Podcast: Crianças são principal vítima da falta de acesso a água tratada no AM
Por Ariane Póvoa, da Radioagência Nacional
Uma das 12 aldeias Yanomami, localizadas no município de Santa Isabel do Rio Negro, há cerca de 630 quilômetros de Manaus, no Amazonas, vai receber, no próximo semestre, um purificador para desinfectar a água do Rio Marauiá.
O equipamento é uma inovação desenvolvida pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e utiliza raios ultravioleta no processo de descontaminação da água, que se torna própria para o consumo em poucos segundos.
De acordo com o inventor do aparelho, o pesquisador Roland Vetter, a ideia do purificador surgiu em 2006, a partir do pedido dos povos Deni, das aldeias do rio Xeruã, na região sul do estado. Os índios relatavam que a população, principalmente crianças, estava morrendo pelo consumo de água poluída.
O pesquisador explica a importância do equipamento.
Sonora: “É muito importante porque quase todas as pessoas que tomam a água de um rio, de um igarapé, a água é infectada. Eu também não sabia disso. Eu pensei que a água na Amazônia é fantástica, mas não é. No estado do Amazonas e no Roraima, foi 2013, foram mais do que mil pessoas, metade crianças, que morreram por causa da água”.
O equipamento pesa 13 quilos, purifica até 400 litros de água por hora e utiliza energia solar e bateria. A lâmpada ultravioleta do aparelho pode durar até três anos. A tecnologia já foi implantada em 19 comunidades do município de Benjamim Constant e em mais oito aldeias indígenas.
Para o coordenador do Serviço de Cooperação com o Povo Yanomami, associação civil e sem fins lucrativos, Silvio Cavuscens, a primeira aldeia Yanomami que vai receber o equipamento ainda será definida com os comunitários. Segundo ele, a expectativa é que a implantação do purificador beneficie até 300 indígenas que enfrentam problemas graves de saúde por causa do consumo de água poluída.
Sonora: “Tem vários anos que a gente percebe esse problema da água, mas esse aparelho da forma como ele se apresenta, ele atende realmente às expectativas de uma comunidade rural, longe de tudo, com custo relativamente baixo e com maior garantia. Por conta de tudo isso, a gente pensa que é uma tecnologia adaptava à nossa realidade amazônica, em particular dessas comunidades indígenas”.
De acordo com o Inpa, o equipamento despertou interesse de outros países. No próximo dia 10 de julho, o instituto vai instalar dois aparelhos em Nampula, no interior de Moçambique, na África.
Se preferir, pode ouvir a entrevista no seu player ou fazer o download do arquivo MP3 clicando aqui.
Publicado no Portal EcoDebate, 25/05/2015
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O tratamento por radiação ultravioleta altera o DNA das bactérias, impedindo-as de se reproduzirem e tornando-as inócuas.
Excelente tecnologia! Há que implementá-la em todas as zonas indígenas.