342 aristocratas para cassar 54,5 milhões de plebeus, artigo de Roberto Malvezzi (Gogó)
[EcoDebate] O Brasil vive um regime político chamado de aristocracia, isto é, o governo dos melhores. São os homens do agronegócio, da indústria, dos bancos, que ocupam o Congresso e que decidirão o futuro do governo brasileiro.
À época do Brasil Império eram os donos das terras, das raízes (mandioca), homens de “bens”, isto é, de posses, que podiam ser eleitos. A plebe e as mulheres não votavam, muito menos podiam ser eleitos. Então, os que tinham bens, eram considerados os bons.
Hoje a Câmara dos Deputados é composta por 513 representantes. São necessários 342 votos para cassar o mandato da atual presidente. E é a isso que eles se propõem.
Os bons são homens insuspeitos e honrados, como Cassio Cunha Lima, Eduardo Cunha, Paulinho da Força Sindical, Aécio Neves e os nobres que os seguem. São biografias imaculadas, sem mancha e conhecidos pela sua magnanimidade e grandeza política.
Faz parte dessa aristocracia brasileira juristas como Gilmar Mendes, o homem que disse que vai “cassar o mandato de Dilma”.
Eles se respaldam na tão nobre mídia tradicional brasileira, também composta de aristocratas, como os Mesquitas (Estado de São Paulo), Frias (Folha de São Paulo), Civita (Editora Abril) e Marinho (Globo), além de tantos outros de menor expressão, mas também da aristocracia brasileira.
Com o advento da internet e das redes sociais esses organismos de mídia já não decidem mais as eleições brasileiras, mas podem perfeitamente colaborar na derrubada da plebe por seus representantes da aristocracia.
Se vivêssemos em uma democracia, valeria o voto dos plebeus, ou a vontade de os 54,5 milhões de eleitores que escolheram majoritariamente seu candidato nas últimas eleições. Mas, nas aristocracias o voto da plebe não tem valor.
Então, importa os dados do Data Folha, ou do Ibope, sobre a popularidade atual da presidente. São essas pesquisas que dão a legitimidade de um mandato, não o voto cravado pelo povo nas urnas. Ou então, decidem picuinhas jurídicas, como pedaladas fiscais e dúvidas sobre dinheiro de campanha.
Melhor assim. Afinal, o povo nada sabe, não tem poder de decisão e nem deveria votar. A não ser que votasse conforme a vontade dos aristocratas.
Roberto Malvezzi (Gogó), Articulista do Portal EcoDebate, possui formação em Filosofia, Teologia e Estudos Sociais. Atua na Equipe CPP/CPT do São Francisco.
in EcoDebate, 17/09/2015
[cite]
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Caro articulista
Acho que a lista de “nobres” do Congresso está incompleta, pois faltou incluir aqueles políticos do Partido Dominante e adjacentes que mais pertencem à alta burguesia do que propriamente dito, ao “proletariado” , conforme as noticiais que permeiam estes Pais de norte a sul!
Além do mais, é bom lembrar que as “forças progressistas” há 12 anos, detem maioria no Congresso e não as forças “aristocráticas”!
Um jornal ambiental não deveria ser publicado artigo políticos e muito menos incorretos.
Prezado Emilio,
A revista eletrônica EcoDebate trata de cidadania e meio ambiente, de modo que temas políticos podem ser cobertos, porque tratam-se de questões de cidadania.
Por outro lado, impedir que o autor expresse livremente sua opinião seria uma censura, inaceitável por definição em qualquer veículo de comunicação minimamente responsável. Qualquer indivíduo tem o direito de manifestar, livremente, opiniões, ideias e pensamentos. Isto vale para o autor, para você e qualquer outra pessoa.
Atenciosamente
Henrique Cortez
editor
Os chamados “Aristocratas” nunca ganharam tanto dinheiro como nos trezes anos de governo “progressista”…rápidas buscas na internet podem revelar os lucros dos bancos, do agronegócio e indústria, principalmente a automobilistica.
As mídias ditas “golpistas”, em rápidas análises de dados dos órgãos de comunicação do governo, nunca receberam tanto em verbas publicitárias dos aparatos publicos.
Por que, com este cenário, se auto apunhalariam em não querer a manutenção deste governo que tanto os subsidias?
Estamos vivendo um momento com se fosse uma guerra civil virtual em nosso Brasil. Um portal que trata de assuntos de cidadania e meio ambiente, ao meu ver, deveria se preocupar mais com a defesa do meio ambiente do que da defesa de políticos. Enquanto milhões de hectares de terras estão sendo unindadas para produção de energia elétrica, nós brasileiros pagamos aproximadamente R$16.000.000,00 (dezesseis milhões de reais) por dia para aterrar aproximadamente 200 mil toneladas de lixo que poderia estar gerando energia, sem contar, com a falta de incentivo econômico e fiscal para que os catadores de materais recicláveis pudessem reciclar os materiais recolhidos por eles, ao invés de tão somente recolhe-los e separá-los para os atravessadores.
Prezado Elias,
Realmente, estamos em um momento no qual a intolerância é crescente, inclusive com aberta rejeição a qualquer opinião que não seja a própria. Os artigos de opinião, como este, são importantes para fomentar o debate e a reflexão, como dissemos ao Emilio Mori.
No mais, em 10 anos de existência, já provamos publicamente nossa militância pela causa socioambiental e quase 30 mil notícias, artigos e reportagens são prova disso.
Atenciosamente
Henrique Cortez, editor
Bom dia Henrique!
Não quis ser intransigente com a minha matéria, apenas aproveitar o gancho de um portal tão direcionado aos problemas socioambientais do Brasil para dar o meu recado a respeito da disposição final dos resíduos sólidos, que a meu ver estão tendo destinaçãos incorretas.
A Lei 12.305, que depois de 19 anos tramitando no Congresso e passando por várias reformas até ser aprovada, permite à incineração dos resíduos sólidos, depois de esgotadas todas as possibilidades de reciclagem. Ok!
Acontece que todas as tentativas de implantação dessas usinas termoelétricas movidas a lixo no Brasil, acabam sendo derrubadas através das audiências públicas que são patrocinadas pelas concessionárias dos aterros sanitários, que por sua vez não querem perder a boquinha, que, diga-se de passagem, é um bocão, de continuar recebendo por toneladas de lixos aterrados.
O MNCR é contra a incineração alegando que esta vai tirar os materiais nobres da reciclagem, como o plástico e o papelão. Porém, se fizer um estudo gravimétrico em qualquer lixão e/ou, aterro sanitário do Brasil vai-se encontrar um volume expressivo desses materiais sendo aterrados.
O que eu penso é que deveria ser criada uma Portaria para disciplinar o que pode e o que não pode ser incinerado. Ex.: Nem todos os tipos de plásticos são recicláveis e, mesmo aqueles que podem ser reciclados, alguns não são lucrativos. O papelão mole e colorido não são recolhidos pelos catadores porque não têm preços compensadores. Nem sempre a reciclagem é benéfica para o Brasil porque em alguns casos, o gasto com água e energia elétrica é maior que o preço alcançado no produto final. As Cooperativas que recebem os materiais oriundos das coletas seletivas, após a triagem, acabam descartando algo em torno de 30% para os aterros sanitários, enquanto que os catadores que estão nas ruas não recolhem sequer, 30% do material reciclável, porque não lhes interessa catar os materiais de baixo preço.
Outro fator importante a ser analisado na incineração é o material orgânico. Quando este material vai para o aterro sanitário, veja que não estamos falando de lixões, depois de aterrados é que começam a causar os problemas ambientais. A decantação do chorume nem sempre é perfeita e muita mal fiscalizada. Os gases não são aproveitados e, muito menos filtrados antes de serem lançados na atmosfera.
Eu gostaria muito que este Portal Eletrônico debatesse muito os prós e contras, tanto da incineração quanto da disposição final em aterros, a fim de que o lixo não continue sendo apenas instrumento de lucros para meia dúzia de políticos afortunados que detêm as concessões dos aterros sanitários.
É a minha opinião!
Prezado Elias,
Não criticamos sua opinião e não percebemos intransigência de sua parte, mas destacamos que a sociedade, no Brasil e no mundo, passa por um momento de intolerância crescente. O maniqueísmo, em qualquer situação, é sempre excludente em relação aos outros.
Quanto ao ‘gancho’, agora, com seu novo comentário, ele ficou claro, para nós e nossos(as) leitores(as). Agradecemos pelas informações prestadas.
O tema ‘resíduos sólidos’ é intensamente discutido aqui no EcoDebate. Basta acessar a tag.
Atenciosamente
Henrique Cortez
editor
Li outros artigos do Bozó e este realmente é absurdamente medíocre, míope e desinformado. Quer impressionar só pelo título, mas o conteúdo é ruim. Uma decepção! Leva a pensar que Bozó está a curtir alguma boquinha federal ou usufruindo dos seus benefícios. Fico com os comentários que sugerem que o jornal se preocupe com as políticas ambientais e as econômicas que a influenciam. E óbvio, com os que a fazem, políticas desastrosas como as do atual governo federal, uma gestão ecocida, etnocida e economicida, que merece sim ser defenestrada pelo povo e seus representantes no Congresso Nacional.
É MINHA MODESTA OPINIÃO.
Tudo que foi dito no artigo ora comentado corresponde a uma realidade palpável, predominante no Brasil, desde a invasão dos europeus, no início do século XVI, e em todos os países capitalistas, atualmente.
Como bem disse o autor do artigo, vive-se sob o domínio da aristocracia disfarçado de democracia.
É natural que tão clara exposição da dominação aristocrata sobre os plebeus não agrade aos senhores aristocratas, que preferem se manter disfarçados de democratas.
Será que chegará o dia em que a aristocracia, lançará fora os disfarces e se mostrará, abertamente, como detentora de todos os poderes e exploradora dos plebeus?
Não acredito que chegue esse dia, pois, se chegasse, o jogo se tornaria muito complicado para a aristocracia.
É minha modesta opinião.
Nota: se o artigo em apreço tem a finalidade de favorecer a Igreja Católica, da qual faz parte o autor, e uma questão que ficará em aberto, mas, particularmente, creio que sim.
Concordo inteiramente com o Charles. E acrescento: fanáticos, apegados a uma ideologia insana, que deu errado em todo mundo, vivem fora da realidade dos fatos. É inútil argumentar com esse tipo de gente. Nem no vocabulário eles evoluíram. O senhor Bozó, tem uma forma muito própria de fazer cálculos, ignorando que 93 por cento dos brasileiros são contra esse desgoverno, querem a extinção do PT e a saída da presidente! Os fatos e provas, estão na Operação Lava Jato. Não dá para discutir com gente assim. Por isso, fico por aqui. Nem se deem ao trabalho de responder, porque meu tempo é precioso, inclusive para defender o meu país dessa corja. Sulema Mendes de Budin