EcoDebate

Plataforma de informação, artigos e notícias sobre temas socioambientais

Notícia

Como dar remédios para crianças? Dicas do otorrinolaringologista Leonardo Sá

 

Otorrinolaringologista Leonardo Sá dá dicas de como administrar a medicação sem traumas

A dificuldade em administrar medicamentos, via oral ou nasal, em pacientes pediátricos, é uma queixa freqüente. Existem diversas técnicas para resolver esse impasse. Cabe aos pais escolher a que melhor se adéqua à personalidade da criança. A briga, os gritos e a imposição da vontade dos pais pela força não são opções eficazes a longo prazo, além de acabar com a confiança na relação pai e filho.

Seguem aqui dicas para este momento fundamental do tratamento dos pequenos pacientes.

Medicamentos orais – soluções orais / xaropes:

* Conversa

A maneira inicial adequada, sem dúvida, seria a de explicar a importância do medicamento para o fim da febre, da dor na garganta, do chiado no peito, do nariz entupido… Ou ainda, para que a criança não volte a ter estes sintomas. Este método tem boa eficácia nas crianças acima de dois anos e nas mais concentradas.

* Brincadeiras

Funcionam bem para os menores de dois anos. Aí vale muita coisa. Os pais podem colocar duas seringas, uma contendo medicamento e outra com suco. Criar uma competição de quem toma mais rápido o remédio pode ser uma saída.

Pergunte se ela conseguiria beber o remédio antes que você conte até dez.

Alguns medicamentos já trazem as seringas em formatos de avião e outros objetos que facilitam a brincadeira.

* Fazendo a criança dona da situação

Dê a seringa ou copinho-medida em sua mão e incentive-a a tomar o conteúdo, reforçando a sua capacidade para tal e o fato de ser um(a) menino(a) grande e inteligente. A criança gosta de desafios e de sentir valorizada por seus feitos cotidianos, muitas vezes os mais banais. Qual criança já não se vangloriou de seus grandes saltos do primeiro degrau da escada?

* Fazendo misturas

Coloque o medicamento misturado a uma pequena parte de suco ou leite. Nunca coloque grande quantidade, uma vez que poderá não saber, ao final, o que realmente a criança tomou. Para a criança que tem aversão a qualquer remédio, independente do gosto, e esgotada a técnica da conversa, é ideal que a criança saiba que há medicamento misturado ao alimento. Para aquelas em que apenas o gosto ruim é o problema, não há mal em informar o que está sendo oferecido.

Não devemos comparar medicamentos a balinhas ou doces, uma vez que isso pode incentivar o uso descontrolado de medicamentos pelos pequenos pacientes.

Medicamentos de uso nasal:

O uso regular de soluções fisiológicas (soro fisiológico 0,9%) como parte da higiene do nariz, além de ser importante para o bom funcionamento nasal e não trazer nenhum malefício para a saúde facilita a aceitação de outros medicamentos nasais, como os corticóides tópicos e as soluções hipertônicas (NaCl a 3% e 4,5%).

Para crianças menores de um ano, sugiro o uso de frascos com conta-gotas e, para os maiores de dois anos, os de spray. Entre 12 e 24 meses, cabe aos pais perceber a qual dos dois o filho se adapta melhor.

Os frascos, tanto os de spray como os de conta-gotas, são muito seguros para o uso. Então, deixe que a criança segure o dispositivo e veja como ele funciona. Ofereça os de solução salina que têm menor custo. Permita que brinque e perceba que não causa dor. Peça que “ensine” a vocês como se aplica no nariz. Em caso de dificuldade ofereça ajuda. Esta técnica garante à criança confiança e tranquilidade, facilitando, na maioria das vezes, o uso regular dos medicamentos nasais, sem grandes transtornos.

Dr. Leonardo Sá é formado em medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com residência no Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE – UERJ), onde hoje é professor colaborador e Coordenador do Setor de Rinossinusologia do Serviço de Otorrinolaringologia.

Mestre em Otorrinolaringologia, também pela UFRJ, assume a chefia do Setor de Rinossinusologia da II Enfermaria da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro.

É membro Titular da Academia Brasileira de Otorrinolaringologia Pediátrica, da Diretoria Executiva da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e da Comissão de Campanha da Academia Brasileira de Rinologia. Além de já ter feito parte da Diretoria Executiva da Sociedade de Otorrinolaringologia do Estado do Rio de Janeiro.

EcoDebate, 04/05/2012

[ O conteúdo do EcoDebate é “Copyleft”, podendo ser copiado, reproduzido e/ou distribuído, desde que seja dado crédito ao autor, ao Ecodebate e, se for o caso, à fonte primária da informação ]

Inclusão na lista de distribuição do Boletim Diário do Portal EcoDebate
Caso queira ser incluído(a) na lista de distribuição de nosso boletim diário, basta clicar no LINK e preencher o formulário de inscrição. O seu e-mail será incluído e você receberá uma mensagem solicitando que confirme a inscrição.

O EcoDebate não pratica SPAM e a exigência de confirmação do e-mail de origem visa evitar que seu e-mail seja incluído indevidamente por terceiros.

Alexa