Dados sobre radiações eletromagnéticas, artigo de Roberto Naime
[EcoDebate] Anastasia Gubin, da Epoch Times fundamenta a reflexão que se exerce. Um dos estudos que cada vez contempla maior relevância, sobretudo devido ao uso crescente de aparelhos eletrônicos por crianças, é o que mede os efeitos da radiação eletromagnética da telefonia celular nos seres humanos.
Foi confirmado que doenças como leucemia em crianças, câncer cerebral em adultos, aborto espontâneo e esclerose lateral amiotrófica, conhecida como “ELA”, possuem mais de 50% de probabilidade de terem sido geradas devido a radiações eletromagnéticas, salienta um artigo publicado nos Cadernos Sociais da Universidade do Chile.
Não há interesse algum em suscitar na opinião pública qualquer forma de alarmismo ou catastrofismo até porque nada disso vai alterar o mundo. Mas não ocorre lembrança de que moléstias como a “ELA”, fossem tão disseminadas há pouco tempo atrás.
Também foram detectadas maiores probabilidades de câncer cerebral em crianças, câncer de mama, feminino e masculino, suicídio, enfermidade de Alzheimer e enfermidades cardiovasculares, incluindo infarto do miocárdio.
O Dr. Andrei Techernitchin, autor principal, explicou ao Epoch Times que o estudo foi orientado para melhorar a legislação chilena. “É uma batalha que vamos ganhando progressivamente, já que as novas leis são um pouco melhores que as anteriores”, afirma o médico, que é docente titular da Faculdade de Medicina.
Os telefones móveis emitem radiações eletromagnéticas de alta frequência para que seja efetuada a transmissão de voz e dados até as antenas repetidoras. Também emitem ondas eletromagnéticas de baixas frequências que estão associadas à funcionalidade do próprio aparelho.
Segundo o informativo, tais radiações causam distintos efeitos no organismo humano. As altas frequências têm efeitos similares aos produzidos por antenas repetidoras, onde os efeitos são diversos e demoram de 10 a 20 anos para se manifestar. São também similares aos efeitos dos aparelhos elétricos e eletrodomésticos.
Um dos estudos analisados por Tchernitchin e sua equipe, observou uma elevação das temperaturas superficial e profunda da cabeça gerada por radiações celulares de 900 Mhz. Ao aplicar a mesma quantidade de radiação em animais, foi detectado um risco de desenvolver linfomas.
Outros autores citados revelaram “de maneira mais conclusiva, que existe um importante aumento do risco de desenvolver um neuroma acústico no lado em que se usa o telefone celular, por 10 ou mais anos, sendo um risco relativo”.
Ao estudar os efeitos da radiação nos leucócitos, descobriu-se uma ação tóxica para os genes a chamada aneuploidia do cromossomo, acontece porque a radiação atua na proteína receptora supressora dos tumores.
Pode ser exaustivo usar estas expressões que não se conhece. É feita a citação só para não descaracterizar a fonte.
Foi demonstrado também que “os campos eletromagnéticos emitidos por telefones celulares alteram os eletroencefalogramas, principalmente durante atividades que envolvem a memória”.
Os telefones celulares provocam uma mudança na temperatura dos tecidos adjacentes, vaso-dilatação e um aumento de óxido nítrico através na cavidade nasal do lado que é usado o telefone, porém não na cavidade nasal contra lateral.
Nos mamíferos, foi observado que a radiação consegue alterar a barreira hemato-encefálica, e isso faz transbordar albumina dos vasos sanguíneos ao tecido cerebral.
“Nas crianças, e em especial naquelas de pouca idade, o efeito da radiação causa um dano maior, especialmente cerebral, em comparação com os adultos”, adverte o estudo do Dr. Tchenitchin, que inclui a colaboração do biólogo Leonardo Gaete, do engenheiro civil Verena Romero e do especialista em eletrônicos de telecomunicações, Moisés Pinilla.
“Isso se deve ao fato de que a espessura do crânio, a distância que deve atravessar a radiação desde o telefone até o cérebro, é significativamente menor nas crianças do que nos adultos”, destaca o médico. Estudos analisados pela equipe revelam que as sequelas são proporcionais ao tempo de exposição e as horas de uso desses aparelhos.
Depois de um acompanhamento de quatro anos a 196 crianças de 7 a 12 anos, esse estudo demonstrou que o uso desses telefones aumentou transtornos da percepção fonética, reduziu a eficiência nas atividades escolares, a capacidade de atenção e memória lógica, e aumentou os indicadores de fadiga.
“Os autores do estudo têm advertido que as possíveis consequências, a curto e longo prazo, de expor às crianças a radiação de micro ondas (proveniente) dos dispositivos de comunicação celular, devem ser reconhecidas responsavelmente a nível mundial”, afirma o Dr. Tchernitchin.
Ele também sugeriu “evitar ao máximo o uso do telefone celular por crianças e gestantes, e evitar ações ou publicidade comercial que incentive o uso de telefone por crianças, tais como desenhos infantis e jogos através desses dispositivos, que incentivam o uso do telefone móvel durante a idade infantil”.
A Organização Mundial da Saúde reconhece certa genotoxicidade e riscos de câncer, ainda que não admita confirmação. A Comissão de Meio Ambiente do Conselho Europeu primeiramente propôs “a proibição de todos os telefones móveis ou sistemas Wifi das escolas”. Porém, logo depois, restringiu sua solicitação para que este uso fosse reduzido.
A radiação eletromagnética proveniente de antenas repetidoras de telefonia celular é a mesma daquela emitida pelos telefones móveis, de acordo com as frequências de operações de cada modelo de aparelho.
“Esse foi o primeiro estudo que demonstrou que a distância mínima de instalação de antenas deve ser superior a 300 metros de locais habitáveis”, disse o Dr. Tchernitchin.
No informativo, o Dr. Tchernitchin descreve também “uma nova entidade patológica, a hipersensibilidade à radiação eletromagnética, que reúne todos esses sintomas como cefaléias intensas, perda da capacidade de concentração, depressão, entre outros sintomas, que causam frequentemente uma deterioração das atividades ocupacionais”.
Ninguém está aqui a imaginar um mundo sem celulares e outras facilidades. Mas bem que um pouco de precaução e equilíbrio não seriam prejudiciais.
Referência:
http://agapan.blogspot.com.br/2014/08/radiacao-eletromagnetica-de-celulares.html
Dr. Roberto Naime, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em Geologia Ambiental. Integrante do corpo Docente do Mestrado e Doutorado em Qualidade Ambiental da Universidade Feevale.
Sugestão de leitura: Celebração da vida [EBook Kindle], por Roberto Naime, na Amazon.
in EcoDebate, 29/03/2016
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Uma informação que talvez ainda não exista (já que a pesquisa nessa área é incipiente e a cada passo que dá para a frente tem que lutar para não recuar vinte com a propaganda contrária) mas que seria muito útil seria ter a noção dos parâmetros de precaução.
Por exemplo, no caso do bacon e outras carnes processadas, o risco de câncer é menor no caso de consumo em quantidades MENORES que 75g/dia, mas acima disso é presente e aumenta consideravelmente com aumentos da “dose”.
No caso de todas (não é a maioria, é TODAS. Mas em alguns casos as doses de precaução são ínfimas. Ainda assim, diferença entre remédio e droga é a dose, e entre seguro e mortal também) as outras substâncias tóxicas, ocorre a mesma coisa. Há sempre uma dose de precaução, em que quantidades menores do que esta não causam danos significativos ( lembrando-se que é biologia, não exatas, e alguns seres podem ser extremamente sensíveis a doses mínimas do veneno… chamamos isso de “alergia”) à maioria da população.
Ou seja, quantas horas/dia de exposição à radiação de um celular, por exemplo, podem ser seguras? A partir de quanto tempo de exposição há perigo?
A dose de precaução talvez não seja em horas/dia, mas duvido um tanto. Se a radiação eletromagnética fosse tão tóxica, não haveriam dúvidas quanto a essa toxicidade (como não há em relação à radiação mesmo, aquela do urânio, rádio e assemelhados). É possível e acho que provável que a dose de segurança esteja em um limiar mais ou menos alto, como 2-3 horas por dia (chute), e isso seja um dos fatores a atrapalhar os estudos epidemiológicos (aumentando muito o número de pessoas sem sintomas, ao mesmo tempo que os sintomas estão presentes nas pessoas com uso maior, o que também é comum na nossa sociedade).
Concordo integralmente contigo…a gente só não faz exercícios de precaução por falta de referências…
E é exatamente o que tu observas, pesquisas nesta área não evoluem…
Abs…
RNaime