Professores USP Leste entram em greve após constatação de gás metano no campus
O campus da USP Leste, na zona leste da capital paulista, não cumpriu 11 exigências de controle e despoluição do solo e foi autuado pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb). Foto: Sérgio Castro/Estadão
Professores da Universidade de São Paulo do campus Ermelino Matarazzo (USP Leste) entraram em greve após a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) colocar uma placa em um ponto onde há concentração de gás metano, substância altamente inflamável. A atitude da Cetesb levou os docentes a paralisarem as atividades, por tempo indeterminado.
Em nota, a Cetesb informa que autuou a USP Leste no dia 2 de agosto “exigindo o cumprimento do que constava na licença de operação”. A empresa alega que a área não foi interditada e que não há risco iminente de acidentes.
A companhia detalha, ainda, uma série de exigências técnicas feitas para evitar um possível acidente no local, decorrente da concentração de gás metano. Está previsto, por exemplo, a realização de planos de investigação e interdição, mapeamento de locais com concentração de gases, sempre pautado pelos riscos que cada agente contaminante gera.
Para Adriana Tufaile, da diretoria da Associação dos Docentes da USP (Adusp), é necessário que a unidade da zona leste seja interditada porque a seu ver há risco de que o gás metano entre em combustão e cause um acidente grave. “Nós queremos que as exigências da Cetesb sejam cumpridas. Nós queremos transparência nas informações e queremos informações mais completas”, disse. Ela informou que cerca de 6 mil alunos estudam na unidade.
Em nota, a USP informa que o campus Leste – Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) – foi construído em área ambientalmente problemática. Em alguns locais dessa área, foram adicionadas terras de origem desconhecida que análises laboratoriais demonstraram que estariam contaminadas. A universidade declara que foi instaurada sindicância que definiu as ações em processo de avaliação e desenvolvidas.
“As exigências estão sendo cumpridas na medida do possível, levando em consideração os mecanismos de contratação de serviços por meio de processos licitatórios. Para permitir a gestão dessas atividades, a USP encontra-se, no momento, em processo de contratação de empresa ambiental especializada para a execução dos trabalhos na área”, destaca a nota.
A USP informou que a documentação referente às análises efetuadas – monitoramento, mapas e relatórios técnicos – e o andamento dos trabalhos foram entregues nos prazos solicitados à Cetesb e à diretoria da EACH. A assessoria de imprensa da EACH disse que a direção da unidade vai divulgar uma nota na tarde de hoje sobre a greve dos professores e as providências adotadas em relação à autuação da Cetesb.
Edição: Marcos Chagas
Matéria da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 12/09/2013
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