Produção própria de semente de feijão fortalece segurança alimentar e a autonomia do agricultor familiar
A Embrapa disponibiliza aos agricultores, principalmente, os pequenos produtores familiares de feijão, além dos camponeses e extrativistas a publicação ‘Produção Informal de Sementes de Feijão Comum’, um lançamento da Embrapa Arroz e Feijão, produzido pelo fisiologista, Agostinho Dirceu Didonet.
A cartilha que tem a parceria da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) no custeio da impressão destaca os processos, as características e algumas técnicas simples que possibilitam a produção própria de sementes informais de melhor qualidade pelos agricultores familiares.
A importância em resguardar a produção própria de sementes é a garantia de que a semente esteja disponível para os agricultores no momento e na época mais adequada ao plantio, contribuindo para a autonomia na produção do feijão e sua segurança alimentar.
Outro ponto destacado no documento se refere às sementes crioulas de propriedade dos agricultores, que são e continuam sendo cultivadas e selecionadas por eles ano após ano. Estas sementes crioulas atendem às necessidades dos agricultores e estão adaptadas aos seus sistemas de produção e às suas práticas de manejo locais.
O agricultor que cultiva em pequenas áreas de feijão para autoconsumo e venda ou troca do excedente, geralmente utiliza sementes de cultivares tradicionais (crioulas), já conhecidas e bem adaptadas ao seu sistema de cultivo.
Estas cultivares frequentemente apresentam produtividades menores que as sementes das cultivares adquiridas no mercado, mas são melhor inseridas ao sistema produtivo ou têm atributos específicos considerados melhores pelo agricultor.
Tais atributos incluem questões de costumes e tradições, além da questão produtiva (sistema de produção e manejo da propriedade utilizado pelo agricultor) e da culinária, que são encontrados nestas cultivares pelos agricultores.
Além disso, com a própria semente o produtor garante que irá plantar a cultivar de sua preferência. O motivo desta preferência passa pela adaptabilidade ao sistema produtivo em uso, a segurança na produtividade, a preferência no mercado local, a culinária tradicional, aos costumes familiares e principalmente por questões de gênero.
Pela nova Lei que instituiu o Sistema Nacional de Sementes e Mudas ninguém pode proibir um agricultor familiar de produzir e vender suas sementes locais para outros agricultores familiares, inclusive nas feiras, como também, não existe mais nenhum impedimento para que as prefeituras e os governos usem sementes locais nos seus programas de distribuição ou troca-troca de sementes.
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Por Hélio Magalhães (4911 MTb/MG) , Embrapa Arroz e Feijão, in EcoDebate, 18/02/2016
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