Estudo diz que demanda externa por carne e soja eleva pressão sobre Amazônia
O aumento da demanda externa por carne bovina e soja vai induzir o Brasil a desmatar mais a floresta amazônica, revertendo o sucesso recente na diminuição das perdas florestais, mostrou um estudo feito por especialistas do Centro de Pesquisas Internacionais sobre Clima e Meio Ambiente, divulgado nesta semana na revista Environmental Research Letters.
A reportagem é da agência Reuters e reproduzida pelo sítio G1, 05-04-2013.
Cerca de 30% do desmatamento no Brasil na primeira década deste século ocorreram porque agricultores e pecuaristas procuraram terras para expandir a produção de carne e soja para exportação, contra cerca de 20% na década de 1990, disse o relatório. “O comércio está emergindo como o principal motor do desmatamento no Brasil”, diz o estudo.
“Isso pode contribuir indiretamente para a perda das florestas que os países industrializados estão tentando proteger por meio de acordos internacionais”, aponta o documento. As exportações de carne bovina e soja responderam por 2,7 bilhões de toneladas de emissões de carbono causadas pelo desmatamento no Brasil na década de 2010, disse o relatório. Isso excede as emissões de gases de efeito estufa de uma nação como o Egito, no mesmo período.
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgados na última semana mostraram um aumento de 26,6% no desmatamento entre agosto de 2012 e fevereiro deste ano, para 1.695 km², em relação ao mesmo período anterior, segundo o ministério. As informações incluem a degradação (desmatamento parcial) e o corte raso (desmatamento total) da floresta. A chamada Amazônia Legal cobre 5,2 milhões de km².
A crescente demanda externa e a ânsia do governo brasileiro por crescimento econômico significam que uma queda contínua na taxa de desmatamento era improvável sem novas medidas para proteger as florestas, disse o relatório.
Emissões globais
Mundialmente, o desmatamento representa até um quinto das emissões de gases do efeito estufa de origem humana, de acordo com estimativas da Organização das Nações Unidas. As árvores absorvem dióxido de carbono enquanto crescem e o liberam quando são queimadas ou apodrecem.
Segundo as regras de mudança climática da ONU, as emissões de gases do efeito estufa são consideradas aquelas dentro das fronteiras nacionais. Sugestões de transferir a responsabilidade aos consumidores, neste caso os compradores externos da carne bovina brasileira, são muitas vezes desprezadas como sendo muito complicadas.
“Tem sido um pesadelo no setor florestal”, disse o pesquisador de florestas do Instituto Internacional para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, Duncan Macqueen, em Edimburgo. “Os consumidores se perguntam ‘por que devemos sofrer o custo da reforma do sistema?'”, disse.
Alguns projetos procuram certificar a produção florestal como vindo de uma fonte que não envolve extração ilegal de madeira. Mas têm inconvenientes, já que os custos das auditorias podem ser muito elevados para os pequenos produtores, afirmou.
O estudo do centro sugeriu uma melhor rotulagem ou informações sobre importações para ajudar os consumidores. Além disso, a pesquisa não tentou comparar o impacto ambiental da produção de carne bovina ou de soja no Brasil com a de outras nações para ver onde a produção foi menos prejudicial. “Análises similares ainda têm de ser feitas”, afirmou o autor Jonas Karstensen.
(Ecodebate, 09/04/2013) publicado pela IHU On-line, parceira estratégica do EcoDebate na socialização da informação.
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Pela foto publicada, o rebanho apresentado foi criado na região da Terra do Meio(municípios de São Félix do Xingu e Altamira). Em 2007 tinha denunciado através da TV GLOBO o uso do U 46 -D Fluid 2,4-D da Nufarm do Brasil aditivado com produto desfolhante para a limpeza dos pastos e para o desmatamento. Em fiscalização feita pela ANVISA no mês de Novembro de 2009 na fábrica da Nufarm em Maracanau(CE), foram encontrados 2,3 milhões de litros de agrotóxicos que foram interditados por estarem com alterações não autorizadas na fórmula, agrotóxicos sem data de validade, uso de produtos vencidos havia 4 anos e o U 46 BR 2,4-D em que tinha sido introduzido 1 componente (não identificado). Faz anos que estou procurando por às claras o uso do Agente Laranja na Amazônia ( Tucuruí – Linhão da Eletronorte Tucuruí/Belém – Sul do Pará – Terra do Meio). O Agente Laranja é formulado com 2,4-D + 2,5-T e deixa resíduos altamente tóxicos no solo e nas águas entrando nos organismos de pessoas e animais através da cadeia alimentar. Será que os Países importadores da carne, soia, milho, suco de laranja, etc. que provêm das áreas amazônicas onde se utilizaram milhões de litros de 2,4-D adulterado não sabem disso? Padre Angelo Pansa – Delegado ICEF (Intyernational Court of the Environment Foundation)