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Nova ação de governadores no STF contra piso salarial para professores; MEC diz não ter sido informado

 

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O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Roberto Leão, disse ontem (5) que foi surpreendido pela decisão de governadores de seis estados de entrar com uma nova ação direta de inconstitucionalidade (Adin) contra a lei que cria o piso nacional para professores da rede pública. A ação foi impetrada ontem (4) no Supremo Tribunal Federal (STF) e questiona o Artigo 5° da lei, que trata do cálculo do reajuste do piso.

A Lei do Piso foi sancionada em 2008 e determina um valor mínimo que deve ser pago aos professores da rede pública com formação de nível médio e carga horária de 40 horas semanais. Pelas regras, o piso deve ser reajustado anualmente a partir de janeiro, tendo como critério o crescimento do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). Entre 2011 e 2012, o índice foi 22% e o valor passou de R$ 1.187 para R$ 1.451.

“A lei agora está sub judice. Estamos no limbo, porque tem um projeto na Câmara que trata dessa questão, um grupo de trabalho que está prestes a apresentar resultados, uma câmara de negociação no Ministério da Educação e os governadores dão mostra de que não querem negociar”, disse.

A Adin é assinada pelos governadores de Mato Grosso do Sul, Goiás, do Piauí, Rio Grande do Sul, de Roraima e Santa Catarina. O relator do processo no STF será o ministro Joaquim Barbosa.

Segundo Leão, se o STF acatar o pedido dos governadores e derrubar o artigo que regulamenta o reajuste, cada estado poderá definir um cálculo para corrigir o piso, o que representará perdas para os professores. “Os governadores estão criando um problema para eles. Não existindo mais o balizador do reajuste, cada estado vai fazer a sua luta, vai ter muito mais greve”.

A CNTE defende o cumprimento da lei e também é contrária à proposta que tramita na Câmara dos Deputados e que altera o cálculo do reajuste. Defendida pelos estados, o projeto prevê a correção com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), o que, na prática, resultaria em reajustes menores.

O Ministério da Educação (MEC) divulgou nota ontem (5) informando que não foi comunicado pelos governadores da intenção de impetrar com a Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o cálculo de reajuste do piso nacional para professores da rede pública. A pasta reafirmou que o governo federal defende o “crescimento real do piso salarial dos professores”.

A Adin é assinada pelos governadores de Mato Grosso do Sul, Goiás, do Piauí, Rio Grande do Sul, de Roraima e Santa Catarina e terá o ministro Joaquim Barbosa como relator do processo no STF. A Lei 11.738, conhecida como Lei do Piso, foi sancionada em 2008 e determina um valor mínimo que deve ser pago aos professores da rede pública com formação de nível médio e carga horária de 40 horas semanais.

Pelas regras, o piso deve ser reajustado anualmente a partir de janeiro, tendo como critério o crescimento do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). Entre 2011 e 2012, o índice foi 22% e o valor passou de R$ 1.187 para R$ 1.451.

A Campanha Nacional pelo Direito à Educação, rede composta por mais de 200 entidades distribuídas por todo o Brasil, também publicou nota de repúdio e considerou a “absurda” a ação impetrada pelos governadores.

O piso salarial já foi motivo de outra ação no STF. Em abril do ano passado, a Corte considerou constitucional a Lei 11.738 questionada pelos governos do Ceará, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Nota da Campanha Nacional pelo Direito à Educação

Nota de repúdio à ação contra piso dos professores

Brasil, 5 de setembro de 2012.

A Campanha Nacional pelo Direito à Educação, rede composta por mais de 200 entidades distribuídas por todo o Brasil, repudia a Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) impetrada por seis governadores contra o Piso Nacional Salarial dos Profissionais do Magistério.

A referida Adin questiona o critério de reajuste do Piso, argumentando que nenhuma Lei Federal pode determiná-lo. É um questionamento absurdo, pois só pode haver Piso Nacional com critério nacional de reajuste.

A Campanha Nacional pelo Direito à Educação irá, mais uma vez, defender a valorização docente por todos os meios possíveis, inclusive participando e incidindo sobre o Supremo Tribunal Federal. Considerando que tanto no Congresso Nacional, quanto no Ministério da Educação, processos de negociação sobre o reajuste do piso estavam em curso, a atitude dos governadores do Mato Grosso do Sul, Goiás, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Piauí e Roraima é contraproducente e fere todos os esforços de garantir uma educação pública de qualidade a todos os brasileiros e todas as brasileiras.

Agir contra o Piso é agir contra a educação pública brasileira.

Reportagem de Luana Lourenço e Heloisa Cristaldo, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 06/09/2012

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2 thoughts on “Nova ação de governadores no STF contra piso salarial para professores; MEC diz não ter sido informado

  • Debora Wanderley

    É revoltante como a educação é tratada pelos governantes no Brasil. Professor é tratado como profissional de quinta categoria. Justamente os responsáveis pelo repassar do conhecimento, principalmente para as crianças e jovens. O que nos leva a não duvidar que o plano é este mesmo, formar pessoas com pouca ou nenhuma capacidade de crítica, de análise, de percepção da real situação em que se encontra este país. O que esperar de professores mal formados e mal remunerados. Hoje são poucos professores que estão nas salas de aula por vocação, passando conhecimento com o entusiasmo que o magistério requer.
    Enquanto isto uma corja de corruptos, com poupudos salários, verba de gabinete, carros e apartamentos pagos com o dineiro do povo continuam a subtrair as riquezas da nação.

  • geraldo roberto de azevedo

    Estes governadores são totalmente despreparados e maldosos pois em um país que pouco se faz por educação subtrair dos salários dos professores qualquer valor pode ser considerado um Art. 121 combinado com o Art. 288 CP. Nós cidadãos trabalhadores temos que lutar contra esses tipos de pessoas que só querem levar vantagem em tudo. Porque eles não entram com uma ação STF para diminuir SUAS REGALIAS. Querem distruir nosso futuro que são nossos filhos!!!!!!

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