Sociedade começa a discutir Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)
Moradores dos mais de 5 mil municípios do país e representantes do governo e da iniciativa privada começam a discutir, desde 20/3, quais as principais medidas, dificuldades e demandas para a implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) no Brasil. As propostas devem ser concluídas até agosto deste ano quando serão discutidas pelos governos estaduais.
A PNRS foi criada em 2010, prevendo medidas de consumo sustentável, redução dos impactos ambientais e geração de emprego e renda, com foco, principalmente, nas associações de catadores de materiais recicláveis. Desde então, algumas medidas já estão em prática. Entre elas, a da logística reversa, ou seja, a devolução e tratamento ambientalmente adequado de resíduos de alguns setores produtivos, como a de embalagens de agrotóxicos, de pilhas e baterias e de pneus e óleos lubrificantes.
“A política de resíduos sólidos é uma das políticas mais revolucionárias se pensarmos que temos mais de 80% das pessoas nas cidades. Se olharmos o arcabouço da PNRS, temos atribuições muito claras para o poder publico e para o setor privado, mas para o terceiro pilar, que é a sociedade civil, os consumidores, não temos mecanismos de engajamento a não ser o de falar genericamente sobre educação ambiental”, explicou Samira Crespo, secretária de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do Ministério do Meio Ambiente.
Segundo Samira, a 4ª Conferência Nacional do Meio Ambiente, que reúne todos os debates anualmente, vai tratar da implementação da legislação com foco, principalmente, no debate sobre a produção e o consumo sustentável. O tema ganhou destaque durante a Rio+20 e a adesão de todos os países que se comprometeram em investir na conscientização da população global. “Não podemos obrigar o cidadão a descartar corretamente seu lixo. [A conferência] é uma oportunidade para trabalhar o engajamento dos consumidores para exercer seu papel e uma oportunidade para conhecer experiências e soluções sustentáveis de implementação da política”, disse Samira.
De acordo com a política que trata da gestão desses resíduos, todos os setores das cidades, estados e do país têm responsabilidades. A norma estabelece, por exemplo, que, até o próximo ano, as administrações municipais e estaduais terão que eliminar seus lixões.
“Temos, por exemplo, um grande desafio em Brasília. Temos que acabar com o lixão. É inaceitável que a capital federal tenha um lixão. Isso é um compromisso do governo federal. Temos que aproveitar as oportunidades de investimentos dos grandes eventos [Copa do Mundo e Jogos Olímpicos]. A marca de cidade sustentável passa pela inclusão política dos catadores, da reciclagem, da logística reversa e da erradicação do lixão”, disse a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, durante a abertura do evento que ocorrerá paralelamente nos municípios brasileiros.
Em outubro todas as contribuições da 4ª Conferência Nacional de Meio Ambiente serão consolidadas em um encontro nacional. A proposta do governo com a iniciativa, que, pela primeira vez vai abrir espaço para que organizações da sociedade civil também apresentem sugestões em uma página na internet (www.conferenciameioambiente.gov.br), é criar as condições necessárias para que a lei saia definitivamente do papel.
Edição: Fábio Massalli
Reportagem Carolina Gonçalves, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 22/03/2013
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O Brasil pode sair na frente de todo o mundo neste questão que inclusão social através de extenso trabalho de reciclagens. E pode sair na frente pois é brasileira a tecnologia que utiliza resíduos sólidos principalmente os orgânicos como matéria-prima para a produção de artefatos destinados a Construção Civil, justamente o segmento que mais consome energia e materiais primários. O processo tem o nome KONLIX. Atrelada a esta tecnologia está a redução de madeira intensamente consumida pelo modelo construtivo tradicional, e ainda por cima evita a emissão de Gases do Efeito Estufa, por exemplo em um tijolo com dimensões de 25 x 12,5 x 6,25 cm (com dois furos), a quantidade de gases não emitidos atinge o volume de
mais de 5 kg de CO2 eq, por tijolo. Em uma casa com 100m2 de área construída, este volume chega a mais de 55 toneladas de CO2 eq não emitidos.