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Estudo indica que a medida da circunferência da cintura pode funcionar como indicador de risco para diabetes

 

Medida do corpo se relaciona ao desenvolvimento de diabetes

Um estudo desenvolvido na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP elaborou uma análise comparativa entre as medidas de circunferência da cintura de idosos e a pré-disposição para o desenvolvimento de diabetes. Segundo os resultados, à medida que os valores de circunferência da cintura aumentam, também cresce as chances de desenvolvimento de diabetes.

Quanto maior a medida da cintura em idosos, maior risco de desenvolver diabetes

A pesquisa da nutricionista Luiza Antoniazzi Gomes de Gouveia, sob orientação da professora doutora Maria de Fátima Nunes Marucci, procurou identificar os valores de circunferência da cintura em idosos, que se associam ao desenvolvimento de doenças e agravos não transmissíveis, segundo sexo e grupo etário. “Nesse grupo se encaixam as doenças cardíacas, hipertensão arterial e diabetes mellitus” ressalta a pesquisadora. Para Luiza, a demanda atual por valores de referência para a avaliação do risco para essas doenças em idosos é uma das principais motivações para o estudo, que contou com o auxílio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Durante o projeto, a pesquisadora realizou um estudo longitudinal, baseado nos dados do chamado Estudo SABE: Saúde, Bem-estar e Envelhecimento. Esse levantamento foi realizado com idosos residentes no município de São Paulo, nos anos 2000 e 2006, sob coordenação de docentes do Departamento de Epidemiologia da FSP. Ao todo, 2.143 idosos participaram do estudo no ano 2000, dos quais 1.115 foram reentrevistados em 2006.

No período de análise, foram observados os dados dos idosos que, no ano 2000, não apresentaram as doenças referidas no estudo. A partir dos valores de circunferência da cintura obtidos em 2000, estabeleceu-se uma relação com os que passaram a referir essas doenças no ano de 2006 na mesma população. “A partir dos idosos que não referiram essas doenças (doença cardíaca, hipertensão arterial e diabetes mellitus) no ano de 2000, verificou-se pelo método de curvas ROC (Receiver Operating Caracteristics) e das razões de verossimilhança, quais os valores de circunferência da cintura que apresentaram a melhor capacidade preditiva do desenvolvimento de doença, no período de 6 anos”, conta Luiza.

Os resultados das relações revelaram que, com relação à maior capacidade de desenvolvimento de diabetes, os pacientes nessa condição apresentaram valores de circunferência da cintura maior ou igual a 87 centímetros (cm) para mulheres, e maior ou igual a 99 cm para homens, na faixa etária de 60 a 74 anos. “Esses valores são maiores do que os números usualmente trabalhados na área da saúde, que seriam maior ou igual a 80 cm e menor do que 88 cm, ou maior ou igual a 88 cm, para as mulheres, e maior ou igual a 94 cm e menor do que 102 cm, ou maior ou igual a 102 cm, para os homens, e que foram estabelecidos anteriormente em pesquisa com população adulta”, completa.

Risco para outras doenças
Segundo a nutricionista, ainda que os valores de circunferência da cintura identificados na pesquisa sejam capazes de discriminar apenas o risco para diabetes mellitus, eles contribuem também para o diagnóstico de outras doenças. Isso acontece pois “a diabetes mellitus além de doença, constitui fator de risco para outras enfermidades, como hipertensão arterial e aumento da chance de eventos cardiovasculares”. Dessa forma, valores de circunferência da cintura, capazes de discriminar a referência da doença, podem ser considerados preditores de enfermidades e agravos não transmissíveis.

Luiza ressalta a importância do reconhecimento desses valores como indicativos de risco. “Essa conclusão permite que intervenções sejam adequadamente direcionadas, constituindo grande benefício para a saúde pública, principalmente em se tratando da possibilidade de prevenção de doenças com elevada prevalência nesse grupo etário”, conclui.

Imagem: Marcos Santos / USP Imagens

Matéria de Fernando Pivetti, da Agência USP de Notícias, publicada pelo EcoDebate, 31/07/2013


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