MPF/PI ajuiza ação para paralisar carvoarias em área de Mata Atlântica no Estado
MPF alerta na ação que o Estado vem perdendo nos últimos anos parcelas significativas de sua biodiversidade para o desmatamento provocado pelas carvoarias
O Ministério Público Federal no Piauí (MPF/PI) ajuizou ação civil pública, com pedido de liminar, para que a Justiça determine ao Ibama e ao Estado do Piauí, através da Semar, a imediata paralisação de todas as carvoarias instaladas no domínio de Mata Atlântica no Estado que estão funcionando em total afronta à legislação ambiental vigente.
Ainda em liminar, foi solicitado à Justiça que determine ao Estado do Piauí, por meio da Semar, que suspenda os licenciamentos das carvoarias já instaladas naquela área e ao Ibama, como órgão fiscalizador, que faça cessar toda e qualquer atividade de carvoaria que esteja localizada na área de domínio de Mata Atlântica no Estado.
No mérito, o procurador da República Tranvanvan Feitosa, autor da ação, pediu que a Justiça julgue procedente os pedidos da ação e declare, em definitivo, a nulidade das licenças ambientais concedidas pela Semar.
O MPF apurou que parte da área remanescente de Mata Atlântica no Piauí – 10,52% do território do Estado – está seriamente ameaçado pela ação predatória das carvoarias. Na ação, o MPF alerta que o Estado do Piauí vem perdendo nos últimos anos parcelas significativas de sua biodiversidade para o desmatamento criminoso provocado pelas carvoarias.
Na área compreendida pelos municípios de Júlio Borges, Parnaguá, Avelino Lopes, Morro Cabeça no Tempo, Curimatá e Corrente existem 10 carvoarias ativas, em intensa atividade destrutiva, além de outras que já foram desativadas em razão do desmatamento criminoso que consumiu toda a mata nativa da floresta.
Segundo o procurador da República, essa atividade predatória tem como único objetivo o abastecimento da cadeia alimentar insustentável das siderurgias, especialmente das indústrias localizadas no Estado de Minas Gerais.
Relatório do Ibama, requisitado pelo MPF, revela como ocorre a indústria do carvão no Piauí. As carvoarias conseguem o licenciamento ambiental e desenvolvem suas atividades atreladas à autorização de desmatamento, concedidas pela Semar, para uso alternativo do solo, principalmente para a implantação de projetos agropecuários e de silvicultura. Quando utilizam e vendem todo o produto florestal e o material lenhoso da área acaba a atividade de carvoejamento se encerra, deixando o rastro de devastação.
Na ação, ele argumenta que o número de carvoarias em pleno funcionamento demonstram o absurdo de tal atividade. “Não se trata de uma atividade econômica sustentável, mas sim uma atividade criminosa, cuja finalidade é a destruição pura e simples da floresta nativa de Mata Atlântica para transformá-la em carvão”, frisou.
Fonte: Ministério Público Federal no Piauí
EcoDebate, 19/04/2012
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Senhores,
A César o que é de César!!!
Não vou entrar no mérito da necessidade (ou não) de conservação e preservação…
Mas quero deixar bem claro que as “Motivações” que levam aos desmatamentos são outras muito diferentes da utilização energética do material lenhoso (Lenha e Carvão Vegetal) existentes nesta áreas a serem desmatadas!!!
Principalmente para o “Uso Alternativo do Solo”, quer seja para a Agricultura (Soja, Milho, Algodão, Cana-de-Açúcar, etc), quer seja para a Pecuária (Bovinos, Caprinos, etc), quer seja para Infra-estruturas Urbanas.
São estas as Razões Principais para que haja o “DESMATAMENTOS”!!! Tudo mais é apenas uma tênue “cortina de fumaça” para escondê-las!!!
Quando as áreas desmatadas estão dentro de um “Raio Econômico de Transporte”, o que permite a colocação deste material lenhoso ou carbonoso a preços competitivos em relação a outros energéticos concorrentes é que a sua utilização efetiva se dá. Quando fora deste raio econômico o material lenhoso é, PASMEM, SIMPLESMENTE QUEIMADO SOBRE O SOLO!!!
Discutam a necessidade de Preservar, de Conservar, de Recuperar as áreas e eu com certeza cerrarei fileiras com vocês!!!
Agora se é apenas para repetir um discuso já gasto e totalmente sem fundamentação e com isto transferir a “culpa” para a utilização energética da biomassa lenhosa eu serei sempre um INIMIGO FERRENHO!!!
Tenho dito!!!
Prof. Dr. Carlos Roberto de Lima
Doutor em Recursos Naturais (UFCG, 2011)
UAEF / CSTR / UFCG
Campus de Patos
(83) 3511 3019
“Cerrarei” ou “Serrarei”? Pintou uma dúvida agora!!!
Postei um comentário ontem, como posso ter acesso aos comentários???
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