Novo composto antibiótico, que ataca superbactéria, é encontrado em sedimentos do mar
Antibiótico é capaz de atacar com eficácia até mesmo o antrax
Cientistas da Califórnia, nos EUA, descobriram um novo composto antibiótico que é extraído de um microrganismo encontrado em sedimentos do mar.
A descoberta de novos agentes antibióticos é considerada algo raro. Por isso, especialistas afirmam que o achado pode ajudar a combater a atual resistência de bactérias aos antibióticos atualmente em uso – considerada um grave problema mundial de saúde.
Os cientistas americanos ressaltam que o novo composto, chamado anthracimycin, parece ser efetivo no combate ao Staphylococcus aureus – bactéria de fácil contágio por contato e que pode gerar infecções difíceis de tratar, por ter se tornado resistente à maioria dos antibióticos em uso.
O anthracimycin também demonstrou ser capaz de eliminar o antrax – bactéria conhecida por seu uso em armas químicas de bioterrorismo.
A pesquisa californiana teve os resultados divulgados na publicação científica alemã Angewandte Chemie.
Nova arma
O composto antibiótico anthracimycin tem uma estrutura química única, o que poderia levar ao desenvolvimento de uma nova classe de remédios antibióticos.
“A descoberta de um composto químico realmente novo é bem raro. Ela vem a somar-se a várias descobertas anteriores que mostram que bactérias marinhas são geneticamente e quimicamente únicas”
William Fenical, cientista líder da pesquisa
Para o diretor dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, Thomas Frieden, o risco gerado pelas bactérias resistentes aos antibióticos em uso é um “pesadelo” para o cientistas de todo o mundo.
E a CMO (secretária-geral para assuntos da saúde) da Grã-Bretanha, Sally Davies, define a ineficiência dos antibióticos como uma “bomba-relógio ativada” que ameaça a segurança nacional.
A Sociedade de Doenças Infecciosas da América também expressou preocupação com o não-desenvolvimento de novos antibióticos para conter a resistência aos medicamentos atuais.
Por isso, a descoberta de um novo composto antibiótico traz esperanças.
A estrutura da anthracimycin é descrita pelo cientista Kyoung Hwa Jang e sua equipe no jornal científico do Instituto de Oceanografia Scripps como algo único, por ser diferente dos outros antibióticos naturais já descobertos.
Do fundo do mar
Lauren Paul e William Fenical, do Scripps: “descoberta única” e “rara”
O novo composto antibiótico foi extraído da bactéria Steptomyces, coletada pelo cientista Christopher Kauffman em sedimentos do oceano pacífico.
William Fenical, do Scripps, disse que “a real importância deste trabalho é que a anthracimycin tem uma estrutura química única”.
“A descoberta de um composto químico realmente novo é bem rara. Ela vem a somar-se a várias descobertas anteriores que mostram que bactérias marinhas são geneticamente e quimicamente únicas”, ressalta Fenical.
O anthracimycin, que têm demonstrado sua eficácia no combate ao antrax e ao Staphylococcus aureus, indica o potencial dos oceanos como fonte para de novas substâncias, já que ainda há grandes áreas marinhas inexploradas.
Matéria de Simon Redfern, BBC News / BBC Brasil, reproduzida pelo EcoDebate, 02/08/2013
[ O conteúdo do EcoDebate pode ser copiado, reproduzido e/ou distribuído, desde que seja dado crédito ao autor, ao EcoDebate e, se for o caso, à fonte primária da informação ]
Inclusão na lista de distribuição do Boletim Diário do Portal EcoDebate
Caso queira ser incluído(a) na lista de distribuição de nosso boletim diário, basta clicar no LINK e preencher o formulário de inscrição. O seu e-mail será incluído e você receberá uma mensagem solicitando que confirme a inscrição.
O EcoDebate não pratica SPAM e a exigência de confirmação do e-mail de origem visa evitar que seu e-mail seja incluído indevidamente por terceiros.
Remoção da lista de distribuição do Boletim Diário do Portal EcoDebate
Para cancelar a sua inscrição neste grupo, envie um e-mail para ecodebate@ecodebate.com.br. O seu e-mail será removido e você receberá uma mensagem confirmando a remoção. Observe que a remoção é automática mas não é instantânea.
Excelente notícia.
E o homem continua a degradar o seu meio.
A degradação dos ambientes coloca em risco a vida do homem no planeta.