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Especialista defende fortalecimento da agricultura orgânica para viabilizar desenvolvimento sustentável

 

agricultura orgânica

A agricultura orgânica é um dos caminhos para o desenvolvimento sustentável em nível global, mas é uma técnica ainda em construção no mundo todo. A avaliação foi feita ontem (19), à Agência Brasil, pela coordenadora do Centro de Inteligência em Orgânicos (CI Orgânicos), da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Sylvia Wachsner.

Ela participa do evento Green Rio, paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20, aberto no Centro de Convenções da Bolsa de Valores do Rio.

Segundo Sylvia Wachsner, embora contribua para a proteção do meio ambiente, do solo e da água, a agricultura orgânica ainda mostra deficiências que precisam ser superadas sem demora. “Ainda falta escala. Há problemas sérios de logística. Ainda precisa de tecnologia voltada para o setor, não há sementes em quantidade suficiente”. Para a coordenadora, é fundamental que os pequenos produtores se unam para ter mais força de negociação no mercado.

Mesmo em países desenvolvidos, como a Alemanha, a agricultura orgânica apresenta pequena participação: cerca de 3% da área total disponível para plantio, relatou Sylvia Wachsner. Ela ressaltou que, no Brasil, existem apenas 1,5 milhão de hectares certificados como orgânicos. “Temos muito que trabalhar”, assegurou.

A partir de estudos feitos nas regiões serrana e centro-sul do Rio de Janeiro, o CI Orgânicos mapeou a existência de 106 produtores que trabalham com esse tipo de agricultura no Rio de Janeiro.

Sylvia Wachsner disse que é preciso apoiar os agricultores a fazerem estudos técnicos do solo para que possam melhorar a produção. Segundo ela, a maioria dos agricultores orgânicos não possui a Declaração de Aptidão para Agricultura Familiar (DAP). “DAP significa a venda de alimentos da agricultura familiar e orgânicos para a merenda escolar”, observou.

De acordo com a especialistas, o grande problema da agricultura orgânica e familiar é similar ao das empresas agrícolas maiores. “É a questão da logística, da comunicação. Em muitas partes do Rio de Janeiro, não entra a banda larga, os telefones celulares não funcionam. O produtor tem um sério problema para chegar com sua mercadoria nos mercados, sejam eles municipais ou o grande varejo. É preciso trabalhar isso”. Outro estudo identificou que os restaurantes gostariam de adquirir produtos orgânicos.

Hoje (20), a ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, abrirá o painel Sociobiodiversidade e Economia Verde, no Green Rio. Na ocasião, será apresentada, pelo governo brasileiro, a ideia do piso de proteção socioambiental. Trata-se de um compromisso internacional de garantia de renda mínima à população mais pobre, atrelado a ações de preservação ambiental e ao uso de tecnologia e energias limpas.

Reportagem de Alana Gandra, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 20/06/2012

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