Reservatório de Paraibuna, que abastece o Rio de Janeiro, atingiu o volume morto, informa ONS
Publicado ontem (22) pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o Informativo Preliminar Diário da Operação indica que o nível do reservatório de Paraibuna, no Rio Paraíba do Sul, pertencente à Companhia Energética de São Paulo (Cesp), atingiu o chamado volume morto na quarta-feira (21), às 7h. Segundo a assessoria de imprensa do ONS, o reservatório não está produzindo o energia.
Estão chegando ao reservatório 9 metros cúbicos de água por segundo (m³/s), mas o sistema está permitindo a saída de 32m³/s. Segundo a assessoria, isso está sendo feito com vertimento, isto é, com descarga que não passa pelas turbinas, porque é preciso respeitar a vazão defluente mínima obrigatória do reservatório.
Segundo a assessoria, ele está usando o volume morto para manter a descarga mínima obrigatória. Em outras palavras, toda a defluência do reservatório está sendo feita com uso do volume morto.
Na avaliação do ONS, esse é um sinal de que os reservatórios estão se esvaziando. O de Santa Branca, pertencente à Light, por exemplo, apresenta nível de 0,65%, com entrada de 27m³/s de água e saída de 40m³/s; o de Funil (Furnas) tem nível de 4,15%, com 65m³/s de entrada e 137m³/s de saída; já no Reservatório de Jaguari (Cesp), o nível alcança 2%, com 5m³/s entrando e 11m³/s saindo.
O ONS destacou, entretanto, que para a geração de energia do Sistema Interligado Nacional, a Bacia do Paraíba do Sul representa menos de 1% da energia produzida. Segundo a assessoria, isso não é relevante em termos de energia.
O coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Gesel-UFRJ), Nivalde de Castro, reforçou que, para a geração elétrica, a Bacia do Paraíba do Sul “não é problemática”. “Ela vai ser problemática para o abastecimento de água”. Segundo ele, como não está chovendo, a tendência é que outras bacias comecem a ter o mesmo tipo de problema. “De maneira geral, a próxima medida agora é fazer procissão para São Pedro”, disse ele.
Por Alana Gandra, da Agência Brasil.
Publicado no Portal EcoDebate, 23/01/2015
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