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III Uranium Film Festival premia filmes da Rússia, EUA, Índia, Estônia, Jordânia e Alemanha

 

III Uranium Film Festival

 

Um Oscar Amarelo do Rio de Janeiro para estrela da Ópera de Moscou

‘Atomic Ivan’ é a melhor longa-metragem de ficção do III Uranium Film Festival e ganhou o Oscar Amarelo 2013, no Rio de Janeiro. A comédia romântica ‘Atomic Ivan’, produzida em 2012, é um filme de estreia do já famoso diretor de ópera Vasiliy Barkhatov, de Moscou, baseado no roteiro do dramaturgo Maxim Kurochkin. O filme foi rodado na Usina Nuclear Kalinin, cerca de 200 km a noroeste de Moscou, e na Usina Nuclear de Leningrado, perto de São Petersburgo. Foi a primeira vez que as agências nucleares russas abriram suas portas para um cineasta.

“‘Atomic Ivan’ é uma combinação de Arte Visual, Comédia, Romance e pura Ciência Nuclear”, diz o diretor do festival, Norbert G. Suchanek. “Amor atômico em uma usina nuclear russa. ‘Atomic Ivan’ é uma bela e inteligente comédia romântica, no estilo surrealista que me faz lembrar Federico Fellini”. A história básica de ‘Atomic Ivan’ é simples: O diretor de uma usina nuclear convida um artista para desenvolver uma peça com os trabalhadores da usina nuclear. Suchanek: “Imaginem:… Uma ópera de Fellini em uma verdadeira usina nuclear. Além de tudo o filme tem um importante valor científico, apresentando informações sobre energia nuclear e radioatividade. Então, não tinha outro jeito! Este filme tinha que ganhar o Oscar Amarelo do Uranium Film Festival 2013″.

Uranium Film Festival termina em Samba da Mangueira!

Em ritmo de samba mangueirense e caipirinha, encerrou o Uranium Film Festival Rio de Janeiro 2013, na Cinemateca do Museu de Arte Moderna (MAM). De 16 a 26 de maio de 2013, 52 filmes de 19 países foram exibidos, com nove estreias mundiais. Durante a Cerimônia de Premiação, com a presença de sobreviventes da bomba atômica de Hiroshima e Nagasaki, seis produções levaram o troféu Oscar Amarelo para casa.

Os seis premiados:

Categoria Longametragem Ficção: A comédia romântica ‘Atomic Ivan’. Rússia, 2012, 91 min, Direção Vasily Barkhatov, Produção Executiva, Viktoria Gromik, Telesto Film.

Categoria Curtametragem Ficção: A comédia ‘Curiosity Kills’ (A Curiosidade Mata). Estônia, 2012, 14 min, Direção Sander Maran.

Categoria Longametragem Documentário: ‘Nuclear Savage: The Islands of Secret Project 4.1’ (Selvagem Nuclear: As ilhas do Projeto Secreto 4.1). EUA, 2012, 87 min, Direção Jonas Adam Horowitz.

Categoria Curtametragem Documentário: ‘High Power’ (Alta Voltagem). Índia, 2013, 27 min, Direção Pradeep Indulkar.

Categoria Filme de Animação: ‘Abita’. Alemanha, 2012, 4 min, Direção Shoko Hara & Paul Brenner.

Categoria Estudantil: ‘No to Nuclear Jordan’ (Jordânia sem Nuclear). Jordânia, 2012, 7 min, Direção Solenne Tadros.

Além do Oscar Amarelo, o festival também conferiu menções honrosas: ‘Polvere di Guerra. Uranio a Beirut’ (Guerra em Pó. Urânio em Bierute), Itália, 2007, Direção Flaviano Masella, Angelo Saso e Maurizio Torrealta. ‘Children of Uranium’ (Crianças do Urânio), Romênia, 2009, 64 min, Direção Adina Popescu. ‘Friedlich in die Katastrophe’ (Silenciosamente para o Desastre), Alemanha, 2012, 120 min, Direção Marcin El. ‘Nuclear Waste’ (Lixo Nuclear), Ucrânia, 2012, 25 min, Direção Myroslav Slaboshpytskiy. ‘Unter Kontrolle’ (Sob Controle), Alemanha, 2011, 98 min, Direção Volker Sattel. ‘Der Bauch von Tokio’ (Estômago de Tóquio), Alemanha, 2013, 70 min, Direção Reinhild Dettmer-Finke. ‘Hibakusha’, EUA, 2012, 54 min, Direção Steve Nguyen & Choz Belen. ‘Hiroshima Nagaski Download’, México/Japão, 2010, 73 min, Direção Shinpei Takeda. ‘Last Flower’ (A Última Flor), Irã, 2013, 6 min, Direção Sima Baghery. “Cesium Iblodet” (Tem Césio no Meu Sangue), Brasil/Suécia, 2009, 70 min, Direção Lars Westman.

Oscar Amarelo para ‘Atomic Ivan’
“Atomic Ivan” é a melhor longa-metragem de ficção do III Uranium Film Festival. A produção russa de 2012, dirigida por Vasily Barkhatov ganhou o Oscar Amarelo 2013, no Rio de Janeiro. A comédia romântica ‘Atomic Ivan’ é um filme de estreia do jovem e já famoso diretor de teatro Vasiliy Barkhatov, de Moscou, baseado no roteiro do dramaturgo Maxim Kurochkin. O filme foi rodado na Usina Nuclear Kalinin, cerca de 200 km a noroeste de Moscou, e na Usina Nuclear de Leningrado , perto de São Petersburgo. Foi a primeira vez que as agências nucleares russas abriram suas portas para os cineastas. “Atomic Ivan é uma combinação de arte visual, comédia, romace e pura ciência nuclear”, diz o diretor do festival, Norbert G. Suchanek. “Amor atômico em uma usina nuclear russa. Uma bela e inteligente comédia romântica, no estilo surrealista que me faz lembrar Federico Fellini. Uma ópera de Fellini em uma verdadeira usina nuclear. Além de tudo o filme tem um importante valor científico, apresentando informações sobre energia nuclear e radioatividade. Então, não tinha outro jeito! Este filme tinha que ganhar o Oscar Amarelo do Uranium Film Festival 2013 “.

A Produtora Executiva de ‘Atomic Ivan’, Viktoria Gromik da Telesto Film, esteve presente na cerimônia de premiação, na Cinemateca do Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro. Ela contou que a escolha do filme e a premiação foram recebidas com surpresa pelos realizadores: “Ficamos impressionados. Escrevi a todos contando que ganhamos e eles ficaram muito impressionados. É um prêmio muito importante para nós. Foi realmente uma surpresa. Quando começamos a rodar o filme não nos passava pela cabeça que pudéssemos ganhar um prêmio do outro lado do mundo.”

Oscar Amarelo para Selvagem Nuclear

O documentário ‘Nuclear Savage: The Islands of Secret Project 4.1’ (Selvagem Nuclear: As ilhas do Projeto Secreto 4.1), do cineasta norteamericano Adam Jonas Horowitz, é uma acusação brilhante contra um crime terrível. Testes atmosféricos de bombas atômicas, utilizando as populações locais como cobaias são crimes contra a humanidade. ‘Selvagem Nuclear’é um documentário imperdível para todos, não importa se você é a favor ou contra energia nuclear. O Diretor Horowitz realizou o seu primeiro filme nas Ilhas Marshall em 1986 e ficou chocado com o que encontrou nesta ex-colônia militar americana, no meio do Oceano Pacífico. Cocos radioativos, vazamento de depósitos de resíduos nucleares e favelas densamente povoadas foram o resultado direto de testes dos EUA com bombas nucleares durante a Guerra Fria que vaporizou ilhas e devastou populações inteiras.

Oscar Amarelo para ‘Alta Voltagem’

Finalizado em 2013, o documentário ‘High Power’ (Alta Voltagem) é um importante e bem feito filme que pode vir a dar importante impulso para a discussão sobre o uso da energia nuclear na Índia e em outros países. ‘Alta Voltagem’ conta a história perturbadora da população local de Tarapur, onde a primeira usina nuclear da Índia foi construída na década de 1960. Pescadores e suas famílias perderam a terra, a pesca e a saúde. ‘Alta Voltagem’ é o primeiro filme de Pradeep Indulkar, um engenheiro indiano que trabalhou durante 12 anos para o programa nuclear da Índia.

“Além de toda a tristeza e angústia que meu filme traz, este é um momento de ouro da minha vida como cineasta”, disse Pradeep Indulkar durante a cerimônia de premiação na Cinemateca do Museu de Arte Moderna. “Neste momento, eu lembro e agradeço a todos os amigos e simpatizantes que ajudaram a produzir ‘Alta Voltagem’. Agradeço também a todos os povos indígenas que contribuíram até mesmo em pequenas quantias para fazer nossa viagem até aqui possível. Agradeço a todos que apoiaram este filme com um grande público. Agradeço ao Rio, agradeço ao Brasil e eu recebo este prêmio em nome de todas as pessoas afetadas pela Usina Nuclear de Tarapur e dedico este prêmio a todos os agricultores e pescadores que perderam suas terras, casas e vidas para a usina nuclear. “

A Diretora Executiva do Uranium Film Festival, Marcia Gomes de Oliveira disse: “ ‘Alta Voltagem’ nos ensina a ver os problemas que uma usina nuclear traz mesmo antes de seu funcionamento. O filme nos faz refletir o que pode ter acontecido aqui em Angra dos Reis com os caiçaras e índios guarani, durante a construção da primeira usina nuclear do Brasil.”

Oscar Amarelo para ‘A Curiosidade Mata’

Sander Maran é um cineasta promissor da Estônia da Baltic Film and Media School.Seu curtametragem produzido em 2012 é o que podemos chamr de uma comédia educativa. ‘Curiosity Kills’ (A Curiosidade Mata) já recebeu o Prêmio de Público do Festival H2T da Helsínquia. Agora ele ganhou o Oscar Amarelo do III Uranium Film Festival do Rio de Janeiro, na categoria “Melhor comédia”. Sinopse: Um menino de 10 anos é fascinado por experiências químicas e usa a proibida mala química de seu pai para brincar com o seu conteúdo. Uma coisa leva a outra e o rato de estimação do garoto acaba atacando a família. A curiosidade pode matar!

“Filmes sobre radioatividade são normalmente chatos para o estudante adolescente”, diz o diretor do festival, Norbert G. Suchanek. “A Curiosidade Mata” é diferente. É uma comédia de horror com uma mensagem clara: a radioatividade é perigosa e pode alterar o código genético dos seres vivos. E todo o material radioativo deve ser armazenado com muito cuidado. Caso contrário, as consequências podem ser terríveis. “

Yellow Oscar para ‘Abita’

O melhor filme de animação de Uranium Film Festival do Rio de Janeiro 2013 é ‘Abita’, um lindo filme de animação dirigido e produzido em 2012, na Alemanha, por Shoko Hara e Paul Brenner, da Duale Hochschule Baden-Württemberg, em Ravensburg. Este curtametragem de animação aborda os sonhos das crianças de Fukushima que não podem mais brincar na rua por causa da contaminação radioativa. O Mestre em Animação e jurado do festival Leo Ribeiro explica: “Eu selecionei ‘Abita’ porque é um filme muito poético, sensível e muito bem feito.”

Oscar Amarelo para ‘Jordânia sem Nuclear’

O melhor filme na categoria estudantil foi ‘No to Nuclear Jordan’ (Jordânia sem Nuclear) da Diretora Solenne Tadros, 16 anos, da Academia Internacional de Amã. Produções de estudantes secundaristas sobre as questões nucleares ainda são muito raras, especialmente no Oriente Médio. O Oscar Amarelo 2013 foi dado à Sollene Tadros para estimular os estudantes em todo o mundo a seguirem o seu exemplo e começarem a refletir sobre os efeitos da energia nuclear e da radioatividade na sociedade em que vivemos. Além disso, o júri do festival espera que ‘ Jordânia sem Nuclear’ estimule a discussão pública sobre energia nuclear na Jordânia, onde a construção de usinas nucleares e de mineração de urânio estão planejadas.

Sobre o Oscar Amarelo

Amarelo é a cor de urânio e, portanto, um símbolo da indústria nuclear e da radioatividade. Oscar Amarelo, o troféu do Uranium Film Festival é uma “obra de arte” feita pelo artista contemporâneo Getúlio Damado, de Santa Teresa. A arte de Getúlio Damado, feita a partir do lixo consumido pela sociedade carioca, faz parte de várias exposições, não só no Rio de Janeiro, mas também em São Paulo e outros centros culturais do Brasil. Atualmente, sua obra faz parte do “Projeto na Periferia” exposição no Pavilhão das Culturas Brasileira, do famoso Parque Ibirapuera de São Paulo. Getúlio Damado vive e trabalha no Rio de Janeiro, no artístico bairro de Santa Teresa, onde o Uranium Film Festival tem a sua sede e onde tudo começou em 2011.

Sobre o Uranium Film Festival

Arte e Conscientização: o Uranium Film Festival foi fundado em 2011, em Santa Teresa, famoso bairro artístico, no coração do Rio de Janeiro. O objetivo do festival é informar o público, a partir de uma posição neutra, sobre o poder nuclear, minas de urânio, armas nucleares e efeitos da radioatividade na saúde e no meio ambiente. O horror das bombas atômicas e aqueles que sofreram com elas e com acidentes nucleares, como Chernobyl ou Fukushima, nunca deve ser esquecido e nem repetido. A correlação entre a energia nuclear e as armas deve ser discutida abertamente. Procuramos informar e estimular o público sobre estas questões. O meio de comunicação eficaz e dinâmico do audiovisual é uma ferramenta importante para trazer essas informações para o público em geral.

Desde a sua criação, o Uranium Film Festival aumentou a consciência pública sobre as novas produções de documentários independentes e filmes que abordam a cadeia do combustível nuclear e as questões sobre radioatividade. O mundo nuclear produziu mais de 200.000 toneladas de resíduos radioativos de alto nível durante os últimos 60 anos. Estes resíduos continuarão a ser perigosos por cerca de 100 mil anos – ainda não existem soluções viáveis para o seu armazenamento 100% seguro e a sua eliminação permanente. É nossa responsabilidade informar à sociedade e às futuras gerações sobre os perigos da radioatividade. Acreditamos que a educação pública e a discussão aberta desses perigos proporcionará um futuro mais saudável e mais pacífico. Cinema e Uranium Film Festival são ferramentas para informar as futuras gerações – e promover um futuro sustentável, seguro, sem riscos nucleares.

Depois de estrear no Rio de Janeiro, o Festival tem convites para acontecer em outras grandes cidades do Brasil e outros países. Nos últimos anos, o festival esteve em São Paulo, Recife, Salvador, Fortaleza e João Pessoa. Em Portugal, em Lisboa e Porto. Na Alemanha, em Berlim. E na Índia percorreu 10 importantes cidades, incluindo Nova Deli, Hyderabad e Mumbai.

O organizador oficial do Uranium Film Festival é a entidade sem fins lucrativos (OSCIP) Arquivo Amarelo. A Escola Técnica Estadual Adolpho Bloch, pertencente à Fundação de Apoio À Escola Técnica FAETEC, é o principal apoio institucional do festival. Os parceiros e apoiadores do Uranium Film Festival 2013 são: Fundação Heinrich Boell Brasil, Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, o Instituto Italiano de Cultura do Rio de Janeiro, o Bar do Mineiro e Armazém São Thiago, em Santa Teresa, e a tradicional Cachaça Magnífica do Rio de Janeiro.

 

Uranium Film Festival

www.uraniumfilmfestival.org
EcoDebate, 04/06/2013


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