‘Há dias que valem por anos!’ artigo de Montserrat Martins
Brasília, 05/10/2013 – A ex-senadora Marina Silva assina ficha de filiação ao PSB e declarou apoio ao governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que preside o partido. Marina anunciou apenas que a aliança entre o PSB e a Rede Sustentabilidade, partido fundado por ela, é programática. Foto de José Cruz/ABr
[EcoDebate] E essa reviravolta nas eleições presidenciais, com a coligação que une Marina Silva a Eduardo Campos, enredados e socialistas, quem explica? Lembro de quem conheci viajando dias a fio dentro de uma van cheia, num Fórum Social Mundial. Nela estavam Oded Grajew – um dos idealizadores do Fórum – e Marina Silva, mas o mais popular dentro da van não era nenhum eles, era um cearense de raciocínio rápido e profundo, o Pedro Ivo. Pois é da percepção dele que nasce agora um documento histórico, “Há dias que valem por anos!”, do qual extraio alguns trechos.
1 – Faremos um acordo programático no qual PSB e Rede definem um projeto político em comum para país baseado nas diretrizes: avançar as conquistas econômicas e sociais; democratizar a democracia e defender o desenvolvimento sustentável;
2 – O PSB reconhece a Rede Sustentabilidade como partido político e realiza conosco uma Coligação Democrática;
3 – Os militantes da Rede Sustentabilidade, inclusive Marina Silva, que desejassem se filiar no PSB, o fariam de forma transitória e independente, como membros da Rede Sustentabilidade. No momento que conquistarmos o registro legal, os nossos militantes filiados ao PSB podem se filiar à Rede sem nenhuma retaliação, inclusive os detentores de mandatos.
4 – Tentaremos manter coligações estaduais dos dois partidos, entretanto, onde a realidade tornar impossível essa aliança, a Rede adotará um posicionamento independente, apoiando a coligação nacional, mas realizando a tática eleitoral que for adequada ao nosso programa, valores e princípios.
Pedro Ivo descreve outros pontos relevantes no seu relato, sem numerá-los, o que vou enumerar por minha conta, de 5 a 7, por sua importância:
5 – A Rede Sustentabilidade apoiará também seus militantes que por circunstâncias conjunturais tiveram que se manter em outros partidos.
6 – Todas essas propostas tiveram que ser adotadas em apenas dois dias, por isso, compreendo e respeito o posicionamento dos militantes que discordam do acordo e reclamam da pouca discussão para a decisão. Com certeza, não foi uma decisão fácil, mas como somos um partido que não adota o centralismo, compreendo os que não concordam com essa coligação. Da mesma forma, Marina Silva não seria obrigada a aplicar uma posição que ela não concordasse.
7 – O PSB é um partido que lutou pela redemocratização, a construção dos movimentos sociais e a aliança democrática popular. Evidente que o PSB tem diferenças na sua composição interna, principalmente nos estados, mas isso é uma questão que cabe a sua direção resolver. Como não somos militantes do PSB não nos cabe intervir nesse processo, a não ser sugerir propostas de soluções e onde não for adequado nos mantermos juntos, manteremos nossa independência estadual e apoiaremos o projeto nacional da coligação.
Por fim, “a coligação com o PSB não poderia ter sido construída em base da candidatura de Marina Silva e sim em função de um programa e uma agenda política para o país.” A Rede continua e deve, além de se organizar, discutir o Programa de Governo e fortalecer a Coligação Democrática. “Com essa coligação, vamos lutar para pôr fim aos retrocessos socioambientais e democráticos e criar as condições de avançarmos rumo ao Desenvolvimento Sustentável”. Pedro Ivo me representa.
Montserrat Martins, Colunista do Portal EcoDebate, é Psiquiatra.
EcoDebate, 09/10/2013
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Francamente… se esse portal tem realmente alguma intenção de ter credibilidade no que diz respeito à luta ambiental deveria mais que rápido denunciar essa candidatura Marina como um retrocesso e não como avanço. A coligação agora acima de tudo demonstra o pragmatismo e sua conversão à direita (manifestação anti-Chávez). PSB esteve no governo todo o tempo e agora se lança como oposição? Isso é totalmente esquizofrênico. A aliança de Marina com o capital financeiro já estava claro com o apoio do Itaú, ou vocês acham que aquilo foi uma ação isolada da socialite Maria Alice Setúbal?? e os interlocutores econômicos dela: Eliane Cardoso (ex-banco mundial e ex-FMI) e o tucano André Lara Resende. Francamente… é muita vontade de acreditar.
Meninos! ainda estou perplexa! As palavras acima tentam nos induzir a acreditar em ideologia da Marina e seguidores. E em algum canto de minha alma, há uma esperança de que pode restar algo assim e que o acordo com o PSB foi uma forma de lutar contra a hegemonia atual do PT, há 12 anos o poder.Há que haver uma renovação. Para onde, Marina e cia.? É verdade que alguém ainda precisa( enquanto não vem o público) financiar a campanha. Mas quem? São sólidos em ética? Este banco aí em cima será que tem alguma ideologia?E as empresas que também, os financiarão?Ainda está tudo um tanto nebuloso.Mas espero que Deus(?) tenha iluminado a Marina(houve uma pequena decepção) e seus seguidores, porque o Brasil merece algo melhor do que está aí e que, em época passada foi nossa solução. Agora precisa renovar e seguir em frente. Que permitamos que Deus nos ajude. Ficarei à espera do texto programático e do quadro de pessoas que poderão vir a ser indicados para os mais altos cargos da Administração da Nação. Por enquanto só tenho ideia de quem é a Marina e mais ou menos do Eduardo Campos. Mas sozinhos eles não governarão.
Bem… vamos ver como é que será arquitetado um programa conjunto por duas forças que algo podem ter em comum, mas guardam grandes diferenças.
Concordo com o que diz Esterlina Braz:
“o Brasil merece algo melhor do que está aí e que, em época passada foi nossa solução. Agora precisa renovar e seguir em frente.”