Poluição do ar reduz expectativa de vida na Europa, aponta relatório da Agência Europeia do Ambiente (AEA)
Doenças por poluentes reduzem até dois anos de vida em algumas regiões. União Europeia gasta US$ 1,3 trilhão por ano devido à poluição, diz órgão.
A poluição do ar está reduzindo o tempo de vida das pessoas em quase dois anos em regiões da União Europeia, afirmou nesta segunda-feira (24) a Agência Europeia do Ambiente (AEA), reforçando o argumento de que são necessárias mais restrições sobre as emissões do bloco. Matéria da Reuters, no G1.
A legislação adotada atualmente permitiu diminuir a quantidade de alguns poluentes liberados por escapamentos e chaminés em toda a Europa, disse um relatório da AEA publicado nesta segunda. Mas ainda existem níveis perigosos de partículas microscópicas, conhecidas como material particulado, associadas a doenças como câncer de pulmão e problemas cardiovasculares, segundo o texto.
Em média, a poluição do ar reduziu o tempo de vida em toda a Europa em cerca de oito meses, segundo o relatório. O texto também cita outra pesquisa que mostra que a redução dos níveis de partículas na atmosfera pode aumentar a expectativa de vida em um ano e dez meses em algumas regiões europeias.
O relatório não especificou as regiões onde houve redução, mas disse que a Polônia e outras áreas industriais do leste europeu têm níveis particularmente altos de poluição ou partículas.
Londres tem a pior qualidade do ar de qualquer capital da União Europeia e foi a única cidade britânica a exceder os limites diários para poluentes divulgados pelo bloco, diz o relatório.
A comissária do meio ambiente da União Europeia, Janez Potocnik, disse que uma revisão das leis de qualidade do ar do bloco no próximo ano precisa ampliar limites para os níveis de poluição que se aproximem das recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre níveis seguros de poluentes.
“Isso [o relatório] é um aviso muito sério sobre a importância para a nossa qualidade de vida e saúde”, disse Potocnik a agências internacionais.
Além do impacto sobre a saúde, a diretora-executiva da AEA, Jacqueline McGlade, afirmou que a poluição custa ao bloco 1 trilhão de euros (US$ 1,30 trilhão) por ano em cuidados com saúde e impactos mais amplos sobre os ecossistemas.
“A política da União Europeia reduziu as emissões de muitos poluentes ao longo da última década, mas podemos ir mais longe”, disse ela.
Risco maior
O material particulado é visto como o mais grave risco de poluição do ar na Europa. Usando os dados mais recentes, de 2010, o relatório afirma que 21% da população urbana do bloco foi exposta a material particulado acima do limite estabelecido pela União Europeia.
Os poluentes vêm da fumaça de carros, indústria e queima de combustível doméstico. Depois de passar por reações químicas no ar, eles entram na água, no solo e na cadeia alimentar, e podem reduzir a produção agrícola.
EcoDebate, 25/09/2012
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