Comissão Europeia abre caminho para exploração de gás de xisto
Plataforma de perfuração de gás de xisto em Marcellus, na Pennsylvania, Estados Unidos. wikipédia
A Comissão Europeia adotou nesta quarta-feira (22) uma recomendação que abre o caminho para a exploração de gás de xisto na Europa, sob a condição de que “princípios comuns mínimos” sejam respeitados, principalmente sanitários e ambientais. A comissão também recomendou que os Estados membros reduzam em 40% as emissões de gases de efeito estufa da União Europeia em 2030.
“O gás de xisto suscita esperança em certas regiões da Europa, mas também preocupações. A comissão responde aos pedidos de ação, formulando princípios mínimos que os Estados são convidados a seguir, para considerar os aspectos ambientais e sanitários e dar, aos exploradores e aos investidores, a previsibilidade necessária”, explicou o comissário encarregado do Meio Ambiente, Janez Potocnik.
A comissão se recusou a estipular normas jurídicas obrigatórias sobre a exploração do xisto, uma fonte energética que tem revolucionado o setor nos Estados Unidos, ao reduzir a dependência do petróleo. Os riscos ambientais dessa prática, entretanto, ainda são poucos conhecidos.
“Um local só poderá ser selecionado [para a exploração] se a avaliação dos riscos demonstrar que a fraturação hidráulica a forte pressão não ocasionará a liberação direta de nenhum poluente nos lençóis freáticos”, recomendou a instituição.
ONGs insatisfeitas
Na opinião da ONG Amigos da Terra, “as recomendações de Bruxelas são totalmente insuficientes para proteger as populações e o meio ambiente dos riscos da extração deste hidrocarboneto”. A organização denunciou, por comunicado, “a falta absoluta de coragem da União Europeia, que face às pressões dos lobbies, não tomou medidas concretas nesta área”.
Redução de emissões
Outro anúncio feito hoje foi o pedido para que os Estados membros dobrem a redução de emissões de gases de efeito estufa na União Europeia em 2030, passando de 20% para 40%, e elevem a proporção de energias renováveis para 27%. A decisão de seguir essas recomendações está agora nas mãos dos líderes europeus, que deverão se pronunciar a respeito na cúpula de 20 e 21 de março, em Bruxelas.
“A ação pelo clima é crucial para o futuro de nosso planeta, enquanto uma autêntica política energética é a chave para nossa competitividade”, indicou o presidente da Comissão, José Manuel Durão Barroso, em um comunicado.
Os objetivos fixados pela comissão foram alvo de árduas negociações entre os países. Alguns, como Grã-Bretanha, Espanha ou França, buscavam limitar em 27% a parte das energias renováveis e evitar que esse objetivo fosse vinculante. Porém o compromisso final obriga todos os países da União Europeia a cumprirem as novas metas, com ações determinadas em níveis nacionais.
O tema é delicado porque, em plena crise, os países resistem a limitar a atividade industrial, que embora poluente, é uma das principais fontes de competitividade da economia.
Matéria da RFI, reproduzida pelo EcoDebate, 23/01/2014
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