Pesquisa sobre os Resíduos Sólidos, Educação Ambiental e Responsabilidade Compartilhada – Resultados e análises 1
O Centro de Assessoria em Resíduos Sólidos e Educação Ambiental – Cenatec Ltda. coordena uma ação coletiva de responsabilidade ambiental e social – Projeto Escolas Sustentáveis, o futuro está presente! voltada à capacitação das comunidades escolares para o ensino/aprendizagem contextualizado da educação ambiental, o diálogo e a colaboração entre a educação ambiental formal e não formal conforme estabelecido na Lei 9.795/1999 que constitui a Política Nacional de Educação Ambiental.
Um dos objetivos deste projeto é o desenvolvimento de pesquisas que possibilitem o desenvolvimento de projetos integrados à cidadania e responsabilidade socioambiental, estabelecendo metodologias pedagógicas que respeitem e estimulem as representações sociais positivas sobre o meio ambiente, seja nas comunidades escolares ou na sociedade, contribuindo para a construção de um país sustentável, com livre iniciativa de ações e pensamentos, diálogo e colaboração permanente entre a educação pública e o conjunto dos atores sociais e econômicos, todos legalmente responsáveis pelo desenvolvimento da educação ambiental no Brasil.
No segundo semestre/2015, o Cenatec e Projeto Escolas Sustentáveis realizaram uma pesquisa sobre os resíduos sólidos, a educação ambiental e a responsabilidade compartilhada pós consumo. Este é o primeiro artigo com análises e avaliações dos resultados obtidos. Ao final deste e dos próximos artigos, estarão inseridos alguns comentários dos participantes da pesquisa considerados relevantes como informações adicionais. Para a captação das respostas utilizou-se um serviço especializado em questionários online para acesso às dez questões, sendo nove de múltipla escolha e uma opcional e descritiva para informações e comentários complementares considerados importantes pelos participantes. O período de realização foi de 23 de junho a 22 de dezembro de 2015, com 284 participantes dos quais 97 deixaram comentários e observações.
A primeira questão de múltipla escolha solicitou que os participantes se identificassem como segmento consumidor com as seguintes opções: Cidadã/cidadão; Empresa; ONG/Oscip; Associação/cooperativa/sindicato; Órgão público; Escola pública/comunitária/privada. Nesta questão, foram 282 respostas com 02 participantes que não responderam, com os seguintes resultados:
– Cidadã/cidadão: 221 respostas com 78,37%;
– Empresa: 16 respostas com 5,67%;
– ONG/Oscip: 08 respostas com 2,84%;
– Associação/cooperativa/sindicato: 05 respostas com 1,77%;
– Órgão público: 17 respostas com 6,03%;
– Escola pública/comunitária/privada: 15 respostas com 5,32%.
Portanto, os participantes optaram majoritariamente por responderem à pesquisa individualmente como cidadãos com 78,37% das respostas identificadas com esta alternativa. Uma opção que poderia ter sido acrescentada são os condomínios, considerando que aproximadamente 10% da população brasileira vivem nestes espaços de acordo com o Censo Demográfico 2010 do IBGE, mas provavelmente isso não alteraria significativamente os resultados.
A segunda questão de múltipla escolha solicitou que os participantes identificassem a região geográfica brasileira em que estavam localizados. Foram 283 respostas com 01 participante que não respondeu e os seguintes resultados:
– Centro Oeste: 31 respostas com 10,95%;
– Nordeste: 37 respostas com 13,07%;
– Norte: 14 respostas com 4,95%;
– Sudeste: 119 respostas com 42,05%;
– Sul: 82 respostas com 28,98%.
A Região Sudeste destaca-se com um número bem superior de participantes em relação às outras regiões com 119 respostas e 42,05%. A Região Sul em segundo lugar com 82 respostas e 28,98% obteve o mesmo número de participantes das outras três regiões, Centro Oeste, Nordeste e Norte, que juntas obtiveram também 82 respostas e o mesmo índice percentual. Estas diferenças regionais estão relacionadas com os aspectos econômicos, acesso às tecnologias digitais, quantidade de equipamentos disponíveis, qualidade das conexões de internet, projetos de inclusão digital, formação e capacitação dos recursos humanos, deficiências de infra estrutura, evidenciando uma acentuada diferença de acesso e disponibilidade às informações em uma ampla área do Brasil.
Alguns comentários dos participantes:
“Trabalhar a Educação Ambiental é um item essencial para o mundo em que vivemos, temos que atingir o público de maneira fácil e direta. […] ter a capacidade de pelo menos ajudarmos com a separação em casa, ajudando assim todo o processo e tornar dessa atividade uma coisa rotineira enquadrando de vez isso em nossas vidas”. Participante nº 31, quinta feira, 23 de julho de 2015, 11 h 39 min.
“Educação Ambiental em todos os níveis e o cumprimento da PNRS”. Participante nº 36, quinta feira, 23 de julho de 2015, 20 h 21 min.
“Campanhas educativas massivas que estimulem a compreensão dos 3R, redução, reutilização e reciclagem; normatização e difusão da legislação sobre logística reversa e responsabilidade com a mesma”. Participante nº 47, quarta feira, 29 de julho de 2015, 15 h 45 min.
Antonio Silvio Hendges, Professor de Biologia e articulista no EcoDebate, pós graduação em Auditorias Ambientais, assessoria em educação ambiental e resíduos sólidos
www.cenatecbrasil.blogspot.com.br
in EcoDebate, 22/01/2016
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Da abolição do capitalismo, nem se fala;
Do planejamento, a nível planetário, para rápida redução da população humana, nem sse fala;
Então, chega de falar bobagens!
Abolição do capitalismo? Não precisamos, nem é possível. Podemos sim buscar aperfeiçoá-lo, adequá-lo às necessidades atuais. E muitos estão empenhados nisso. Rápida redução da população é muito improvável. Qualquer medida demográfica requer tempo e estrutura complexa para vermos seus primeiros efeitos. Ademais, reduzir população tem relação direta com distribuição menos desigual de riquezas materiais no mundo. Enfim, são trabalhos hercúleos, planetários, que requerem muita força de vontade e persistência. E iniciativas como essa pesquisa são pequenos passos, porém significativos. Vamos prosseguir e persistir.