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Artigo

Oceano Ártico: Geografia e História, por Adilson Mikami

 

GEOGRAFIA

Ártico


O Oceano Ártico, localizado no Hemisfério Norte, numa região conhecida como norte polar ártico, por estar situado principalmente na região do Pólo Norte, é o menor e o menos profundo (mais raso) dos cinco oceanos deste NOSSO PLANETA, NOSSA CASA. O Oceano Ártico ocupa uma bacia aproximadamente circular e cobre uma área aproximada de 14.056.000 km2, quase do tamanho da Rússia. Suas principais referências geográficas são: Baía de Baffin, Mar de Barents, Beaufort Sea, Mar de Chukchi, Mar do Leste da Sibéria, Mar da Groenlândia, Baía de Hudson, Estreito de Hudson, Mar de Kara, Mar de Laptev, Mar Branco e muitos locais ou deltas em que os rios e riachos desaguam. O Oceano Ártico é conectado ao Oceano Pacífico pelo Estreito de Bering e ao Oceano Atlântico através do Mar da Groenlândia e do Mar de Labrador. 

É um oceano cercado pelos continentes da Eurásia (norte da Europa e norte da Ásia), América e Groenlândia, além de inúmeras ilhas, interligado com o Oceano Pacífico e Oceano Atlântico, parcialmente congelado no verão (julho a setembro) e completamente congelado no inverno (dezembro a fevereiro). No verão, em Julho, sua temperatura média é de -10°C. Além desta característica marcante (gelo) possui outras particularidades: sua temperatura varia conforme as estações (sazonalmente); a temperatura da água no fundo é maior que na superfície; sua salinidade varia conforme o congelamento ou derretimento do gelo, sendo no geral menos salino que nos demais oceanos, devido a baixa evaporação, recebe muitos fluxos de água doce, mais densos, dos incontáveis rios que desaguam no Oceano Ártico.

Seguramente duas outras características são muito importantes e fatores determinantes para o clima no NOSSO PLANETA, NOSSA CASA: o gelo branco reflete os raios solares (albedo), impedindo o aumento da temperatura e quando o gelo se derrete, os raios solares são absorvidos pela água escura, quase negra, aumentando a temperatura do planeta e contribuindo para o aquecimento global, além do que sob suas águas estão imensas jazidas de gás metano e petróleo, os maiores depósitos do planeta. O aquecimento global, causada pelo “efeito estufa” está derretendo a camada de gelo do Oceano Ártico e isto deverá ocasionar profundas alterações no clima do planeta, como o aumento das tempestades e furacões e possivelmente uma nova era glacial. Estas alterações no clima já estão em curso e veremos isto nas próximas edições da SÉRIE OCEANO ÁRTICO.

A outra característica de fundamental importância para o clima no planeta, é a circulação termoalina.  Muito lentamente as densas águas geladas, oxigenadas e menos salinas do Oceano Ártico descem para o leito do Oceanos Atlântico e Pacífico. Não são como as correntes superficiais que são velozes, mais leves e quentes. A circulação termoalina é lenta, demora aproximadamente 500 anos para completar uma volta no planeta. Estas águas densas, geladas, oxigenadas, mantém a temperatura dos oceanos em equilíbrio, ao mesmo tempo em que oxigenam o fundo dos oceanos. É esta circulação termoalina que contribui decisivamente para a manutenção da temperatura e por extensão o clima no planeta, além de proporcionar a manutenção da biodiversidade no fundo dos oceanos.

HISTÓRIA

Durante muito tempo as regiões polares permaneceram inexploradas pelos europeus, embora habitadas por povos nativos circumpolares (visite Série Povos Indígenas Circumpolares). É registrado que em 325 a.C. Pytheas de Massilia fez uma viagem ao norte e chamou o Oceano ártico congelado de “Eschate Thule” (na mitologia grega referia-se a uma fantástica comunidade progressista), onde, segundo sua descrição “o Sol aparecia por somente 3 horas e água do mar foi substituída por alguma substância congelada e nenhum barco pode navegar”. Ele estava, provavelmente, descrevendo o gelo solto hoje conhecido como “growlers”, ou “bits bergy”. Sua “Thule” foi provavelmente a Noruega e as Ilhas Faroé ou Shetland.

Na época dos grandes descobrimentos, entre os séculos 15 e 18, os europeus desejavam encontrar uma rota pelo norte para “Cathay” (China) e por isto vários estudos foram realizados por cartógrafos que mencionavam o Oceano Ártico como “Mar do Norte”, sem contudo conseguir avançar com os navios até algumas ilhas. Esta falta de conhecimento do que estava ao norte da barreira de gelo deu origem a uma série de conjeturas, suposições. Na Inglaterra e outros países europeus, o mito de uma “Mar Aberto Polar” foi persistente. John Barrow, Segundo Secretário de longa data do Almirantado britânico, promoveu a exploração da região entre 1818-1845, sem grande sucesso.

Nos Estados Unidos, na década de 1850 e 1860, os exploradores Eliseu Kane e Isaac Hayes afirmaram terem visto parte deste corpo ilusório de água. Mesmo no final do século, a eminente autoridade Matthew Fontaine Maury incluiu uma descrição do mar polar aberto em seu livro “A Geografia Física do Mar (1883)”. No entanto, como todos os exploradores que viajaram mais e mais próximo ao pólo norte, observavam que a calota de gelo polar era muito grosso, e persistente durante todo o ano. Fridtjof Nansen foi o primeiro a fazer uma travessia náutica do Oceano Ártico, em 1896.  O primeiro trânsito náutico do Pólo Norte foi feita em 1958 pelo submarino USS Nautilus, viajando debaixo da calota de gelo. A primeira travessia superficial do oceano foi liderada por Wally Herbert, em 1969, em uma expedição de cães de trenó do Alasca à Svalbard, com apoio aéreo e a primeira viagem superficial náutica (por água) ocorreu em 1977, pelo navio quebra-gelo Arktika NS.

Fonte: mikamienvironmentalblog

Adilson Mikami é cientista e ambientalista (especialista em vetores de propulsão, energia magnética, processamento de materiais)

* Artigo enviado pelo Autor e publicado pelo EcoDebate, 04/01/2013


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