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Cachorro na praia – dor e tragédia, por Ana Echevenguá

 

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12 de outubro de 2013. Feriado, Dia das Crianças, calor, sol, alegria no ar… deparei-me com uma cena trágica na praia de Canasvieiras, Florianópolis, SC.

Uma adolescente gritava e chorava porque seu cãozinho branco foi abocanhado – na região do pescoço – por um cachorro maior… poderia ser um pitbull marrom; mas não posso afirmar porque nada entendo de cachorros.

As pessoas são solidárias em qualquer parte do Brasil. Para ajudar, um banhista dava pontapés no cachorro. Mas este não soltou a presa. Ato contínuo, o dono do cachorro atacante, que segurava a coleira, começou a agredir seu animal. Em vão, também. Outro banhista correu com uma pedra enorme, gritando: – vou bater com isso, acho que funciona!

Não sei o final da história. Acelerei o passo pra fugir daquele horror! E passei o dia mal, com aquelas imagens na cabeça.

O que fazer nessas horas? Agredir e matar o animal agressor?

Aqui, cachorro na praia é uma constante. Todo mundo acha bonitinho! Mas, neste caso, os cães estavam no lugar errado. Por quê? Porque em Florianópolis vigora a Lei Complementar 094/2001 que proíbe expressamente a presença de cães, gatos ou outros animais em praias.

Se o animal que atacou era um pitbull, há outra ilegalidade. Santa Catarina conta com a Lei Estadual 14.204/2007 que proíbe a criação, comercialização e a circulação de cães pitbull em Santa Catarina. Além disso, proíbe a circulação e permanência de pitbulls sem guias com enforcador e focinheira em ruas e locais de grande circulação de pessoas, responsabiliza proprietários e/ou condutores de pitbull por danos causados pelo animal; prevê multa de R$ 5.000,00 em caso descumprimento e a reparação dos danos, independentemente da agressão ter sido contra pessoas ou animais.

Faço o relato para que medidas preventivas sejam pensadas. Uma atitude imprudente – levar para um espaço público um animal potencialmente agressivo, sem os devidos cuidados – provocou uma tragédia.

O ataque foi a um cãozinho branco. E se fosse a uma criança?

Ana Echevenguá – advogada – OAB/SC 17.413
ana@ecoeacao.com.br – Instituto Eco&Ação – www.ecoeacao.com.br

 

EcoDebate, 15/10/2013


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One thought on “Cachorro na praia – dor e tragédia, por Ana Echevenguá

  • Possíveis soluções para fazer o outro cão largar o primeiro:

    –> jogar água em seu focinho, de preferência com uma mangueira, mas um balde serve: o cão terá que abrir a boca e se afastar para conseguir respirar.

    –> caso houvesse um veterinário ou adestrador por perto: é possível apertar a lateral da mandíbula do cão de forma a destravar a mandíbula e obrigar o cão a largar o que estiver segurando. Não é exatamente algo simples de fazer, a pessoa precisa ter prática, mas quem tem consegue fazer isso rapidamente.

    Como evitar isso? Pessoalmente sou contra leis que proíbem determinadas raças de cachorro de existirem (até porque a raça de cachorros mais agressiva de todas não são os pit-bulls, são os teckel, os conhecidos “cofap”. Tem um artigo científico publicado sobre isso, engraçadíssimo, contabilizando o número de ataques de cães que levaram pessoas a hospitais nos EUA).

    Mas leis que exigem responsabilidade dos donos? Como exigir coleira e até focinheira para raças maiores, e que não se leve cães na praia (aliás, o cãozinho branco pequeno TAMBÉM estava errado nessa história)?

    Então, já existem. Não são prioridade de fiscalização. Não deveriam ser também. Prioridade tem que ser o que causa mais dano. Ou seja, no Brasil, prioridade deveria ser diminuir a poluição do ar, fiscalizar velocidade de veículos e impedir bêbados de dirigir (também não são a prioridade que deviam, mas…).

    O que falta mesmo é responsabilidade dos donos. Não levar o seu animal à praia. Não levar o seu animal a espaços públicos sem que ele esteja de coleira e guia, a menos que o espaço público esteja delimitado para animais (como uma praça cercada). Saber que nem todo cão é amiguinho de outros cães (ou de pessoas) e respeitar o espaço de cada animal.

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