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Parques nacionais lutam contra ameaça de retrocesso no processo de regularização

 

Parna do Descobrimento
NOME DA UNIDADE: Parna do Descobrimento
BIOMA: Mata Atlântica
ÁREA: 22.693,97 hectares
DIPLOMA LEGAL DE CRIAÇÃO: Dec s/nº de 20 de abril de 1999. Informações e foto: ICMBio

 

Enquanto algumas unidades de conservação (UCs) ainda iniciam o processo de regularização, outros parques nacionais (Parnas) do bioma Mata Atlântica lutam contra a ameaça de um retrocesso. No extremo sul da Bahia, o Parna do Descobrimento está praticamente todo regularizado. A unidade tem pouco mais de 2 mil hectares, dos mais de 26 mil em situação pendente. A maior parcela irregular representa uma área que foi integrada ao parque no ano passado pelo governo federal.

Apesar do cenário mais consolidado, a administração da unidade convive diariamente com pressões de indígenas e assentados que vivem no entorno do parque. “Os índios [pataxós] querem retomar parte da terra, mas a Funai [Fundação Nacional do Índio] está trabalhando nos estudos para verificar se essa terra pertence a eles. Vamos ter que achar um meio-termo”, disse Aristides Neto, chefe da unidade, biólogo e analistas ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Ainda sem a solução para o impasse, Aristides conta que o foco da administração, no momento, é a estruturação da sede da unidade. Até hoje, o parque criado em 1999 não tem um prédio administrativo e um centro de visitantes.

“Em mais um ano teremos essas obras em conclusão. A estrutura vai ajudar a diminuir os impasses que hoje enfrentamos. Já tivemos problemas com incêndios, por exemplo”, explicou.

A caça praticada por assentados e índios com armas improvisadas também tem ameaçado as espécies encontradas na unidade. Aristides Neto destacou que o Parna guarda uma das três últimas manchas de Mata Atlântica na Bahia, além dos Parnas do Pau-Brasil e do Monte Pascoal. Segundo ele, o Descobrimento é a unidade mais preservada por abranger área ocupada por uma madeireira internacional que deixou o terreno no final dos anos 1990.

“As áreas no entorno viraram pastos e fazendas. Até hoje ainda temos retiradas clandestinas de madeira na área do parque, mas em pequena escala e estamos trabalhando para mostrar a importância do parque para a comunidade”, concluiu o biólogo.

Reportagem de Carolina Gonçalves, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 13/06/2013


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