Plebiscito de reforma política deve enfrentar grandes dificuldades no Congresso
Foto: EBC
A proposta de um plebiscito sobre pontos para reforma política, defendida pela presidente Dilma Rousseff em discurso após a declaração da vitória, deve enfrentar grandes dificuldades no Congresso. Os presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves, e do Senado, Renan Calheiros, além de líderes de partidos da base governista e da oposição já disseram não ser a favor da ideia de um plebiscito para a população definir a pauta de discussão sobre a reforma.
A maioria dos parlamentares defende um referendo da população falar se concorda ou não com o texto debatido pelos parlamentares. Entre os maiores partidos da Casa, o PT é que defende a proposta da presidente Dilma.
Obrigação do Congresso
O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, disse que o Congresso Nacional tem a obrigação de votar a reforma política, demanda da sociedade. “Essa pauta se impõe sobre as demais”, declarou. Na avaliação dele, a reforma deve ocorrer por meio de referendo popular. “Se nós estamos em um parlamento eleito pelo voto popular para cuidar dessas coisas, por que não fazê-lo? E ainda mais submetê-lo a um referendo, para ter sim a participação popular.”
Renan Calheiros disse que o mais importante é o Congresso Nacional aprovar novas regras para o jogo político no País. Para ele, o modelo atual está falido e precisa mudar. “É preciso substituir esse modelo, ele não tem como se perpetuar”, afirmou.
A proposta de plebiscito para apresentar um roteiro para o Congresso sobre qual reforma debater foi feita por Dilma Rousseff após as manifestações populares em junho de 2013, mas o assunto não andou no Congresso.
Discussão técnica
A justificativa apontada pela maior parte dos parlamentares contrários ao plebiscito da reforma política é a complexidade dos temas – como financiamento de campanhas, sistema eleitoral e coligações partidárias – para estar em um plebiscito. “Jogar para um plebiscito, você pode levar uma discussão técnica, séria, que diz respeito à institucionalidade, para um movimento muitas vezes emocional que pode descambar para o populismo”, disse o líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE). Ele criticou também a proposta de constituinte exclusiva para reforma política, defendida pelo presidente do PT, Rui Falcão.
O líder do PMDB, deputado Eduardo Cunha (RJ), afirmou que a elaboração de plebiscitos com temas tão complexos não seria a melhor solução. “A tentativa de substituição do Congresso em seu poder de legislar para consultas populares não é uma medida que, acredito, tenha apoio no Parlamento”, afirmou.
Já para o líder do PT, deputado Vicentinho (SP), é fundamental que o povo possa decidir sobre os temas da reforma política a serem debatidos pelo Congresso. “No referendo, o povo vai dizer amém ou não, sim ou não. No plebiscito, o povo vai dizer o que quer que esta casa vote.”
Segundo ele, é essencial a pressão popular para garantir que a reforma política aconteça. “Pelo que senti ao longo dos últimos anos, se depender somente da postura interna corporis [dos parlamentares], não ocorrerá reforma”, disse Vicentinho.
Reformas políticas
Apesar de a necessidade de se reformar o sistema político ser um consenso entre os deputados, há diferentes visões de como essa reforma deveria acontecer, seja da extensão ou dos temas a serem abordados.
O líder do governo, deputado Henrique Fontana (PT-RS), defende, por exemplo, a proposta de iniciativa popular chamada de Eleições Limpas (PL 6316/13). Elaborada por diversas entidades da sociedade civil, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o texto impede empresas de financiarem campanhas eleitorais, autorizando apenas pessoas físicas a fazerem doações de até R$ 700. Além disso, o projeto criminaliza a prática de caixa dois eleitoral, com punição de até oito anos de detenção.
Já o líder do PSDB, deputado Antonio Imbassahy (BA), aponta como essenciais a redução dos partidos políticos, para evitar legendas de aluguel de tempo de televisão, além da defesa do voto distrital. Ambos concordam com a necessidade de reduzir a força do poder econômico nas eleições.
Henrique Eduardo Alves lembrou que a proposta (PEC 352/13) do Grupo de Trabalho (GT) da Reforma Política, criado após as manifestações de junho, está na pauta da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania desde abril, com apoio de mais de 10 partidos, mas não foi votada por obstrução do PT. “Não é apenas discurso de fazer, é na prática tomar posições para perder ou ganhar”, disse. O GT elaborou uma proposta prevendo o fim da reeleição para presidente, governador e prefeitos e a coincidência das datas das eleições a cada quatro anos.
Além dos debates no Congresso, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Dias Toffoli, afirmou na última semana que o tribunal discute propostas de reforma política para enviar ao Congresso Nacional. Entre os temas a ser sugeridos estão o financiamento dos partidos e das campanhas, o horário eleitoral gratuito e questões como uma cláusula de desempenho e um limite para acesso ao fundo partidário.
Reportagem – Tiago Miranda
Edição – Regina Céli Assumpção
Fonte: Agência Câmara Notícias
Publicado no Portal EcoDebate, 29/10/2014
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A única mudança na Constituição vigente, sobre a reforma política que o povo exige, seria a inserção no art. 1º de mais um parágrafo determinando que “TODO BRASILEIRO DEVE SER CORRETO EM SUAS ATITUDES, HONESTO E ÉTICO PERANTE TODA A SOCIEDADE”. Assim, elevando-se a conduta pessoal, a ética e a honestidade à condição de princípio constitucional, nada mais há a fazer, exceto o Congresso Nacional, o ou a Presidente da República, Governadores, Prefeitos e Poder Legislativo dos Estados e Municípios, além de todo o Poder Judiciário, demais entes públicos e pessoas em geral, conduzirem-se conforme o preceito constitucional. Certamente não haveria mais a corrupção desenfreada, tanta mentira jogada ao povo, tanta falta de patriotismo. Aí, sim, todos os brasileiros viveríamos calmos e tranquilos, como que “deitados eternamente em berço esplêndido. E VIVERÍAMOS FELIZES PARA SEMPRE!!! Oh, acordei!
PLEBISCITO E CONSELHOS POPULARES.
A grande maioria da Câmara dos Deputados e do Senado brasileiros entra em estado de depressão emocional ao ouvir falar em PLEBISCITO: “que será de nós, que estamos tão comprometidos com os “arranjos” e com as empresas que possibilitaram nossa eleição, se o povo vier opinar sobre o que deve ser feito na política brasileira? Esse povo mal agradecido está querendo mesmo é nos deixar sem o nosso ‘ganha pão'”, dizem Deputados e Senadores, revoltados com a Presidente Dilma, por apresentar proposta tão maldosa.
“E, além disso – dizem Deputados e Senadores afeitos às vantagens – a Presidente da República ainda vem propor a criação de Conselhos Populares. Ela está querendo mesmo é nos desmoralizar”.