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China oferece, a Pequim e outras cinco províncias próximas, uma recompensa por redução de poluição

 

Índices de poluição em Pequim aumentaram desde janeiro
Índices de poluição em Pequim aumentaram desde janeiro

 

O governo chinês ofereceu uma recompensa de 5 bilhões de yuans (cerca de R$ 1,83 bilhão) a Pequim e outras cinco províncias próximas se implementarem com sucesso medidas para reduzir a poluição do ar até o final deste ano.

As províncias de Tianjin, Hebei, Shanxi, Shandong, Mongólia Interior e Pequim, todas no norte do país, são consideradas as mais poluidoras da China.

Uma delas, Hebei, abriga sete das dez cidades mais poluídas da China.

Para receber o prêmio, que será dividido entre as regiões, os governos locais devem encaminhar medidas como a instalação de filtros em indústrias, oferecer recompensas fiscais para empresas que diminuírem emissão de gases, fechar fábricas em dias de altos níveis de poluição e a adotar sistemas de rodízio de carros.

A recompensa faz parte do plano anunciado pelo Ministério do Meio Ambiente em janeiro que prevê um investimento de 1,7 trilhão de yuans (R$ 6,3 bilhões) para reduzir a poluição do ar no país em 25% nos próximos cinco anos.

Golpe para o turismo

As autoridades não estão preocupadas apenas com os efeitos da poluição sobre a saúde da população, mas também com seu impacto sobre o turismo.

Segundo uma pesquisa do jornal Beijing Youth Daily, o número de visitantes à capital, Pequim, caiu em 50% no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período no ano anterior.

É a primeira vez que Pequim vê o volume de turistas cair desde 2008, quando a cidade recebeu os Jogos Olímpicos, de acordo com a publicação.

O período da queda coincide com índices recordes de poluição na metrópole.

“Os Jogos abriram os olhos das pessoas para a China como um destino turístico, mas a cobertura pela mídia internacional da poluição no início do ano afetou os planos de viagem de muita gente”, disse à BBC Brasil Andy Beales, consultor de marketing e produtos da China Highlights, uma das maiores empresas de turismo internacional da China.

loja de conveniências vende máscaras em Pequim | Fernanda MorenaLoja de conveniências vende máscaras antipoluição em Pequim

A medição da concentração de partículas PM 2 (de dois micrômetros – as mais perigosas por serem difíceis de filtrar) em Pequim chegou a 900 mg por metro cúbico de ar.

Conforme a ONU, uma concentração de 150 mg já é nociva à saúde.

Mas não é apenas Pequim que está sofrendo com a queda do turismo. Haarbin, o principal destino turístico de inverno do país, deverá sofrer uma redução semelhante na proporção de seus visitantes para o anual Festival de Gelo.

A cidade, conhecida pelas congelantes temperaturas de 20 graus abaixo de zero, advindas de sua proximidade à Sibéria, marcou em outubro os maiores níveis de poluição já registrados no país: 1003 mg por metro cúbico de ar.

Trabalho

E os turistas não são os únicos estrangeiros a evitar as cidades poluídas. Segundo a Câmara de Comércio Europeia, dezenas de empresas europeias passaram a remover seus funcionários para destinos mais saudáveis e menos onerosos em insalubridade.

Um relatório recente do banco HSBC diz que a China é o principal destino mundial para profissionais estrangeiros, atraídos pelo crescimento do país, salários e benefícios até 50% superiores aos oferecidos no resto do mundo.

Os salários generosos, seriam, segundo o relatório, “uma recompensa” pelo trabalho em um ambiente tão poluído.

A ONU estima que pelo menos 230 mil pessoas morrem anualmente na China devido a doenças ligadas à poluição, problema que ganhou contornos dramáticos na semana passada, com a divulgação, pela imprensa, do caso de uma menina de 8 anos, considerada a paciente mais jovem de câncer de pulmão no país.

Matéria de Fernanda Morena, na BBC Brasil, reproduzida pelo EcoDebate, 13/11/2013


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