Pequenas propriedades rurais caminham para a adequação ambiental no Vale do Rio Doce
Mapeamento realizado pelo Instituto Terra envolveu unidades rurais no Espírito Santo e em Minas Gerais
Um total de 242 pequenos produtores rurais do Médio Rio Doce tem em mãos, de maneira documentada, todas as informações necessárias para promover a adequação ambiental de suas propriedades. Fruto de um projeto efetivado pelo Instituto Terra em parceria com a Fundação Banco do Brasil, o mapeamento ambiental realizado apontou que, em geral, essas unidades produtivas exigem ações urgentes de recuperação ambiental, em pelo menos 30% de sua área total. Principalmente, ações como reflorestamento em Áreas de Proteção Permanente e de Reserva Legal, e também a proteção de nascentes.
As propriedades atendidas pelo projeto estão localizadas nos municípios mineiros de Aimorés (61 propriedades) e de Conselheiro Pena (60 propriedades), e no município de Colatina, no Espírito Santo, com 121 unidades produtivas participantes.
O projeto “Adequação Ambiental de Propriedades” identificou que, dos 7.647,84 hectares analisados, 1.888,21 hectares são passíveis de reflorestamento na região. Além disso, o mapeamento mostra que 831,14 ha estão localizados em áreas de preservação permanente (APP), de nascentes e matas ciliares e outros 1.057,07 ha de área tem aptidão para reserva legal.
Todos esses resultados e, inclusive os croquis das propriedades, já foram entregues aos produtores atendidos pelo projeto. “Sabemos que para os pequenos produtores é difícil, sozinhos, promoverem os ajustes necessários, até mesmo pela falta de recursos financeiros. Por isso, estamos buscando apoio junto a outros parceiros, para viabilizar essa adequação nas pequenas propriedades e assim promover o aumento da cobertura vegetal no Vale do Rio Doce”, afirma Adonai Lacruz, superintende Executivo do Instituto Terra.
Neste sentido, já estão em curso o reflorestamento em 90 hectares e a proteção de 100 nascentes, dentro do total apontado pelo projeto como passível de recuperação. Neste primeiro momento, os recursos utilizados para essa adequação são provenientes de passivos ambientais de empresas que atuam na região, tendo os repasses garantidos através de convênios celebrados com o Ministério Público Federal (Procuradoria de Governador Valadares), e o Sindicato das Olarias do Norte do Espírito Santo (Sindicer).
“Com a garantia dos recursos, tornamos as ações efetivas, com base nos projetos técnicos já elaborados para as propriedades, observando nossa metodologia de recuperação florestal”, explica Lacruz. No município de Conselheiro Pena, por exemplo, com o direcionamento de recursos oriundos de uma TAC Ambiental, o Instituto Terra levou o seu Programa Olhos d’Água, visando proteger 13 das 15 nascentes identificadas dentro da área de 60 propriedades atendidas pelo projeto de Adequação Ambiental no município. A recuperação se dá pelo isolamento da nascente e plantio de mata ciliar, sendo os insumos doados ao produtor, que se responsabiliza pela mão-de-obra sob o acompanhamento técnico do Instituto Terra.
Números do Projeto Adequação Ambiental – Instituto Terra e Fundação Banco do Brasil
Município |
Nº de Propriedades |
Área total (ha) |
(ha) passíveis de recuperação |
% passíveis de recuperação |
Nascentes com recurso a serem recuperadas (*) |
Colatina |
121 |
2980,26 |
699,81 |
23,48% |
50 |
Conselheiro Pena |
60 |
2699,93 |
677,76 |
25,10% |
13 |
Aimorés |
61 |
1967,65 |
510,64 |
25,95% |
36 |
Total |
242 |
7.647,84 |
1888,21 |
25% |
99 |
Tamanho médio das propriedades
Município |
Tamanho Médio (Hectares) das Propriedades |
Colatina |
24,63 |
Conselheiro Pena |
32,26 |
Aimorés |
45 |
Colaboração de Maria Helena Fabriz, Instituto Terra, para o EcoDebate, 01/11/2012
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