Faltam aterros sanitários em 60% dos municípios do Oeste do Paraná
Infográfico: Agência Câmara de Notícias
A Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos realizou, nesta sexta-feira (9) em Cascavel, a quinta conferência macrorregional de meio ambiente, para ouvir propostas relacionadas ao gerenciamento dos resíduos sólidos no Oeste do Paraná. Dos 35 municípios representados no evento, apenas 14 têm aterro sanitário, conforme recomenda a Política Nacional de Resíduos Sólidos.
A maioria dos municípios deposita usam lixões a céu aberto ou aterros controlados – uma categoria intermediária entre o lixão e o aterro sanitário, sem base impermeabilizada, nem sistema de tratamento do chorume ou do biogás.
Os números mostram que 60% dos municípios do Oeste do Paraná têm que corrigir o depósito e o tratamento do lixo até agosto do ano que vem, prazo estipulado por lei federal. Eles têm duas opções: construir o seu próprio aterro sanitário ou trabalhar de forma consorciada com um município próximo que tenha aterro.
O cenário verificado na região Oeste acompanha o do Estado: dos 399 municípios do Paraná, 214 ainda destinam inadequadamente os resíduos gerados. “Uma das prioridades da Secretaria do Meio Ambiente é justamente auxiliar os municípios paranaenses no gerenciamento do lixo”, enfatizou o secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Paraná, Luiz Eduardo Cheida.
DISCUSSÕES – O presidente do Instituto das Águas do Paraná, autarquia da Secretaria do Meio Ambiente, Márcio Nunes, afirmou que a união dos municípios na formação dos consórcios para gerenciar os aterros sanitários é imprescindível. “Também é preciso lembrar da responsabilidade de cada um. Atitudes simples como o consumo consciente e a separação correta do lixo, por exemplo, fazem grande diferença, pois melhoram a coleta, diminuem a quantidade de lixo e geraram renda com os materiais recicláveis”.
A escolha dos resíduos sólidos como tema central das conferências deste ano é diretriz do Ministério do Meio Ambiente. O principal objetivo é garantir a implementação da Lei 12.305/2010, que cria a Política Nacional de Resíduos Sólidos. São quatro eixos principais de discussão: produção e consumo sustentáveis, redução dos impactos ambientais, criação de emprego e renda e educação ambiental.
EXEMPLO – Foz do Iguaçu está entre as 14 cidades que têm aterro sanitário. Lá são depositadas cerca de 230 toneladas de lixo residencial e comercial por dia. Além disso, Foz possui um plano de saneamento e um plano municipal de resíduos.
“Somos a segunda cidade mais populosa da região e uma das maiores do Paraná. É nosso dever dar o exemplo. Já para as cidades pequenas, com menos de 50 mil habitantes, o desafio é muito maior, pois faltam recursos e subsídios técnicos. Por isso, apoiamos a formação de consórcios intermunicipais na nossa região para dar apoio aos municípios menores”, destacou o secretário de Meio Ambiente de Foz do Iguaçu, Ivo Borghetti.
Mesmo com estrutura sólida na gestão ambiental, Foz enfrenta desafios. “Ainda temos alguns gargalos, como a destinação de produtos como óleo, pneu e vidro, o que nem sempre é simples de resolver”, completou Borghetti.
Para Roseli Bartuze, técnica da Secretaria de Meio Ambiente de Foz do Iguaçu, o mais importante é conquistar o envolvimento de todos os setores da sociedade: “Isso por que a educação ambiental é o tema norteador da mudança de comportamento que tanto almejamos, que passa desde diminuir o consumo e separar o lixo até profissionalizar nossos quase mil catadores de materiais recicláveis, pois 750 ainda trabalham de forma irregular”, enfatizou.
PROGRAMAÇÃO – A Secretaria do Meio Ambiente promove no dia 17 a última conferência macrorregional, em Curitiba. “Todas as regiões do Paraná já foram ouvidas, mas a ideia desse último encontro é dar uma última chance para quem não pode participar dos outros”, explica o coordenador de resíduos sólidos da secretaria, Laerty Dudas.
Em setembro, as atenções se voltam para a 4.ª Conferência Estadual de Meio Ambiente, que acontece nos dias 5 e 6, em Foz do Iguaçu, com a participação de representantes de todas as regiões do estado. A 4.ª Conferência Nacional de Meio Ambiente será entre os 24 e 27 de outubro, em Brasília, e contará com 50 representantes paranaenses.
Informe da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos – PR, publicado pelo EcoDebate, 14/08/2013
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