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Artigo

Os resíduos de saúde no Brasil em 2014, artigo de Antonio Silvio Hendges

 

Os resíduos de saúde no Brasil em 2014, artigo de Antonio Silvio Hendges

[EcoDebate]

O Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil em 2014 publicado pela Abrelpe – Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais traz as informações sobre os resíduos dos serviços de saúde – RSS coletados e encaminhados para destinação final, especificados por regiões e com os totais nacionais obtidos através da somatória das projeções regionais.

A Lei 12.305/2010 estabelece que estes resíduos sejam responsabilidade dos geradores que devem elaborar planos de gerenciamento adequados à sua gestão ambientalmente adequada, além de se observarem normas técnicas específicas quanto a sua coleta, tratamento prévio e destinação final. Muitos municípios não informaram a existência dos tratamentos prévios especificados, contrariando as normas legais e possivelmente impactando negativamente a saúde dos trabalhadores desta área, a saúde pública e o meio ambiente.

Dos 5.570 municípios do Brasil, 4.526 prestaram total ou parcialmente no ano de 2014 serviços de manejo dos resíduos de saúde, com produção média de 1,306 Kg/habitante/ano. Em relação a 2013, o total coletado aumentou 5% e a média anual por habitante 4,1%.

Regiões

2013

Ton/ano – Kg/hab/ano

2014

População

RSS coletados

Ton/ano

Kg/hab/ano

Sul

13.436 – 0,467

29.016.114

14.182

0,489

Sudeste

174.266 – 2,063

85.115.623

182.880

2,149

Centro Oeste

18.894 – 1,260

15.219.608

19.625

1,289

Nordeste

36.458 – 0,653

56.186.190

38.519

0,686

Norte

9.174 – 0,539

17.261.983

9.635

0,558

Brasil

252.228 – 1,254

202.799.518

264.841

1,306

Resíduos sólidos de saúde coletados pelos municípios brasileiros em 2013/2014.

Fonte – Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil em 2014 – Abrelpe.

Em relação ao destino final, incineração é o principal método com 44,5%; autoclave com 21,9%; micro-ondas com 2,5%; e outras formas não especificadas com 31,1% foram declaradas nesta pesquisa.

Na capacidade instalada para o tratamento dos RSS e considerando-se o país, autoclave possui capacidade para tratar 109.574 ton/ano; incineração 74.224 ton/ano; micro-ondas 50.856 ton/ano, sendo que neste método a Abrelpe considerou 31.200 ton/ano da Região Sudeste que são tratadas por Desativação Eletrotérmica – ETD.

A tecnologia de micro-ondas para o tratamento dos RSS está presente somente nas regiões Sudeste (47.112 ton/ano) e Sul (3.744 ton/ano). O total da capacidade instalada para o tratamento dos RSS no país é de 234.654 ton/ano. Na pesquisa da Abrelpe não está declarado o(s) destino(s) das 30.187 toneladas excedentes à capacidade de tratamento instalada.

Antonio Silvio Hendges, Articulista no EcoDebate, professor de Biologia, pós-graduação em Auditorias Ambientais, assessoria em educação ambiental e sustentabilidade – www.cenatecbrasil.blogspot.com.br

in EcoDebate, 13/08/2015

[cite]


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One thought on “Os resíduos de saúde no Brasil em 2014, artigo de Antonio Silvio Hendges

  • Marcos Paulo Gomes Mol

    Boa reflexão. Vale lembrar que a legislação sobre os RSS é bem mais antiga que PNRS (apenas a RDC ANVISA 306 é de 2004, e antes havia outras regulamentações). E é interessante reforçar também que a ABRELPE não é órgão oficial, ou seja, por mais que se esforcem ainda não conseguem chegar nos dados “reais” do país – temo que a discrepância é ainda maior de RSS destinados de forma incorreta no país.

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