Golpe de direita em curso? artigo de Montserrat Martins
[EcoDebate] Tantos amigos me advertindo sobre um golpe de direita em curso, com essas manifestações de rua, que comecei a ficar preocupado. Decidi ficar atento aos sinais, o que seria afinal uma política de “direita”? Já que no Brasil hoje ninguém mais se diz de direita (o PP, herdeiro da antiga Arena, está no governo federal), vou tentar identificar a direita por suas práticas.
Vamos ver, começando pelas questões macroeconômicas. Primeiro: com a direita, o Brasil viveria eternamente de ‘commodities’, vendendo matérias-primas para recomprá-las já industrializadas, dos países mais desenvolvidos. Segundo: favoreceria a iniciativa privada, com recursos públicos, por exemplo, se o BNDES desse dinheiro, digamos, para financiar as empresas de um Eike Batista.
O caudilhismo seria outro sinal, décadas atrás o Brasil vivia do “coronelismo” político dos Maluf e dos Sarney, da Arena, o que mobilizou o povo até derrubarmos a ditadura, nos anos 80. Nos anos 90 lutamos contra outros caudilhos, Collor e Renan Calheiros, que também derrubamos. Outro sintoma, o poder do Estado contra os movimentos sociais, de triste lembrança, quando as polícias militares reprimiam manifestações pacíficas ao invés de se voltar para prender quem estava roubando.
Seria incentivado termos orgulho da seleção brasileira na Copa do Mundo, assim como nos anos 70, quando o ministro Delfim Netto proclamava o crescimento econômico do país, o ‘milagre brasileiro’, orgulho nacional. Delfim, o último direitista assumido (“quem não é de esquerda na juventude não tem coração, quem não é de direita na maturidade não tem cérebro”), seria outro sintoma se estivéssemos num curso de direita, pois ele estaria apoiando esse curso dos acontecimentos.
Numa política de direita, conservadores teriam postos-chaves no Congresso também, num acordo com o governo. Imaginem, por exemplo, um racista e homofóbico presidindo uma Comissão de Direitos Humanos. Imaginem um ruralista conhecido como mega desmatador, presidindo uma Comissão de Meio Ambiente. Seriam sintomas de políticas de direita, é claro.
Sabemos que para a direita o controle da informação é fundamental, pregando a ordem através da grande mídia, para não correr riscos de desestabilizar o “status quo”. O povo seria apaziguado com práticas somente assistencialistas, sem maiores investimentos em educação, e os movimentos sociais mais autênticos, desestimulados ou infiltrados, para não fugir ao controle das práticas políticas da direita. Haveria simulacros de democracia, os candidatos seriam indicados pelos caudilhos, ao invés de convenções partidárias de base.
Enfim, são tantas as práticas de direita de que devemos nos cuidar, um verdadeiro domínio ideológico sobre as massas, que as manteriam alienadas, com medo de mudanças. A estabilidade seria o valor maior, “ordem e progresso”, confiem nos seus líderes. São tantos amigos me avisando, os movimentos sociais nas ruas podem ser “fascistas”, autoritários, são contra partidos. É verdade, para os fascistas só prestava o Partido Nacional Fascista, os outros não eram necessários. Essa história de movimentos independentes de partidos não existe, é papo de anarquistas. Movimentos “horizontais”, coletivos, sem personalismos, anti-autoritarismo, autonomismo, coisas do século XXI? Isso não existe, sempre tem alguém que manda. Três em cada quatro brasileiros apoiando esses movimentos, que influência a direita está tendo…
Temos de ficar atentos aos sintomas, espero que a minha lista de preocupações tenha ajudado, alerta!
Montserrat Martins, Colunista do Portal EcoDebate, é Psiquiatra.
EcoDebate, 01/07/2013
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Todos os sinais procedem. Mostram uma centro esquerda que “endireitou”. Mas esses sinais Montserrat, não refutam o óbvio: a plutocracia quer muito mais. E em águas revoltas está mostrando suas garras.
Resta saber se em tempos de polarização o PT irá recobrar a memória de suas origens – a força do povo nas ruas a seguir a estrela de um país mais justo, ou se perdeu de vez sua alma, na esquizofrenia da governabilidade.
Você só pode estar sendo irônico… rsrsrs
Conclusão,
Já estamos em uma ditadura de direita que se chama esquerda, e que chama tudo de conspiração da direita.
O PT, chama para si, tudo o que de pior tem em qualquer regime, conseguiu reunir o pior da direita da esquerda , do fascismo, do nazismo enfim de todos os ismos que existem.
Correção:
Numa política econômica de direita não existiria assistêncialismo, isso seria, conforme Hayek, o guru da política econômica direitista, “o caminho da servidão”.
De resto, fora a retórica e a política externa, estamos em pleno governo direitista.
O artigo enumera uma miscelânea de ações que, segundo o autor seria mentalizada pela direita. Analisando mais detidamente, verifica-se que muitas delas se encaixam no ideário da esquerda e esquerda radical. Vejamos. Os caudilhos enumerados nunca foram de direita. Sempre foram, isso sim, oportunistas: Sarney, Collor. Maluf, Renan Calheiros. Jáder Barbalho e outros da mesma laia, à primeira cooptação do poder de plantão, aderiram em troca de cargos e de outras benesses, a maioria escusas. E o poder ora dominante é de esquerda. Ou não. As ações das Polícias militares estaduais de todos os partidos, inclusive do PT, reprimindo os movimentos sociais continuam hoje, ao invés de prenderem que estava roubando. É difícil separar as coisas? Há o que por traz disso? A política de commodities também foi assumida pelos governos dominantes petistas. Que são de esquerda. Ou não? Os financiamentos para empresas como a de Eike Batista, empreiteiras (inclusive de obras em países esquerdistas bolivarianos) favorecem, sim, as empresas privadas. Mas isso tem hoje uma exacerbação de um retorno político-eleitoreiro (superfaturamento e caixa 2) beneficiando os ocupante do poder atual. Ou não? Todos os cargos ocupados pelos pseudo-direitistas, inclusive os da Comissão de Constituição e Justiça, contam com o apoio e o aval do atual governo do PT, cujas cabeças dominantes são esquerdistas. Ou não? O controle de informações pela grande mídia tinha um viés direitista e que foi revogado pela Constituição Cidadã 1.988 e por leis dela decorrentes. Quem está tentando controlar esta mídia para perpetuar o “status quo”, alterando essa Constituição tão duramente construída, é o governo dominante do PT, mentalizado pelos seus grupos radicais. Ou não? O objetivo é eliminar o contraditório, a que, faça-se justiça, a Presidente Dilma, tem se manifestado contrária. Ou não? Mas, na direção oposta, ampliaram as políticas assistencialistas na direção, não apenas do apaziguamento do povo, mas de sua adesão eleitoral aos atuais ocupantes do poder. Ou não? A reforma política é necessária. Mas isso implica em uma reforma maior que é a da mentalidade de nossos políticos que só pensam no poder como forma de se perpetuarem nele, auferindo vantagens pessoais. Nada de políticas de estado voltado para todas as suas camadas sociais, principalmente aquela relacionadas à saúde, à educação, à geração de empregos decentes e compensatórios, social e economicamente. Finalmente, eu sempre me posicionei contra a realização da Copa do Mundo no Brasil, pois sabia que, a despeito das declarações do ex-Presidente Lula, o dinheiro viria dos cofres públicos, o superfaturamento seria a regra nos custos das obras,quando outras seriam mais urgentes e seriam proteladas. Mas, hoje reconheço, ela (a Copa) foi o estopim desses movimentos sociais atuais. Se horizontais ou verticais (de direita, ou de esquerda, não sei), o fato é que o Brasil acordou e isso pode ser benéfico.
Enviei um comentário sobre esta artigo. Não foi publicado. isto é censura do Moderador? Se não vão publicar, solicito que me devolvam através do e-mail acima registrado.
Resposta do EcoDebate: Prezado José do Patrocínio Tomaz Albuquerque,
O EcoDebate NÃO pratica censura ou qualquer restrição ao direito de opinião.
Nosso trabalho [redação, colunistas, articulistas e colaboradores] é voluntário e realizado em meio às nossas atividades profissionais. Por isto, nem sempre conseguimos nos manter online, o que impede o acesso e liberação de comentários em tempo real.
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Atenciosamente,
Henrique Cortez
coordenador editorial do Portal EcoDebate
Ótimo artigo!
Na verdade, todo poder é de direita. Precisamos apenas observar os sintomas de “ditaduras disfarçadas de Democracias”.
Vanusia,
qualquer ditadura se mantem pelo poder de polícia. O poder ditatorial pode ser exercido tanto por ditaduras de direita (Nazismo/Fascismo – Alemanha e Itália no anos 30/40) como por ditaduras de esquerda (Comunismo – União Soviética, Cuba e Coreia do Norte).
Não Gilson, não fui irônico.
A Dilma está tendo oportunidade de passar por cima dos compromisso da governabilidade, e não vou ficar torcendo contra.
Sou a favor de avanços oriundos da “esquerda desse centro”: o PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar), o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos), a PNRS – política nacional de resíduos sólidos, o aumento real do salário mínimo, o bolsa família, a soberania do Brasil na arena internacional, a ampliação de universidades públicas e outras tantas muitas coisas, fáceis de serem esquecidas nesse momento.
Em tempo de polarização não há espaço no imaginário para dubiedades; um governo que viabilizou a Política Nacional de Resíduos Sólidos com uma mão, não pode com a outra permitir a destruição dos recicláveis pela incineração.
não sou “contra tudo isso que aí está”.
Em tempo de polarização não há espaço para a esquizofrenia: duas mãos, uma cabeça e uma alma.
E que esta não seja pequena.
Para reflexão vide texto abaixo do Ricardo Serrão em seu blog Alerta total. Ele não divulga suas fontes de informação, mas o que denuncia é preocupante, uma vez que insinua serem esses movimentos incitados (ou financiados) pelo poder econômico internacional:
“Acionistas externos da Globo pedem ampla cobertura de passeatas, cuja organização é monitorada via Guardião”
Edição do Alerta Total – http://www.alertatotal.net
Leia também o site Fique Alerta – http://www.fiquealerta.net
Por Jorge Serrão – serrao@alertatotal.net
O modelo Barack Obama, de espionagem para Segurança Nacional, está fazendo escola no Brasil de Tolos. O Governo colocou em operação seu sistema atualizado do “Guardião” para monitorar toda a organização das manifestações de rua do “Inverno Brasileiro”. Duas máquinas de última geração, que cruzam informações de dados e voz, foram instaladas no terceiro andar do prédio da Abin, em Brasília, e outro no subsolo da Superintendência Federal em São Paulo.
Curioso é que, além dos organizadores dos atos, entram na monitoração aqueles considerados “inimigos” do governo. Os sistemas rastreiam telefones fixos, celulares, tráfego de e-mails, manifestações no Facebook e no twitter – principais redes sociais usadas para ataques contra o governo. Importante frisar que os poucos nos três poderes se salvam do rastreamento. Os mais protegidos, por enquanto, são os “funcionários” do Palácio do Planalto que acabam de ganhar um sistema de comunicação de dados e voz em 4G – em teste no Brasil e para uso exclusivo deles, para maior segurança nas comunicações.
Enquanto isso, duas informações deixam a petralhada com a pulga picando a orelha – que ficou mais vermelha e inchada com os recados de insatisfação dados pelas megapasseatas. A primeira é que os investidores internacionais das Organizações Globo recomendaram à Família Marinho que dê total cobertura e repercussão aos protestos.A segunda é que o Exército já avisou ao Palácio do Planalto não aceita ser usado na repressão ao movimento de massas, quando os atos descambam para vandalismo.
No teatro de operação da mídia, os acionistas estrangeiros da Globopar, holding que controla as Organizações Globo, aproveitaram o “Inverno Brasileiro” para fazer cobranças. Aconselharam Roberto Irineu e João Roberto Marinho a darem ampla divulgação aos protestos, sem censura e sem poupar o governo Dilma Rousseff, apesar dos interesses internos do grupo Globo. Também foi feita uma recomendação para que a Rede Globo aproveite o momento para alterar sua grade de programação no final de noite, abrindo mais espaço para jornalismo, a fim de conter quedas persistentes de audiência. Os “conselhos” começam a ser cumpridos pela direção da velha vênus platinada.
No teatro de operação militar, um sinal de crise foi aprofundado. A evidência disso é que o Gabinete de Segurança Institucional, de forma incompreensível e ilógica, foi alijado das discussões do “gabinete de crise” montado pela chefona-em-comando das Forças Armadas, Dilma Rousseff, para tratar das manifestações contra o governo. O General de Exército José Elito, do GSI, ficou de fora das reuniões que Dilma comandou sobre o explosivo assunto. De uma delas, participaram até o ex-Presidente Lula da Silva, o marketeiro João Santana e Renan Calheiros (presidente do Senado), além dos ministros mais chegados.
Pouco importa entender se o General Elito ficou de fora porque preferiu, não teve condições de comparecer, ou porque Dilma não quis ele na delicadíssima conversa com alto comando petista. O fato importante foi o recado dado pelo General Elito, na hora em que se cogitou o emprego das Forças Armadas na repressão a vândalos politicamente orientados a colocar fogo no prédio da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Elito deixou claro que o Exército não seria empregado, alegando que os militares já estavam cansados de serem classificados pelos petistas de ditadores e torturadores, e sempre serem convocados nos momentos em que as coisas saem do controle. (Este repassador duvida que o General tenha se expressado nesses termos…)
O gesto de Elito – que o desgastou ainda mais com a cúpula petista e a Presidenta Dilma – foi mais um recado direto da área militar contra o chamado “revanchismo petista”. Antes das passeatas aterrorizarem a petralhada, os militares já tinham avisado ao governo que não toleravam mais a aberta campanha de desgaste de imagem das forças armadas promovida pelos membros mais radicais da Comissão da Verdade – com a anuência e apoio de Dilma Rousseff. Diante da pressão militar nos bastidores, a Comissão teve de dar uma recuada, o que já gerou o pedido de saída de pelo menos dois membros.
Sobre as manifestações populares, os militares adoram a postura da “observação”. Alguns comandantes de área, generais de quatro estrelas da ativa, já chegaram a empregar a expressão “preocupação com os graves acontecimentos”. Mas a posição mais comum entre os comandados do General Enzo Peri é a de que o Exército não vai interferir, ao mesmo tempo em que não vai aceitar provocações dos setores mais radicalóides.
A inteligência militar, inclusive, manda outro recadinho ao governo, através de um General que não teve pudores de tratar do delicado assunto em ambientes abertos, fora dos quartéis. Os militares já teriam avisado ao governo que já sabem que as ações de violência e vandalismo das passeatas, no Rio de Janeiro, foram causadas por elementos à serviço da facção criminosa Comando Vermelho. Ainda na versão da caserna, o CV estaria agindo instrumentalizado politicamente, na tentativa de desmoralizar o movimento e forçar a entrada em cena das forças armadas. Por quem os bandidos seriam guiados politicamente os generais preferem deixar nas entrelinhas, para livre interpretação.
Retificando: o artigo é de Jorge Serrão, e não Ricardo.
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