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Fraturamento hidráulico (fracking): Técnica para extrair gás proibida em países europeus será testada no Brasil

 

Fraturamento hidráulico (fracking)
Foto: TheHuffingtonPost.com

 

Método criado no Texas, que pode aumentar em mais de seis vezes as reservas de gás natural no País, será aplicado em Minas e na Bahia; técnica está em discussão nos EUA, onde é suspeita de desencadear terremotos e contaminar o lençol freático

Uma técnica de extração que pode aumentar em mais de seis vezes as reservas de gás natural do País será testada pela primeira vez nos próximos meses, em Minas e na Bahia. Proibido em alguns países europeus e em discussão nos Estados Unidos, o fraturamento hidráulico (fracking, em inglês) é alvo de polêmica por conta da falta de estudos sobre possíveis danos ambientais – a técnica retira o gás a mais de 1,5 mil metros de profundidade. Matéria de Bruno Deiro, em O Estado de S.Paulo.

As principais preocupações referem-se à possível contaminação de lençóis freáticos e a relação com o aumento da incidência de terremotos. Nos EUA, a agência de proteção ambiental (EPA) prometeu realizar um grande estudo, mas ainda não se posicionou sobre o gás de xisto – rocha onde ocorre a extração.

No ano passado, pesquisadores da Duke University, na Pensilvânia, publicaram um artigo na revista Proceedings of the National Academy of Sciences que alertou para o aumento da concentração de metano na água potável em áreas próximas a poços que usam o fracking. Não ficou provado, porém, se há relação direta com a técnica.

“Se a contaminação ocorrer nas fontes mais profundas não há nada que se possa fazer para evitar”, diz Avner Vengosh, um dos autores do estudo, que também alerta para os produtos químicos usados no processo. “Os resíduos contaminam a água potável se entraram em contato com o lençol freático.”

Segundo Vengosh, a questão nos EUA é agravada por causa da autonomia dos proprietários de terra, que podem negociar diretamente o arrendamento com as companhias de energia. “A EPA e os órgãos reguladores estaduais têm pouco controle sobre o processo nos EUA”, afirma ele.

No Brasil, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) afirma que a extração terá um acompanhamento melhor. “Esse problema aconteceu nos EUA porque cada Estado fez de um jeito. Estamos aprendendo com os erros deles”, diz Olavo Colela, assessor da diretoria da ANP. “Garantimos a segurança física dos poços para não haver contaminação.”

Potencial. De acordo com Colela, a técnica será implementada em um primeiro momento em três bacias sedimentares: Vale do Parnaíba (MG), Parecis (MT) e Recôncavo (BA). Nestas regiões, a expectativa é de que se aumente as reservas de gás natural no País em 208 trilhões de pés cúbicos (TCF) – atualmente, o total é de 32 trilhões de TCF.

Segundo a AIE, agência de energia norte-americana, este potencial colocaria o País na 10.ª posição na lista de maiores reservas estimadas. Estados Unidos (8.620), China (1.275) e Argentina (774) lideram o ranking.

Entre as empresas interessadas estão a Shell, a Petra e a Fortress Energy, que poderão pedir à ANP a extensão do prazo de concessão em áreas que já exploram hoje. “Faremos uma recomendação para que se evite empreendimentos apenas na Amazônia”, afirma Colela. “Hoje em dia é complicado trabalhar lá. Mas não proibiremos as empresas de fazer, o risco será delas.”

O licenciamento ambiental ficará a cargo de cada Estado.

EcoDebate, 15/10/2012

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3 thoughts on “Fraturamento hidráulico (fracking): Técnica para extrair gás proibida em países europeus será testada no Brasil

  • Os europeus e americanos estão precavidos com relação aos riscos decorrentes desse tipo de extração de gás. Percebe-se que na hipótese de o Brasil testar e aprovar a extração, as empresas estrangeiras ficarão com o filé. Resta saber, se de repente, ocorrer a contaminação dos lençóis d’água de grande profundidade, a quem recairão responsabilidades? Eu entendo que a ninguém, pois no próprio artigo consta, na hipótese de acidente não haverá o que fazer. Eu penso que esse tipo de atividade deveria ter os mesmos cuidados que requerem para a energia nuclear, ou seja, deveriam criar a Agência Internacional de Proteção Ambiental (EPIA). (Jorge Gerônimo Hipólito)

  • Cada vez mais desiludido quanto à possibilidade de nossos gestores, dos mais variados escalões e na também variada gama de assuntos e vertentes, assumirem a virtude da precaução, cada vez mais indispensável quanto mais alto o nível e intensidade das possíveis consequências.
    Vê-se ai, no texto, que “Estamos aprendendo com os erros deles”, diz Olavo Colela, assessor da diretoria da ANP. “Garantimos a segurança física dos poços para não haver contaminação.”
    Garante como? Assina um documento de penhora de seus bens que sejam suficientes para indenizar ao “povo” e ao “planeta” no caso de fracasso e de contaminação incontrolável e degenerativa do meio ambiente.
    Perguntaram ao povo mineiro se concordam com tais riscos.
    Além dos riscos de contaminações no nível continental de superfícies, que tal parar e ponderar os riscos de contaminação do Aquífero Guarani?
    De acordo com Colela, a técnica será implementada em um primeiro momento em três bacias sedimentares: Vale do Parnaíba (MG), Parecis (MT) e Recôncavo (BA)?
    Voltamos a dizer: o que dizem as populações dessas bacias?
    Mineiros, costumamos dizer em casos assim: “Têm juízo não! Inconsequência generalizada!”
    Mesmo com os recentes episódios na exploração de petróleo em mares profundos, vem este senhor, agora, com esta de serem mais competentes do que os americanos para se aventurarem nessa exploração de alto risco.
    Será que precisaremos mesmo de tantas e arriscadas fontes de energia fóssil?
    Não somos sonhadores, não! A exposição e oferta feita às nações do mundo pela Keshe Foundation, Bélgica, de novas e libertadoras tecnologias, gratuitamente, free (sem royalties e reservas de patente), tem algo de verdadeiro a ponto de rolar na internet que Obama terá decretado a proibição de uso das técnicas nos EE.UU., acho que de tanto que ameaça o sistema capitalista e financeiro que ainda quer sobreviver. Não aposto. Só teimo!
    Será que nossas autoridades maiores e setoriais têm conhecimento dessa nova vertente que dispensa o arcaico sistema energético tradicional? A nano-tecnologia soava muito estranha e continua de risco se colocada ou utilizada em mãos maliciosas (sic). Alunos universitários da Europa, em trabalhos conjuntos sobre a matéria (nano-tecnologia) registraram que, justamente como o povo precisa, o assunto requer o princípio da precaução e de maiores cuidados. Revelaram até os sempre possíveis riscos de abusos de alcance espantoso.
    Para fechar o assunto aqui, como cidadão comum, registro que o povo brasileiro merece que não se o exponha tanto como está ocorrendo atualmente, em desmatamento, difusão de OGMs, construções de mega usinas, ocupação da Amazônia, não consulta popular, decisões arbitrárias e ditatoriais, portanto, de cima para baixo por titulares constitucionalmente não autorizados para tanto.
    …Esperança nossa, salve. Brasil, oh Pátria Amada, Salve, Salve… !!!!!! ?????

  • Licenciamento ambiental de empreendimento de interesse internacional é piada……Basta de mentir que se gerencia, que se fiscaliza, que se pune, que se previne…a Política Nacional foi jogada para “reciclagem”!!! Belos discursos e poucas ações! Antes eram os ambientaloucos, agora tem os ambientafarsa!

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