Estados Unidos e China selam acordo histórico para reduzir as emissões de gases do efeito estufa
Os líderes dos Estados Unidos e da China, as duas nações mais poluidoras do mundo, chegaram nesta quarta-feira (12) a um acordo que foi chamado de histórico por cientistas ligados à questão do clima. A intenção do acordo é fazer com que o encontro sobre o clima, que ocorre em Paris em 2015, tenha mais sucesso que o de Copenhagen, em 2009, que foi considerado um fracasso.
Barack Obama concordou em reduzir as emissões de gases que provocam o efeito estufa dos Estados Unidos em 28% até o ano 2025, em relação ao nível de 2005. O país é responsável pela emissão de 16% dos gases do mundo.
Já a China, que é de longe o maior poluidor, respondendo por 29% das emissões, concordou com uma meta menos ambiciosa. O gigante asiático promete atingir o seu pico de emissões em 2030 e reduzir a partir de então. Mesmo assim, o comprometimento do país foi elogiado por ativistas, já que a China nunca antes havia determinado datas para sua política ambiental.
A países da União Europeia – responsáveis por 11% da poluição do mundo – também chegaram a um acordo na semana passada para reduzir a emissão de gases em 40% até 2030, em relação aos níveis de 1990.
China e Estados Unidos, juntos, respondem por 45% do dióxido de carbono do mundo. A postura dos dois países será decisiva para garantir um acordo global na redução de emissões após 2020 seja conquistado no encontro do ano que vem.
Reação nos EUA
Nos Estados Unidos, o Partido Republicano, que faz oposição a Obama e que controla o congresso, já chamou o acordo de “irrealista”. O senador Mitch McConnell disse que Obama vai jogar para o seu sucessor um acordo que deverá se tornar um “destruidor de empregos”.
Organizações governamentais e cientistas celebraram o acordo com otimismo. O World Resources Institute, grupo ambiental americano, o considerou um avanço. “É uma novidade termos líderes dos EUA e da China lado a lado se comprometendo a diminuir as emissões de seus países”, disse o presidente da entidade, Andrew Steer. “Os dois lados reconheceram claramente a ameaça crescente da mudança climática e a necessidade da ação urgente”, disse o ativista.
Matéria da RFI, reproduzida pelo Portal EcoDebate, 13/11/2014
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