Lideranças indígenas de seis povos (Guarani-kaiowá, Terena, Munduruku, Baré, kambeba e Baniwa) realizam ato em protesto ao assassinato do líder Guarani-Kaiowá, Simeão Vilhalva . Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Por causa do conflito fundiário entre índios guarani-kaiowá e fazendeiros em Mato Grosso do Sul, o Ministério da Justiça pode reforçar a presença da Polícia Federal e da Força Nacional no estado. A informação é do presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), João Pedro Gonçalves da Costa, que participou ontem (21) de evento no Museu do Índio, no Rio de Janeiro.
De acordo com Gonçalves da Costa, é mais difícil ampliar a presença do Exército, porque isso depende de decisão da Presidência da República, enquanto que a Polícia Federal e a Força Nacional são subordinadas ao Ministério da Justiça, assim como a Funai.
“A Funai não aceita esse tipo de agressão aos povos Terena e Guarani, queremos repudiar essa atitude, que é um caso de polícia. Então, temos que ampliar [a presença das forças de segurança], porque o Exército está em um território apenas de fronteira. Queremos repelir esses ataques, repudiar essa violência contra o povo guarani. A nossa iniciativa é no sentido de coibir a violência, de coibir essas agressões. A Polícia Federal está atuando, a Força Nacional também, o Exército está em uma localidade da fronteira com o Paraguai”.
Gonçalves da Costa confirmou que no último sábado, por volta das 5h, um grupo com cerca de 15 guaranis, inclusive jovens e crianças, foi agredido na região da cidade de Iguatemi, próximo à fronteira com o Paraguai e à divisa com o Paraná.
“Eles foram esmurrados, amarrados e levados para a margem de um rio. A equipe da Funai foi para lá, passou o final de semana junto, providenciou o exame de corpo de delito, denunciamos na polícia estadual e [reforçamos] a presença da Polícia Federal nas vicinais, nas estradas ali, para evitar o confronto”.
O líder indígena Akiaboro Kayapó, de Moikaraku, no Pará, afirmou que só este ano, 16 índios foram mortos nos confrontos com os fazendeiros de Mato Grosso do Sul. “É por isso que eu estou anunciando para todos, na frente das autoridades, para cobrar o Brasil, cobrar os juízes e cobrar os brasileiros, para respeitar nossos parentes. Os parentes morreram nas mãos dos fazendeiros, mataram eles, massacraram, uma coisa triste. Eles saem para caçar e os fazendeiros cercam e matam eles. Cadê a justiça do Brasil?”, questiona.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, participou de uma reunião em Campo Grande, no começo do mês, para mediar o conflito, e disse que o governo federal vai atuar nas negociações. Segundo Gonçalves da Costra, está sendo aberta uma mesa de negociações para definir terras indígenas a fim de evitar confrontos”, informou Costa.
Segundo o presidente da Funai, os estudos para as demarcações das terras indígenas vão continuar, e já foram reativados grupos de trabalho que estão indo a campo fazer o levantamento das áreas.
Por Akemi Nitahara, da Agência Brasil , in EcoDebate , 22/09/2015
[ O conteúdo da EcoDebate pode ser copiado, reproduzido e/ou distribuído, desde que seja dado crédito ao autor, à EcoDebate e, se for o caso, à fonte primária da informação ]
Inclusão na lista de distribuição do Boletim Diário da revista eletrônica EcoDebate
Caso queira ser incluído(a) na lista de distribuição de nosso boletim diário, basta enviar um email para newsletter_ecodebate+subscribe@googlegroups.com . O seu e-mail será incluído e você receberá uma mensagem solicitando que confirme a inscrição.
O EcoDebate não pratica SPAM e a exigência de confirmação do e-mail de origem visa evitar que seu e-mail seja incluído indevidamente por terceiros.
Remoção da lista de distribuição do Boletim Diário da revista eletrônica EcoDebate
Para cancelar a sua inscrição neste grupo, envie um e-mail para newsletter_ecodebate+unsubscribe@googlegroups.com ou ecodebate@ecodebate.com.br. O seu e-mail será removido e você receberá uma mensagem confirmando a remoção. Observe que a remoção é automática mas não é instantânea.
Alexa