental social de descaso aos animais, que se constituiu o Instituto A Voz dos Bichos. No entanto, ainda que o referido Instituto enquadre-se na ótica do Terceiro Setor, o foco da pesquisa não se deu em torno dessa característica, propriamente, mas em relação às contribuições concretas no que tange às questões socioambientais para a cidade no que concerne às ações, resultados alcançados e, principalmente, como A Voz dos Bichos remodela o design cognitivo societário em relação à vertente do cuidado e respeito à existência dos animais, inclusive, para o desenvolvimento de perspectivas de crescimento humanitário a partir da preocupação e cuidado com seres irracionais deixados à sorte nos espaços geo-sócio-políticos do abandono, tanto pelos gestores públicos municipais, como pela sociedade em geral.
Ademais, é importante sinalizar que a ONG contribui para sanar possíveis doenças de origem zoonose-sanitária, educar ambientalmente e possibilitara consciência/sensibilização do elemento social-humano no tangente ao cuidado dos animais, contribuindo, dessa forma, não somente para a qualidade de vida dos animais recuperados, mas, essencialmente, para o desenvolvimento humanístico, por meio de campanhas virtuais e em espaços públicos da cidade para a divulgação das ações, feiras de adoção e cuidados médico-veterinários, como: exames, consultas e profilaxia físico-higiênicados pets adotados.
Dentre as ações do Instituto, estão: o acolhimento dos animais resgatados, cuidados médico-veterinários aos animais recolhidos, com a oferta de serviços como consultas, exames e aplicação de vacinas aos animais cujos donos não possuem poder aquisitivo alto, campanhas de conscientização da população para a adoção responsável e, principalmente, sensibilização do elemento humano para a proteção e o cuidado dos animais domésticos. Frente à importância da ONG, investigar as contribuições socioambientais é essencial para mostrar à sociedade que para que o Instituto atue de forma mais eficiente, torna-se imprescindível o apoio da população, pois os resultados das ações desempenhadas na cidade não beneficiam somente os animais, mas, também, os seres humanos, haja vista que, com a retirada dos animais das ruas, além de possibilitar melhorias nas condições de vida dos bichanos, contribui para a profilaxia urbana e combate a possíveis doenças ligadas à zoonose.
As ações alcançam dimensões socioambientais, pois com a retirada de animais como gatos e cães das ruas, dentre outros, além de contribuir para melhores condições de vida dos animais recolhidos, como já fora mencionado, possibilita a higienesanitária das ruas, propiciando a diminuição de doenças transmitidas por animais desassistidos das vacinas e de cuidados veterinários. Com a retirada dos animais das ruas, os espaços públicos ficam mais propícios ao lazer e à livre circulação de pessoas sem a preocupação com enfermidades transmitidas por animais. Na verdade, o papel do Instituto transcende as noções de profilaxia dos espaços públicos, pois o referido órgão desenvolve campanhas de conscientização e sensibilização da população, fomentando conhecimentos sobre a importância da adoção de animais, sobre os problemas advindos da proliferação de animais sem os cuidados médicos na geografia urbana, com isso, possibilitando processos de humanização do próprio ser humano. Diante de tudo o que fora apresentado, o estudoinvestigou as ações e a abrangência do Instituto.
3 Marco teórico utilizado para a compreensão do fenômeno investigado
Para a investigação das contribuições socioambientais do Instituto A Voz dos Bichos, como já fora mencionado na Introdução, foi necessário recorrer a um marco teórico múltiplo, alicerçado, pelo menos, em três áreas e vertentes do conhecimento: social, ambiental e política. Nesse sentido, para a compreensão do fenômeno, foi importante ampliar os conceitos de projeto social, socioambiental, papel desempenhado pelas ONGs no Brasil, Políticas públicas, Terceiro setor, além de outros conceitos. Por pesquisa multidisciplinar, levou-se em consideração o seguinte:
Quando as ciências humanas perdem a ambição de retirar de cada um dos setores da atividade humana as leis que a caracterizam e se orientam mais para um procedimento de resolução de problemas, isso as conduz a se inquietarem com as divisões que poderiam restringir sua ação, especialmente as fronteiras disciplinares, com seus territórios reservados (os historiadores ocupam-se do passado; os sociólogos do presente; os geógrafos do espaço; etc.), pois isso poderia ser um obstáculo à compreensão completa de um problema sob todos os seus aspectos e as inter-relações entre eles. (LAVILLE e DIONNE, 2007, p. 44)
O marco teórico multirreferencial ancorou-se em teóricos como Boff (2013) e sua discussão do saber cuidar, sustentabilidade, a águia e a galinha como metáfora da condição humana;Morin (2011), com sua ética e necessidade da compreensão do humano;Guattari (1999) e a noção das três ecologias; Barthes (1977), a partir do pressuposto de que a literatura comporta todos os saberes;Capra (2012) e a noção sobre o ponto de mutação;Montaño (2003) e sua discussão em torno do Terceiro Setor; Leff e suas teses em torno do saber ambiental, além de teóricos que discorrem diretamente sobre projetos socioambientais.
Antes de qualquer aporte teórico acerca do fenômeno investigado, faz-se oportuno discorrer um pouco sobre a relação animal racional, animal irracional e como isso foi possível. Sabe-se que ao longo das formações sociais, no mundo inteiro, as relações de aproximação entre homem e animal foram se constituindo com a aprendizagem e convivência de ambos os lados. Em relação aos gatos, por exemplo, a aproximação, segundo Rodrigues (2014) deu-se da seguinte maneira:
O gato foi o primeiro vigia de estoque. Foi assim: há 10 mil anos, as primeiras colheitas atraíram ratos pela primeira vez. Para sorte dos primeiros agricultores, no rastro dos roedores veio seu predador, o Felissilvestris. O gato selvagem era um bicho meio arisco, mas mantinha os ratos longe dos celeiros, e o contrato foi fechado. Aos poucos, a relação deixou de ser somente profissional: em 9500 a. C., um homem e seu gato foram enterrados juntos no Chipre. E, após milênios de bem-bom, criamos uma subespécie, Felissilvestriscatus, o chamado gato doméstico. Que não é tão doméstico assim. O autor de Catsense explica: “Para serem eficazes contra os ratos, os gatos precisaram manter muitos de seus instintos selvagens.”.
Ainda segundo Rodrigues (2014):
Os homens pensaram que haviam domesticado os gatos. Como eles mantinham os ratos longe, nós lhes demos rações. E depois lares. Nomes. Camas. Banhos. Tosas. Brinquedos. Arranhadores. Colos. Cafunés. Capas siliconadas para unhas. Estima-se que hoje existam 600 milhões de gatos vivendo com humanos, contra 800 milhões de cachorros – mas a distância do campeão para o vice vem diminuindo. Desde 1985, os felinos são os animais mais numerosos dos EUA, e o Brasil segue o mesmo rumo. Na internet, então, eles são os reis, seja ilustrando frases bizarras ou protagonizando vídeos fofos.
O exemplo da aproximação do homem com o gato, em alguns pontos, coaduna com a aproximação do ser humano com outros animais domésticos e o fato é que são muitos os imaginários que povoam a sociedade. Para fins de exemplificação desses imaginários, pode-se recorrer às produções literárias no Brasil e no mundo sobre o papel dos animais na construção da própria humanidade. A partir da contologia dos irmãos Grimm, por exemplo, há a possibilidade de aprendizagem sobre o papel exercido pelos animais na construção da humanidade no humano, sob a visão da elaboração metafórica do papel do cuidado e da aprendizagem mútua homem-animal. Ademais, outra produção literária riquíssima é a de La Fontaine, pois esse literato, a partir de suas fábulas, buscou valer-se dos animais para instruir o ser humano.
À luz do gênero conto efábula, mais especificamente, a literatura possibilita a compreensãoda relação do homo duplamente sapiens com os ditos irracionais e, nesse aspecto, é oportuno recorrer ao que afirma Barthes (1977, p. 8):
A literatura assume muitos saberes. Num romance como Robinson Crusoé, há um saber histórico, geográfico, social (colonial), técnico, botânico, antropológico (Robinson passa da natureza à cultura). Se, por não sei que excesso de socialismo ou de barbárie, todas as nossas disciplinas devessem ser expulsas do ensino, exceto numa, é a disciplina literária que devia ser salva, pois todas as ciências estão presentes no monumento literário.
Tomando a Literatura como fonte inesgotável do saber em todas as áreas do conhecimento, é possível encontrar cientificidade em La Fontaine (2012, p. 14), quando esse, na fábula “A cigarra e a formiga”, por exemplo, tenta ensinar ao ser humano a importância de se preparar para os tempos difíceis: “Responde a outra: “Eu cantava noite e dia, a toda hora. – Oh! Bravo!,torna a formiga; Cantavas? Pois dança agora!”.Na criação literária de La Fontaine, os animais desempenham papel fundamental no processo de humanização do humano. Com tudo isso, pode-se mencionar que a literatura é crucial para o conhecimento em torno da filosofia do cuidado, a partir de um caminho de mão dupla, pois, à medida que o homem cuida dos animais, recebe carinho, reconhecimento e afeto por parte deles.Concernente à Filosofia do cuidado, Boff (2013, p. 12) pontua:
Mitos antigos e pensadores contemporâneos dos mais profundos nos ensinam que a essência humana não se encontra tanto na inteligência, na liberdade ou na criatividade, mas basicamente no cuidado. O cuidado é, na verdade, o suporte real da criatividade, da liberdade e da inteligência. No cuidado se encontra o ethos fundamental do humano. Quer dizer, no cuidado identificamos os princípios, os valores e as atitudes que fazem da vida um bem-viver e das ações um reto agir.
É a partir da noção de cuidado que Boff (2013, p. 14) afirma algo ainda mais pontual, reforçando o papel social e ambiental do Instituto A Voz dos Bichos, quando, ao aprofundar a discussão em torno do saber cuidar, externa o seguinte:
Sonhamos com uma sociedade mundializada, na grande casa comum, a Terra, onde os valores estruturantes se construirão ao redor do cuidado com as pessoas, sobretudo com os diferentes culturalmente, com os penalizados pela natureza ou pela história, cuidado com os espoliados e excluídos, as crianças, os velhos, os moribundos, cuidado com as plantas, com os animais, as paisagens queridas e, especialmente, cuidado com a nossa grande e generosa Mãe, a Terra. Sonhamos com o cuidado assumido como o ethos fundamental do humano e como compaixão imprescindível para com os seres da criação.
Fundamentando-se na vertente do cuidado, também é possível fazer ponte com a ecologia da ação como elemento necessário para a ética da existência. Acerca da ecologia da ação,Morin (2011, p. 41) traz a seguinte contribuição: “A ecologia da ação indica-nos que toda ação escapa, cada vez mais, à vontade do seu autor na medida em que entra no jogo das inter-retro-ações do meio onde intervém. Assim a ação corre o risco não somente de fracassar, mas também de sofrer desvio ou distorção de sentido.”.O pensamento Moraniano possui relação direta com o jogo de responsabilidades entre sociedade e poder público, pois, ora a sociedade se comporta de forma irresponsável do ponto de vista da ética em relação aos animais domésticos, seres indefesos que precisam dos cuidados humanos, ora, a gestão pública silencia, passando a responsabilidade para a comunidade. Na verdade, esse quadro de descaso faz parte de uma arquitetura mental societária nociva e desrespeitosa a todas as formas de vida, fruto da inconsciência ou negligência dos efeitos colaterais da não ação. A respeito disso, Morin (2011, p. 32) discorre sobre como tudo existe em rede e para a necessidade de uma consciência ética trinitária – indivíduo-sociedade-espécie, apresentando motivos para que todos busquem o religaree a sensibilidade para o cuidado em relação a todos os seres que habitam o planeta:
Num minúsculo planeta perdido, feito de um agrado de detritos de uma estrela desaparecida, fadada aparentemente às convulsões, tormentas, erupções, terremotos, a vida surgiu como uma vitória inusitada nas virtudes da religação. Um turbilhão interligando macromoléculas, gerando a sua própria diversidade ao integrá-la à sua unidade, teria criado a partir de si mesmo, uma organização de complexidade superior: uma autoeco-organização, de onde emergiram todas as qualidades e propriedades da vida.
Via teoria da complexidade de Morin, pode-se perceber que tudo está interligado e, dessa forma, há a possibilidade de enfraquecimento da visão utilitária que o ser humano, muitas vezes, possui em relação aos animais. Nessa visão reducionista utilitária, em sociedades altamente dependentes da pecuária para o desenvolvimento interno, é trivial a estrutura cognitiva do cuidado travestido de interesse capital para o abate ou outras finalidades culturalmente aceitas para o uso do animal com fins de aumento na balança comercial. Consoante aos animais domésticos é recorrente o discurso entre os membros da sociedade brasileira, em especial, em relação aos cidadãos que ainda não atingiram a concretude da fase das necessidades fisiológicas, uma ausência total em relação ao cuidado com os animais, partindo-se sempre do pressuposto de que senão darão lucro, não são importantes. Ainda no tocante à complexidade, tomando como referência Capra (2012, p. 21), surge o pressuposto da necessidade da inversão da situação:
As últimas duas décadas do século XX vêm registrando um estado de profunda crise mundial. É uma crise complexa, multidimensional, cujas facetas afetam todos os aspectos de nossa vida – a saúde e o modo de vida, a qualidade do meio ambiente e das relações sociais, da economia, tecnologia e política. É uma crise de dimensões intelectuais, morais e espirituais; uma crise de escala e premência sem precedentes em toda a história da humanidade.
A respeito da ótica insustentável das relações utilitárias, é importante analisar o que coloca Leff (2001, pp. 448-449):
Toda ética é uma ética da vida. A ética do desenvolvimento sustentável, muito mais do que um “jogo de harmonização” de éticas e racionalidades implícitas no discurso do “desenvolvimento sustentável” (do mercado, do Estado, da cidadania) e da inclusão do ethos das diferentes culturas, implica a necessidade de conjugar um complexo de princípios básicos dentro de uma ética do bem comum e da sustentabilidade. E isso leva a transgredir a ética implícita na racionalidade econômica e instrumental que se incorporou no ser humano moderno e que são antitéticas ao propósito da sustentabilidade. Estas racionalidades tornaram-se irracionais ao cristalizar-se em crenças e condutas refletidas e em comportamentos insustentáveis.
Por tudo o que já fora discutido, corroborou-se que o abandono de animais configura-se como uma crise de ética humanitária. Nesse aspecto, Boff (2013, p. 64) dialoga comMorin, quando afirma: “A ética, portanto, desinstala a moral. Impede que ela se feche sobre si mesma. Obriga-a a constante renovação no sentido de garantir a habitabilidade e a sustentabilidade da moradia humana: pessoal, social e planetária.”.
Do ponto de vista do papel social desempenhado pela ONG A Voz dos Bichos, faz-se importante trazer à tona alguns conceitos que serão cruciais para a compreensão do contexto no qual se insere o Instituto objeto de estudo. Dentre os campos conceituais, aparecem: Terceiro Setor, Gestão social e o de ONG, pois, a partir disso, será possível entender, com mais profundidade, a importância desempenhada/exercida pelo Instituto na cidade.É oportuno sinalizar que o conceito de Terceiro Setor é complexo e exige aportes em vários teóricos. Também é necessário mencionar que,para entendê-lo, em profundidade, faz-se imprescindível conhecer as terminologias ONGse Movimentos sociais, pois estão interligados. Diante do que fora tratado, pode-se recorrer a Montaño (2003, pp. 14-15) quando apresenta:
A relevância do tema é forte. Por um lado, caracteriza um fenômeno que envolve um número significativo de organizações e instituições – organizações não governamentais (ONGs), sem fins lucrativos (OSFL), instituições filantrópicas, empresas “cidadãs”, entre outras – e sujeitos individuais – voluntários ou não.
Na verdade, a compreensão do conceito de Terceiro Setor exige conhecimento e leitura ao redor de camposteórico-conceituais como limites de atuação do Estado, Estado Neoliberal, surgimento da noção de Estado Mínimo, pois, segundo Montaño, o Terceiro Setor, muitas vezes, confunde-se nos limites do público-privado. O fato é que, tanto a partir de Montaño como de vários teóricos que aprofundaram estudos em torno do tema em baila, o Terceiro Setor surge de lacunas deixadas pelo Estado. No caso do Instituto A Voz dos Bichos, essa noção fica bastante evidente, pois a ONG surgiu a partir da ineficiência da gestão pública municipal e da sociedade no tocante aos animais domésticos abandonados na cidade.
Nessa esfera de ausências, há paradoxos que precisam ser amplamente discutidos; o abandono, fruto da inércia e falta de compromisso com as outras formas de vida, desencadeia uma série de doenças zoonose-sanitárias, comprometendo, consequentemente, o meio ambiente, e a população fica omissa a tudo, no máximo, cobrando responsabilidades somente do poder público local; nesse aspecto, ainda é oportuno esclarecer que tudo faz parte de uma arquitetura mental de descaso aos animais que, com certeza, encontra explicações no processo de formação da nacionalidade brasileira, arvorada em processos exploratórios na relação unidirecional de poder partindo somente da linha colonizadora para a colonizada. Como o problema é complexo e os objetivos dialogam mais com a perspectiva sincrônica de análise no estádio atual, não serão feitas investidas de análise em vertentes diacrônicas, pelo fato de que seria impossível uma análise simples. Mesmo diante da impossibilidade de análise em linhas diacrônicas, chegando às raízes da arquitetura mental de descaso aos animais em Porto Seguro e Brasil, é importante que exista essa consciência de memória explicativa.
A cultura-ação do descaso aos animais que não servem à perspectiva capital do lucro pode e deve ser combatida, pois o ser humano precisa sair dessa imagética de relações utilitárias. Acerca da necessidade de uma nova arquitetura de relações, Guattari (1990, p. 33), pontua:
A ecologia social deverá trabalhar na reconstrução das relações humanas em todos os níveis, do socius. Ela jamais deverá perder de vista que o poder capitalista se deslocou, se desterritorializou, ao mesmo tempo em extensão – ampliando seu domínio sobre o conjunto da vida social, econômica e cultural do planeta – e em “intenção” – infiltrando-se no seio dos mais inconscientes estratos subjetivos. Assim sendo, não é possível pretender se opor a ele apenas de fora, através de práticas sindicais e políticas tradicionais. Tornou-se igualmente imperativo encarar seus efeitos no domínio da ecologia mental, no seio da vida cotidiana individual, doméstica, conjugai, de vizinhança, de criação e de ética pessoal. Longe de buscar um consenso cretinizante e infantilizante, a questão será, no futuro, a de cultivar o dissenso e a produção singular de existência. A subjetividade capitalística, tal como é engendrada por operadores de qualquer natureza ou tamanho, está manufaturada de modo a premunir a existência contra toda intrusão de acontecimentos suscetíveis de atrapalhar e perturbar a opinião. Para esse tipo de subjetividade, toda singularidade deveria ou ser evitada, ou passar pelo crivo de aparelhos e quadros de referência especializados. Assim, a subjetividade capitalístíca se esforça por gerar o mundo da infância, do amor, da arte, bem como tudo o que é da ordem da angústia, da loucura, da dor, da morte, do sentimento de estar perdido no cosmos…
Apresentada a perspectiva capitalística criticada porGuattari, pode-se passar ao que se entende por Gestão social e, sobre esse campo, pode-se recorrer a Fernando G. Tenório (RAP, v. 32:07-23) por meio da noção de que o tema Gestão Socialtem sido evocado, nos últimos anos, para acentuar a importância das questões sociais para os sistemas de governo, sobretudo, para a implantação de políticas públicas, assim como dos sistemas-empresa no gerenciamento de seus negócios. Nesse campo de visada, trata-se de justificar a presença do Estado mínimo na atenção focalizada, através de políticas sociais e, ao mesmo tempo, flexibilizarrelações de trabalho ede produção de agentes econômicos.
Acerca do conceito de Movimentos Sociais, Gohn (2013, p. 13) coloca em discussão que: “(…) desde logo é preciso demarcarmos nosso entendimento sobre o que são movimentos sociais: nós os vemos como ações sociais coletivas de caráter sociopolítico e cultural que viabilizam distintas formas da população se organizar e expressar suas demandas.” Nessa concepção, pode-se dizer que a Voz dos Bichos nasceu de carências e gritos sociais em relação aos animais, seres explorados pelo modelo capital e, ao mesmo tempo, relegados ao extermínio.
O papel social desempenhado pelo Instituto propicia uma mudança mental social rumo à sustentabilidade e, nesse âmbito, sobre a necessidade de outra arquitetura mental humana, é possível recorrer ao que Boff (2012, p. 120) afirma:
Até o presente momento, o sonho do homem branco é dominar a Terra e submeter todos os demais seres. Esse sonho se transformou num pesadelo. Como nunca antes, o apocalipse pode ser realizado por nós mesmos. Por isso impõe-se uma reconstrução de nossa humanidade e de nossa civilização para que seja sustentável no sentido de restabelecer o pacto natural com a Terra, e considerar todos os demais seres, verdadeiramente como irmãos e irmãs, e assim devem ser tratados.
O domínio dos limites de atuação da gestão pública em relação às questões de zoonose é importante para a dimensão do quadro operante em torno desse fenômeno na cidade e, nesse sentido, percebe-se que há déficits na atuação pública, pois, no município, todavia, não há um órgão público consolidado para tratar dos problemas relacionados à retirada e cuidado dos animais. Diante desse quadro, o Instituto A Voz dos Bichos ganha ainda mais importância, haja vista que preenche vazios no que concerne à retirada de animais abandonados nas ruas de Porto Seguro com promoção da saúde e bem-estar socioambiental, tanto para a população como para o animal doméstico acolhido.
4 Análise qualitativo-quantitativa das ações do Instituto A Voz dos Bichos
Um dos objetivos da pesquisa foi mapear as ações desenvolvidas pelo Instituto desde o ano de criação até 2015, mas, infelizmente, isso não foi possível devido ao fato de que por ausência de apoio da sociedade e da gestão pública municipal,a Instituição atua no limite das possibilidades. Diante dos déficits no apoio popular, falta pessoal de apoio administrativo para o cadastro de dados e, por essa razão, nem tudo está registrado.Como não foi possível um registro de todas as ações, a seguir, serão apresentadas partes de tudo o que já foi feito, além de projetos em andamento ou em proposição:
- Concernente às castrações: há uma média de 30 castrações por mês;
- Quanto à realização de cirurgias de maior complexidade, na média, é feita uma por mês, sendo que há meses nos quais, por falta de verba, torna-se quase impossível tais procedimentos, mas, em compensação, há meses nos quais são feitos mais de um procedimento, propiciando a média de uma cirurgia de complexidade por mês ao ano.
- Todo animal resgatado passa por uma análise clínica antes de ser levado para adoção. Até que isso ocorra, o animal fica com colaboradores e a média de gastos com um animal sadio, até que seja adotado, gira em torno de quinhentos reais (considerando consultas, vacinas, remédios, vitaminas, ração e castração).
- As principais ações desenvolvidas desde 2011 até março de 2015 foram as seguintes: feira de adoção na Praça do Relógio, periódica a cada 03 meses; feira de adoção todo sábado no mercado municipal (isso foi implantado há pouco mais de 4 meses e possui como principal foco os gatinhos, que são mais fáceis de transportar, além do fato de que há uma população muito grande de felinos nas ruas e no Instituto; pet dia feliz – já foram realizadas duas versões (uma por ano: 2013 e 2014). Trata-se de um projeto para arrecadar dinheiro, em parceria com a pizzaria Bárbara, na Praça do Relógio; nesse mesmo dia, há a colaboração do McDonald’s. Nessa mesma data, também é realizado um bingo, com a finalidade de chamar mais participantes e, igualmente, arrecadar dinheiro; café colonial: foi realizado em 2014, com previsão de outro evento do tipo em abril ou maio desse ano, ou seja, 2015.
- Alcance do instituto
Ao longo do mês de março de 2015, foram aplicados cinquenta questionários a cinquenta moradores de Porto Seguro, com o objetivo de captar a dimensão da atuação do Instituto na cidade e como este contribui para a mudança na mentalidade da população em relação ao cuidado com os animais e com o meio ambiente. Os questionários semiestruturados foram elaborados a partir das seguintes perguntas: Idade? Conhece o Instituto A Voz dos Bichos? Caso conheça o Instituto, sabe quais são os seus objetivos, finalidades e campo de atuação? Como conheceu o Instituto A Voz dos Bichos? Já adotou algum animal do Instituto? Já contribuiu de alguma forma com o Instituto? Conhece a página do facebook do Instituto? O que acha da atuação do Instituto na cidade? A partir de seu conhecimento acerca do Instituto, qual a sua opinião a respeito da própria responsabilidade e responsabilidade da gestão pública em relação aos animais abandonados na cidade?
Dos cinquenta entrevistados, em relação à faixa etária, 5 pessoas estavam na faixa entre 15 e 17 anos, 5 pessoas estavam na faixa entre 18 e 20 anos,12 pessoas pertenciam à faixa etária entre 21 e 25 anos, 18 pessoas, entre 26 e 33 anos, 5 pessoas entre 34 e 41anos e 5 pessoas entre 42 anos em diante. Concernente à segunda pergunta, 17 pessoas disseram conhecer o Instituto. Já em relação à terceira, das 17 pessoas que afirmaram conhecer A Voz dos Bichos, somente 12 responderam, com alguma coerência, a respeito do papel do Instituto na cidade. Quando as 17 pessoas que conhecem o Instituto foram questionadas sobre a forma como conheceram o Instituto, 5 responderam que isso se deu a partir da comunidade no facebook, 6 disseram que tiveram contato em feiras e campanhas de adoção na cidade e 6 pessoas disseram que ficaram sabendo do instituto a partir de amigos que adotaram animais no Instituto. Quando as 17 pessoas foram indagadas sobre se já haviam adotado algum animal, nenhuma havia adotado e todas responderam que, futuramente, pretendiam adotar algum animal a partir do Instituto. Em relação à pergunta sobre contribuição, de alguma forma, para o Instituto, todas responderam que não e 5 pessoas disseram que pretendiam fazê-lo em breve. Como mencionado, somente cinco pessoas conheciam a página do Instituto no facebook e, das 17 pessoas que conheciam o Instituto, 13 pessoas disseram que o Instituto exerce um papel importantíssimo para a retirada de animais das ruas, oferecendo cuidados médicos veterinários e contribuindo para a profilaxia de possíveis doenças transmitidas por animais pelas ruas da cidade. Dos cinquenta entrevistados, somente 23 pessoas assumiram que a responsabilidade pelo cuidado em relação aos animais domésticos abandonados nas ruas de Porto Seguro era de responsabilidade conjunta – população-poder público, 3 entrevistados não souberam opinar e 24 pessoas disseram que a responsabilidade era única e exclusivamente do poder público.
6 Considerações finais
Os resultados da pesquisa confirmam as hipóteses levantadas durante a elaboração e execução da pesquisa e atestam que o papel desempenhado pelo Instituto A Voz dos Bichos atinge dimensão socioambiental que, talvez, nem mesmo o próprio Instituto tenha noção. A abrangência das ações da ONG é tão grande que a referida possui uma página no facebook deveras democrática, com a participação de muitos membros ajudando no compartilhamento de campanhas de adoção, de arrecadação de dinheiro, alimentos e remédios, além da divulgação dos eventos realizados.
O envolvimento das pessoas que fazem parte da comunidade no mundo virtual é tão intenso, que durante o mês de março do corrente ano, ao longo das observações em torno da importância do Instituto no espaço online, percebeu-se que algunsposts na comunidade receberam diversos comentários e compartilhamentos.
A partir das ações efetuadas desde 2011 até março de 2015, percebeu-se que A Voz dos Bichos, mesmo diante das dificuldades, consolida-se como um espaço de cura, cuidado, afeto e, principalmente, como ponte para um novo olhar sobre todos os seres animais. Nessa linha, pode-se afirmar que a maior contribuição do Instituto é o papel que desempenha em prol da consciência e sensibilidade do humano em relação aos outros animais. Ademais, o pressuposto da consciência/sensibilidade está presente na construção do regimento da ONG, o que corrobora a responsabilidade e existência concisa do Instituto, pois, nas bases, foi pensado e construído a partir de objetivos que se sustentam no plano das ações.
Por fim, pode-se externar que, mesmo diante de todas as dificuldades financeiras, ainda que possua muitos colaboradores online, fora dos limites da virtualidade,recebe poucas contribuições, no entanto, tal fator não emperra o trabalho da ONG, pois segue firme e se consolida cada vez mais para a cultura do respeito à pluralidade da existência de todos os seres animais e contribui para a reforma da reforma do pensamento da sociedade de Porto Seguro no que tange aos animais.O Instituto A Voz dos Bichos cumpre um dos papéis apregoados por Morin (2003, p. 102) em relação à necessidade de reformar do pensamento da sociedade, o de:– ensinar a cidadania terrena, ensinando a humanidade em sua unidade antropológica e suas diversidades individuais e culturais, bem como em sua comunidade de destino, própria à era planetária, em que todos os animais enfrentam os mesmos problemas vitais e mortais.
A partir das ações do instituto, em longo prazo, a sociedade tornar-se-á cônscia do papel social que ele pode desempenhar na cidade, na região, no Estado, no Nordeste, no país, no Continente e no mundo e, assim, conjuntamente, exigir mudanças dos governos em relação à casa comum, a Terra, em todos os planos: do respeito aos animais, preservação dos ecossistemas mantenedores da vida, justiça social, independente de raça, etnia, credo, identidade sexual, identidade de gênero, distribuição de renda e cultura de respeito a todos os demais seres que habitam o planeta.
A Voz dos Bichos, além de todas as melhorias no que concerne à qualidade de vida dos animais retirados das ruas, desenvolve um papel político de formação da cidadania planetária, mostrando ao humano a urgência do cuidado e respeito à pluralidade da vida. O Instituto provoca o despertar da sociedade em relação ao papel do poder público na vertente apresentada por Passos (1979, p. 20):
Tornam-se, pois, imperiosas e urgentes as providências em favor do meio-ambiente brasileiro por parte das autoridades responsáveis juntando-se, estas, às boas razões apresentadas pelos ecologistas levando a sério a condição vital do problema e antecipando-se à solução dos incidentes ou dos atentados praticados contra a natureza.
No geral, o Instituto exerce influência sobre os imaginários sociais no que concerne à sustentabilidade em todos os campos e vertentes em Porto Seguro: ecologia da ação, ecologia do pensar, ecologia mental, ecologia dos sentidos, ecologia sociopolítica e ecologia do humano.
7 Referências Bibliográficas
BOFF, Leonardo. A águia e a galinha: uma metáfora da condição humana. 51. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.
______________. Sustentabilidade: o que é, o que não é. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012.
BARTHES, Roland. Aula. 14. ed. São Paulo: Editora Cultrix, 1977.
CAPRA, Fritjof. O ponto de mutação. A Ciência, a Sociedade e a Cultura emergente. São Paulo: Cultrix, 2012.
GOHN, Maria da Glória (Org). Movimentos sociais no início do século XXI: antigos e novos atores sociais. 6. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.
GUATTARI, Félix. As três ecologias. Campinas, SP: Papiro, 1990.
LA FONTAINE, Jean de. Fábulas. Antologia. 4. ed. São Paulo: Martin Claret, 2012.
LAVILLE, Christian. DIONNE, Jean. A construção do saber: manual de metodologia da pesquisa em ciências humanas. Porto Alegre: Artmed; Belo Horizonte: Editora UFMG, 1999.
LEFF, Enrique. Saber Ambiental. Sustentabilidade, Racionalidade, Complexidade, Poder. Petrópolis, RJ: Vozes/PNUMA, 2001.
MONTAÑO, Carlos. Terceiro setor e questão social: crítica ao padrão emergente de intervenção social. São Paulo: Cortez, 2002.
MORIN, Edgar. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. 8. Ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003.
MORIN, Edgar. O método: ética. V. 6. 4. ed. Porto Alegre: Sulina, 2011.
PASSOS, Claribalte. Ecologia: o homem no rumo da sobrevivência. Recife: Editora Universitária da UFPE, 1979.
RODRIGUES, Alexandre. Como os gatos veem o mundo. Revista Super Interessante, 2014. Acesso em 19 de março de 2015.
TENÓRIO. F.G. Revista da Administração Pública Rio de Janeiro, Fundação Getúlio Vargas. v. 32, nº 5, set./out. 1998, p. 07-23.
1Por documental, entenda-se corpus textual que ainda não foi publicado, mas à disposição, para análise.
in EcoDebate, 27/05/2016
[cite]
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Parabéns ao professor e amigo Elissandro Santana pelo incrível trabalho. A cidade de Porto Seguro precisa de mais trabalhos como esse nessa linha de pesquisa. Infelizmente ainda são poucos os que falam sobre o tema. Falta apoio e incentivo aos pesquisadores. Mas, ainda bem que temos profissionais de gabarito como o Prof. Elissandro que tanto tenta contribuir com estudos nessa área. Parabéns pelo brilhante profissional que você é. ?????
Muito bem lembrado.
A ONG, admiravelmente tem contribuído de forma direta para o acolhimento de animais abandonados ou maltratados por seres nada humanos. A voz dos bichos, recolhe, cuida, alimenta e busca por FAT- (Família Temporária) dispostas a cuidar dos animais, até a sua adoção definitiva.
Trabalho digno de ser publicado aqui e divulgada por todos.
A Revista mais uma vez, abrindo espaço para conscientização da importância à causas nobres como esta.
Elissandro Santana, espírito de luz, sempre preocupado com questões esquecidas pelas políticas públicas.
Muita Luz à todos.
Parabéns Profe falar o que sobre este texto digamos perfeito como todos os artigos que pública alem de ser de s uma importância para a nossa cidade infelizmente o poder público não da valor a estas iniciativas sucesso Elissandro eterno mestre. Sou sua fã.
O Instituto A Voz dos Bichos desempenha um papel socioambiental importantíssimo para a cidade. Parte da função desempenhada por essa ONG poderia ser atendida pela gestão pública Municipal, mas, infelizmente, o governo pouco ou nada faz. Li o artigo e recomendo!
Caríssimo Elissandro, não conhecia esse Instituto em Porto. Deve ser porque estou fora da cidade há um tempo. Independepende do fato de que não conhecia esta ONG, estou feliz em saber que a cidade conta com um Instituto assim, dado que a cultura do abandono de animais nessa cidade é enorme. Esperando o próximo texto!
Parabéns Elissandro por pesqusar e compartilhar conosco mais um tema tão importante, sempre preocupado com o meio ambiente e a sociedade, congratulo a você e a revista por mais esse artigo publicado
Belíssimo trabalho que a ONG A voz Dos Bichos tem feito em prol dos animais, tanto na conscientização como os cuidados e o amparo aos bichinhos em situações de risco! Elissandro obrigado pelo texto uma atitude bacana que divulga o belo trabalho e a importância do Instituto a Voz dos bichos para a cidade, assim, demonstrando a importância do respeito que todos os seres vivos merecem em prol da vida e nos ajudando a perceber que não estamos sozinhos neste planeta mas que existem muitas vidas, que sofrem pelo nosso egoismo de não entender quantos danos que causamos ao meio ambiente!
Mais um artigo de Elissandro Santana. Nesse trabalho, o pesquisador discorre sobre as contribuições socioambientais do Instituto a Voz dos Bichos.