Relação entre consumismo infantil, publicidade e sustentabilidade será tema de debate na Rio+20
O Instituto Alana, organização sem fins lucrativos (ONG) que atua na defesa dos direitos de crianças e adolescentes, vai promover, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), um debate sobre a relação entre o consumismo infantil, a publicidade e a sustentabilidade. O evento ocorrerá no Riocentro, zona oeste do Rio de Janeiro, no dia 13 de junho, e faz parte da programação oficial da ONU.
De acordo com a coordenadora de Mobilização da instituição, Gabriela Vuolo, esta é a primeira vez que a temática será trabalhada em uma conferência global sobre desenvolvimento sustentável. Ela acredita que este é um momento importante para se promover uma reflexão mais profunda sobre o consumismo infantil.
“Não dá para falar de futuro sem falar sobre infância e não dá para discutir sustentabilidade sem falar de consumo. Para colocar o planeta de volta nos trilhos é preciso rever padrões de consumo e ações de responsabilidade social, afinal o nosso padrão de consumo interfere diretamente na exploração dos recursos naturais e na quantidade de lixo que produzimos.”
Gabriela Vuolo informou que, durante o evento, promovido em parceria com o Conselho Federal de Psicologia, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), o Movimento Infância Livre de Consumismo, entre outros, também será exibido o documentário Criança, a Alma do Negócio, da diretora Estela Renner, que mostra como crianças e adolescentes são influenciados a comprar pelos anúncios de televisão.
A temática também estará presente na Conferência de Jovens para a Rio+20, a Youth Blast, um evento paralelo à Conferência, que deve reunir cerca de 3 mil pessoas de vários países. Segundo a coordenadora de Mobilização do Instituto Alana, representantes da instituição vão promover uma oficina sobre os impactos dos apelos para o consumo na sociedade e no meio ambiente. A data da oficina ainda está sendo definida pela organização da conferência da ONU.
“Se a gente anuncia para crianças e adolescentes diretamente o tempo todo, estimula-se o consumo em um público que ainda não tem condições de avaliar se aquilo é bom ou não para ele ou para o meio ambiente. E trabalhar com os jovens é a garantia de que essa reflexão vai ser levada adiante por muito mais tempo”, acrescentou.
Reportagem de Thais Leitão, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 08/06/2012
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