China tem 60% dos lençóis freáticos poluídos
A imprensa oficial chinesa revelou nesta quarta-feira (23) que 60% dos lençóis freáticos analisados no país estão poluídos e não podem ser consumidos sem tratamento. Os dados elevam as preocupações sobre a poluição ambiental na segunda maior economia mundial.
A qualidade da água de 203 cidades chinesas foi avaliada no ano passado. Os resultados publicados hoje indicam uma qualidade “relativamente ruim” ou “muito ruim”.
No primeiro caso, a água é considerada não potável sem tratamento. No segundo, é “imprópria para o consumo”, mesmo após ser tratada. A proporção de água considerada não potável sem tratamento aumentou 57% desde 2012, de acordo com o estudo, divulgado pela agência Xinhua.
A degradação ambiental no país preocupa a população chinesa, que aceita cada vez menos que o meio ambiente seja prejudicado para sustentar o crescimento econômico. A grande maioria dos rios do país registra níveis médios ou elevados de poluição. Os escândalos sobre a contaminação dos lençóis freáticos são frequentes, assim como a assustadora poluição atmosférica, que atinge não apenas as grandes cidades, como regiões inteiras chinesas.
Solo contaminado
Na semana passada, o governo havia anunciado que a poluição dos solos chineses afeta uma superfície comparável com a do Peru ou Colômbia. Os resultados da pesquisa eram conhecidos há muito tempo pelas autoridades, mas eram mantidos em segredo.
Dos 6,3 milhões de km2 estudados – cerca de dois terços da China -, calcula-se que 16,1% estejam contaminados, o equivalente a uma superfície que ultrapassa um milhão de quilômetros, segundo o Ministério da Proteção do Meio Ambiente. “A situação do solo no âmbito nacional não é positiva”, admitiu o ministério em seu site, mencionando que as indústrias mineradoras e a agricultura são os principais responsáveis por este problema.
Mais de 80% dos agentes poluidores detectados no solo são de origem biológica, segundo a pesquisa realizada durante oito anos, de 2005 a 2013. A ONG Greenpeace vem alertando sobre os efeitos das cinzas de carvão no país.
Matéria da RFI, reproduzida pelo EcoDebate, 24/04/2014
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