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Em 20 anos apenas quatro acordos ambientais assinados tiveram avanços

 

Apenas quatro de 90 acordos ambeintais internacionais assinados depois da Conferência Mundial do Meio Ambiente das Nações Unidas (Eco-92) tiveram avanços significativos. Esse e outros fatos negativos sobre a situação do planeta estão no 5º Panorama Ambiental Global (Geo-5), divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).

Em 24 das metas acordadas internacionalmente nos últimos 20 anos, nenhum avanço foi registrado, com destaque para as relacionadas a mudanças climáticas, estoques pesqueiros e processos de desertificação e secas.

“Os problemas estão ficando cada vez mais graves e a comunidade internacional não está conseguindo implementar ações necessárias em um ritmo adequado. Existem certas urgências que só podem ser sanadas individualmente. É preciso cooperação e vontade política”, disse o diretor executivo do Pnuma e sub-secretário Geral da ONU, Achim Steiner.

As áreas em que as metas foram cumpridas são eliminação da produção e uso de substâncias que destroem a camada de ozônio; eliminação do uso do chumbo em combustíveis; acesso crescente a fontes melhoradas de água e aumento de pesquisas para reduzir a poluição do meio ambiente marinho.

Apesar do panorama sombrio das últimas duas décadas, o estudo identificou alguns avanços nas 40 metas, inclusive na que prevê a expansão de areas protegidas e esforços para reduzir o desmatamento. O executivo do Pnuma elogiou medidas de sucesso que estão sendo tomadas por algumas nações para conter a devastação dos recursos naturais e o aquecimento global.

“Estudamos centenas de políticas realizadas individualmente por alguns países e descobrimos que muitos conseguiram avançar na proteção do meio-ambiente. O Brasil é um bom exemplo, com a queda gradativa do desmatamento e políticas regulatórias progressivas, de que é possível criar uma economia mais verde”, avalia Steiner.

O funcionário da ONU alertou que inúmeras ameaças são desconhecidas pela sociedade por falta de informação e estudos mais aprofundados. Ele deu como exemplo as mais de 90 mil substâncias químicas que circulam na economia moderna, sendo que algumas não possuem nenhum estudo sobre possíveis efeitos colaterais.

“Para muitos desses agentes químicos não há análise científica sobre os impactos na saúde do indivíduo e eles estão sendo comercializados e consumidos pela população”, explicou Steiner. De acordo com o relatório do Pnuma, 90% da amostra de água e peixes do mundo estão contaminados por agrotóxicos.

O estudo mostra também que o crescimento do lixo eletrônico é o preocupante. A produção de lixo eletrônico varia entre 20 e 50 milhões de toneladas por ano em todo o mundo, com o agravante de ser um lixo, na sua maioria, tóxico para o solo e para a vida.

Reportagem de Flávia Villela, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 08/06/2012

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