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Floresta Nacional na Paraíba poderá ofertar créditos de carbono no Mercado Internacional

 

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Inaugurando uma serie de procedimentos de alta complexidade científica, o Projeto Extremo Oriental das Américas irá implementar, durante o mês de novembro, a avaliação das emissões de gases de efeito estufa do solo para a atmosfera, nos ecossistemas da Floresta Nacional da Restinga de Cabedelo (PB).

Trata-se de um marco no monitoramento ambiental em ambientes estuarinos da Paraíba, pois vai acompanhar a dinâmica do carbono em ecossistemas de mangue e floresta, a partir do conhecimento do fluxo de gases de efeito estufa em remanescentes de Mata Atlântica, com vistas à valoração dos serviços ambientais e das mudanças climáticas globais.

As medições serão feitas com a utilização de dois analisadores de gases por absorção na faixa do infravermelho acoplado a campânulas especialmente construídas para avaliar o fluxo de gases do solo. As taxas do fluxo de CO2 são determinadas pelo aumento da concentração desse gás no interior da campânula e por um conjunto de sensores capazes de registrar pequenas variações na umidade e na temperatura do solo.

O coordenador do Grupo de Pesquisa do CNPq “Alterações Ambientais e Uso da Terra”, professor Alexandre Fonseca D’Andrea (IFPB), acredita que o aprofundamento desta linha de pesquisa será importante para ampliar o conhecimento científico sobre temas relacionados a fixação do carbono em ambientes estuarinos, pagamento por serviços ambientais e alterações climáticas.

Segundo o analista ambiental do ICMBio, Orione Álvares, integrante do Grupo de Pesquisa, essas medições do fluxo de gás carbônico (CO2) e vapor d’água para a atmosfera oferecerão suporte para o monitoramento contínuo das emissões de gases de efeito estufa em diferentes pontos da Floresta. Assim, afirma o analista, a FLONA poderá até mesmo ofertar créditos de carbono no mercado internacional.
Parceria

A pesquisa integra o Projeto Extremo Oriental e é uma parceria do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e do Instituto Federal da Paraíba (IFPB), tendo sido aprovado pela Fundação FAT-VITAE sob o título “Emissão de Gases de Efeito Estufa”. O grupo iniciou seus estudos há alguns anos com a avaliação da qualidade do solo em ambientes preservados e sob uso agrícola, e avança neste momento no contexto dos estudos das transformações do carbono no ambiente. Os pesquisadores estimam que, até o momento, foram investidos 300 mil reais em equipamentos e treinamento.

Os resultados da pesquisa devem contribuir para o aumento do banco de dados de emissões de gases de efeito estufa em regiões tropicais e subsidiar a avaliação de impactos de alterações do uso da terra sobre as alterações climáticas em escala local e nacional.

As emissões de CO2 do solo são provenientes basicamente de três processos que podem estar interligados: da decomposição de materiais orgânicos de origem variada, da respiração do sistema radicular das plantas, e da atividade dos organismos (biota) do solo.

Colaboração de Aldo Sérgio Vasconcelos / ICMBio, para o EcoDebate, 24/10/2013


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