Natal: O que estamos comemorando? artigo de Ricardo Machado
[EcoDebate] O Natal continua sendo uma boa oportunidade para pensarmos sobre o que estamos fazendo com nossas vidas e com nosso planeta.
As lojas vendem, vale vender vale o lucro, vale encher mais o bolso dos capitalistas? É a “doença do lucro”. Hoje, Natal é consumismo e as pessoas ficam estressadas percorrendo as lojas com uma lista na mão procurando presentes para a família toda, para os amigos, para os colegas, e etc, virou obrigação. É uma verdadeira maratona, pessoas irritadas, com tempo curto e o dinheiro idem. E o que era para ser altruísmo deu lugar ao consumismo
Papai Noel, “o bom velhinho”, transformou-se no verdadeiro garoto-propaganda de um consumismo irresponsável. Continuando neste ritmo, principalmente nos países desenvolvidos, nossos natais serão celebrados em condições climáticas e ambientais cada vez mais adversas. Festeja-se o Natal e esquece-se o aniversariante. Quantos lares fazem ao menos uma prece nesse dia?
Consumo sustentável “é o ato de adquirir, utilizar e descartar bens e serviços com respeito ao meio ambiente e à dignidade humana, ou seja, Consumo Sustentável quer dizer saber usar os recursos naturais para satisfazer as nossas necessidades, sem comprometer as necessidades das gerações futuras.” (Relatório Brundtland, 1987) *.
Nosso planeta, com recursos naturais vastos, mas finitos, sofre uma degradação ambiental antiga e contínua. O ser humano, principal ator da degradação ambiental, sofre as consequências do desrespeito ao meio ambiente em sua vida. A mudança de atitudes na sua postura em relação ao meio ambiente é fundamental para que haja uma transformação. Um consumo consciente tem que ser encarado como uma prática de sobrevivência para todos nós, e para gerações futuras. O grande desafio é de motivar e modificar o pensamento das pessoas em relação ao consumo.
A adesão ao consumo sustentável se faz questionando como, por que, o que, de quem comprar, como usar e como descartar. Ou seja, implica necessariamente, na redução do volume de bens e serviços produzidos e na maneira de consumo da sociedade.
O critério usado para a tomada de decisão tem que ser repensada uma vez que as atitudes tomadas trarão a curto ou longo prazo consequências futuras para o desenvolvimento sustentável, refletir sobre as atitudes tomadas define como estamos convivendo não só com a sociedade, mas também com os recursos naturais, cada opção tem influencia direta com a Mãe Natureza.
O que produzir, descartável ou retornável? Para que produzir, para suprir as necessidades ou para ostentação e acumulo de capital? E para quem produzir, para uma minoria dominante ou maioria excluída? E como consumir?
O verdadeiro presente de natal que você pode da à humanidade é alegria, carinho e amizade, compaixão, respeito e solidariedade com o próximo. Esse é o verdadeiro propósito do Natal.
“Então é Natal, o que você fez?” (John Lennon). Só depende de nós.
*O termo Desenvolvimento Sustentável é consagrado no relatório Nosso futuro comum, produzido pela Comissão mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, presidida pela norueguesa Gro Harlem Brundtland, a pedido da ONU, e publicado em 1987.
** Ricardo Machado é Ambientalista. Administrador de empresas. Pós-Graduado em Planejamento e Gestão ambiental.
Publicado no Portal EcoDebate, 16/12/2014
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Dicas de presentes para quem quer colocar algo debaixo da árvore também:
. Biscoitos de natal são fáceis de fazer e quase todo mundo gosta. Biscoito de chocolate: 1kg de farinha de trigo branca, 1 ovo, 500g de chocolate 100g de manteiga – leite se a farinha estiver muito seca – em fogo baixo, derreta a manteiga e misture o chocolate _ que deve estar quebrado em pedacinhos _ até derreter e ficar homogêneo. Tire do forno, e em uma tigela acrescente a farinha, os ovos, e a manteiga e chocolate derretidos. Misture bem até ficar com consistência de massa de modelar (use o leite para tornar a massa mais úmida só se necessário, normalmente não é. Se a massa estiver úmida demais, acrescente mais uma colher de farinha). Molde em forma de biscoitos, se quiser, abrindo e usando cortadores para ficar em formatos fofos. Fica muito legal se misturar a massa de chocolate amargo com massa de chocolate branco – só usar os tipos diferentes de chocolate na receita, não misturar muito para deixar o contraste de cor. Coloque em uma forma untada, na verdade, várias formas untadas, pois essa receita pode render quase 200 biscoitos, e asse a 180oC por 30min. Embrulhe de forma bonita, ex. em vidros reutilizados depois de lavados e retirados os rótulos, com uma fita, e você vai ter vários presentes preparados. A receita de biscoito de gengibre é um pouquinho mais complicada mas não muito, e é outro que faz sucesso nessa época.
. Exerça seu talento (toda pessoa tem algum talento de artesanato, só não vale fazer carteira de papel se você tiver mais de 12 anos) e faça presentes ao invés de comprá-los. Artesanato é algo mais exclusivo que bolsas de marca: cada peça que você criar será única. E mostra que você realmente pensou e dedicou tempo à pessoa a quem você vai presentear.
. Dê experiências. Por ex. ao invés de brinquedos, que tal um “Vale um Sábado no Zoológico” (ou algo similar que o seu filho goste) para crianças? Um dia inteiro se divertindo com a companhia daquele pai ou mãe workaholic que nunca se vê pode valer mais que qualquer brinquedo. Mas não vale furar.
Natal é um feriado para se reunir a família e se aproveitar o tempo do lado deles. Uma época em que tentar se ter boa vontade com as outras pessoas é considerado de bom tom, e não brega. Francamente, como atéia, a parte do “nascimento de Cristo” passa batido para mim, mas até aí, o “Natal” (ou Saturnália ou qualquer um dos outros nomes… a comemoração de chegamos vivos ao meio do inverno e temos comida suficiente para sobreviver até a primavera da civilização ocidental, que fica deslocada aqui no meio do verão de qualquer forma) é mais antigo que o cristianismo mesmo, e a idéia de se reunir com a família e as pessoas que se ama para um dia especial, e tentar ter mais paciência e boa vontade com as outras pessoas é uma boa idéia não importa de que religião (ou não) se seja.