Bolsa Família: gestantes começam pré-natal mais cedo
Implementação de benefício específico para mulheres grávidas aumentou a identificação de gestação até a 12ª semana, o que contribui para a saúde da mãe e do bebê
O estudo foi realizado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), a partir dos dados do Cadastro Único e do Sistema de Gestão do Programa Bolsa Família na Saúde, do Ministério da Saúde. Foram analisados os dados de 938.970 gestantes que participam do programa, identificadas entre janeiro de 2010 e dezembro de 2013.
O Benefício Variável Gestante é pago por nove meses, a partir do momento que a gestante é identificada pelo poder público. Elas têm o compromisso de ir às consultas de pré-natal. O poder público também se compromete a oferecer o atendimento na rede pública de saúde e a orientar corretamente as famílias. Em março de 2015, o benefício foi pago a 315,5 mil gestantes no programa de complementação de renda.
“O acompanhamento da gravidez desde o começo certamente contribui para a queda da mortalidade infantil e do número de partos prematuros”, avalia a ministra Tereza Campelo. Outro estudo publicado em 2013, pela revista inglesa The Lancet, relacionou o Bolsa Família à queda de 19,4% da mortalidade infantil em cinco anos, entre 2004 e 2009. A redução da mortalidade infantil por causas associadas à pobreza foi ainda maior no período: caiu 46% a mortalidade por diarreia e 58%, por desnutrição.
O acompanhamento pré-natal é muito importante para a saúde da mulher e o desenvolvimento do bebê. É realizado por profissionais de saúde e deve ser iniciado, de preferência, nos três primeiros meses da gestação (até, no máximo, a 12ª semana). O ideal é que a gestante realize, pelo menos, seis consultas. “A captação precoce tem efeitos sobre vários aspectos da atenção à saúde, como o aumento de consultas de pré-natal realizadas pela mãe e a diminuição de doenças ligadas à gravidez, entre as quais o diabetes gestacional”, explica Flávio Cireno, coordenador-geral de Integração e Análise de Informações do MDS.
Sem mitos – O pagamento de um benefício específico para gestantes não significa que o Programa Bolsa Família estimula as mulheres de baixa renda a terem mais filhos. Essa ideia não passa de um mito. Em 10 anos, desde que o Bolsa Família foi criado, o número médio de filhos nas famílias mais pobres do país caiu mais do que a média brasileira.
Entre 2003 e 2013, enquanto o número de filhos até 14 anos caía 10,7% no Brasil, as famílias 20% mais pobres do país — faixa da população que coincide com o público beneficiário do programa de complementação de renda — registravam uma queda mais intensa: 15,7%. No Nordeste, a redução foi ainda maior, chegando a 26,4% no período analisado.
Esses resultados foram divulgados no fim de março de 2015 e têm como base dados colhidos nas sucessivas edições da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE. Leia mais aqui.
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Fonte: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome – MDS
Publicado no Portal EcoDebate, 16/04/2015
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O país dos beneficios e das roubalheiras….
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