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Artigo

Pesquisa sobre a Educação Ambiental no Brasil – valiação dos resultados V, por Antonio Silvio Hendges

 

artigo

 

Análise dos resultados V – Responsabilidades da educação não formal e modelo social

[EcoDebate] Neste artigo de divulgação e análise dos resultados da pesquisa online sobre a educação ambiental no Brasil, realizada no segundo semestre/2014 pelo Projeto Escolas Sustentáveis/Cenatec, Projeto AJO Ambiental e os Grupos SOS Meio Ambiente que divulgam e debatem nas redes sociais temas relacionados à sustentabilidade, analisaremos as sétima e oitava questões propostas aos entrevistados e que solicitavam a opinião destes sobre as responsabilidades atribuídas às instituições da sociedade, responsáveis na Política Nacional de Educação Ambiental – Lei 9.795/1999 e Decreto 4.281/2002 – pela educação não formal, relacionada diretamente aos aspectos ambientais e sociais de responsabilidade coletiva destas instituições para com a sociedade e as comunidades em que estão inseridas e também como as entidades reconhecem os valores da ética, solidariedade e sustentabilidade. Os artigos anteriores que abordam esta pesquisa podem ser acessados aqui no Portal EcoDebate.

A sétima questão, obteve 195 respostas em um total de 198 entrevistados na pesquisa, que responderam, escolhendo uma entre quatro alternativas, a pergunta: “Quanto à educação ambiental não formal, realizada pela sociedade, empresas, sindicatos, cooperativas, igrejas, veículos de comunicação, ONGs, como sua entidade entende esta responsabilidade”?

– A educação ambiental é uma responsabilidade compartilhada entre a sociedade e o Estado e há necessidade de diálogo entre as escolas e as entidades externas para a realização de ações conjuntas eficazes eficientes e contextualizadas: 82,05% com 160 respostas;

– A educação ambiental é uma responsabilidade do Estado através da educação formal estabelecida nos currículos escolares: 1,03% com 02 respostas;

– A educação ambiental não formal deve ser dirigida prioritariamente para a capacitação dos agentes internos às atividades desenvolvidas pelas entidades: 1,54% com 03 respostas;

– A educação ambiental não formal, além da capacitação interna às organizações também deve desenvolver projetos e programas direcionados ao público externo às suas atividades: 15,38% com 30 respostas.

Fica evidente que a responsabilidade compartilhada entre a sociedade e o Estado para a promoção da educação ambiental e o diálogo constante e permanente entre as instituições de ensino e as organizações externas da sociedade civil tem um amplo apoio entre os pesquisados, com 82,05% das respostas optando por esta alternativa. A segunda opção mais assinalada com 15,38% também aponta para o desenvolvimento de programas e projetos educativos externos às organizações, fortalecendo a responsabilidade ambiental e social compartilhada pela educação ambiental não formal.

Uma forma dos entes estatais – União, Estados e Municípios – incentivarem o desenvolvimento de programas e projetos não formais de educação ambiental é através de incentivos fiscais e tributários às empresas que investirem, apoiarem ou adotarem em seus sistemas de gestão ações neste sentido, inclusive possibilitando a ação conjunta destas com outras organizações como sindicatos, cooperativas, organizações da sociedade civil, escolas e comunidades escolares. Evidentemente que estes projetos e programas não podem se constituir em estratégias de marketing corporativo ou serem associados a produtos, serviços, propagandas e/ou comercialização, respeitando as diretrizes, princípios e objetivos da Política Nacional de Educação Ambiental – Lei 9.795/1999.

A oitava questão obteve 196 respostas e perguntou aos entrevistados: “É necessário um novo modelo de sociedade, onde a ética, a solidariedade e a sustentabilidade caminhem juntas. Como sua entidade reconhece estes valores”?

– Através da reeducação com estratégias socioambientais adequadas que viabilizem o equilíbrio entre homem e natureza: 35,20% com 69 respostas;

– Diálogo permanente entre o Poder Público e a sociedade, buscando esforços para a compreensão de uma consciência ambiental: 13,78% com 27 respostas;

– Comprometimento de ações socioambientais integradas entre o Poder Público e a sociedade que minimizem os impactos ambientais e possibilitem melhor qualidade de vida para todos: 45,41% com 89 respostas;

– Não considera importantes ações de responsabilidade ambiental e social: 5,61% com 11 respostas.

Nesta questão, novamente fica estabelecida a responsabilidade compartilhada entre o Poder Público e a sociedade para a tomada de decisões e a realização de ações que fortaleçam um modelo de sociedade ambiental e socialmente responsável, solidária e eticamente desenvolvida. Surpreendente é que nesta questão, 5,61% dos entrevistados responderam que não consideram importantes ações de responsabilidade socioambientais, não acreditando na possibilidade de cooperação entre a sociedade e desta com as instituições e nem mesmo nas ações individuais ou corporativas conforme sugerido na primeira alternativa.

Neste sentido, como estamos propondo na questão um modelo de organização social baseado na ética, solidariedade e sustentabilidade, fica uma interrogação para qual modelo social estes 5,61% que assinalaram esta alternativa estariam dispostos a colaborar e com que ações.

Antonio Silvio Hendges, Articulista do EcoDebate, professor de Biologia, pós-graduação em Auditorias Ambientais, assessoria em Sustentabilidade e Educação Ambiental – www.cenatecbrasil.blogspot.com.br

Publicado no Portal EcoDebate, 12/02/2015

[cite]

Nota da Redação: Leiam, ainda, as partes anteriores deste artigo:

Pesquisa sobre a Educação Ambiental no Brasil – Avaliação dos resultados I

Pesquisa sobre a Educação Ambiental no Brasil – Avaliação dos resultados II

Pesquisa sobre a Educação Ambiental no Brasil – Avaliação dos resultados III

Pesquisa sobre a Educação Ambiental no Brasil – Avaliação dos resultados IV


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