Levantamento do Ministério da Saúde mostra que quase metade da população brasileira está acima do peso
Percentual da população acima do peso e de obesos aumentou nos últimos seis anos. O desafio do Ministério da Saúde é estacionar a tendência de crescimento nos próximos dez anos
O excesso de peso e a obesidade aumentaram nos últimos seis anos no Brasil, é o que aponta o mais recente levantamento realizado pelo Ministério da Saúde. De acordo com o estudo, a proporção de pessoas acima do peso no Brasil avançou de 42,7%, em 2006, para 48,5%, em 2011. No mesmo período, o percentual de obesos subiu de 11,4% para 15,8%.
Confira a apresentação do estudo (ppt).
Veja tabela com dados sobre excesso de peso e obesidade.
Para o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o resultado desse levantamento mostra que é necessário continuar investindo em ações preventivas, sobretudo aos mais jovens. “Com o resultado desse levantamento nós conseguimos resultados que permitem aprimorar nossas políticas públicas, que são essenciais para prevenir uma geração de pessoas com excesso de peso”, disse o ministro durante o anúncio, nesta terça-feira (10), dos resultados da última pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2011), promovida pelo Ministério da Saúde em parceria com Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo.
O estudo retrata os hábitos da população brasileira e é uma importante fonte para o desenvolvimento de políticas públicas de saúde preventiva. Foram entrevistados 54 mil adultos em todas as capitais e também no Distrito Federal, entre janeiro e dezembro de 2011.
O aumento das porcentagens de pessoas obesas e com excesso de peso atinge tanto a população masculina quanto a feminina. Em 2006, 47,2% dos homens e 38,5% das mulheres estavam acima do peso ideal. Agora, as proporções subiram para 52,6% e 44,7 %, respectivamente.
O problema do excesso de peso entre os homens começa cedo. Entre os 18 e 24 anos, 29,4% já estão com o Índice de Massa Corporal (IMC) – razão entre o peso e o quadrado da altura – maior ou superior a 25 Kg/m², ou seja, acima do peso ideal. Já a proporção em homens com diferença etária de apenas 10 anos (idades entre 25 e 34 anos) quase dobra, atingindo 55% da população masculina. Na faixa etária de 35 a 45 anos, a porcentagem alcança 63% dos homens brasileiros.
EXCESSO DE PESO É MAIOR COM O PASSAR DOS ANOS – O envelhecimento também tem forte influência nos indicativos femininos. Um quarto das mulheres entre 18 e 24 anos está acima do peso (25,4%). A proporção aumenta 14 pontos percentuais na próxima faixa etária (25 a 34 anos de idade), atingindo 39,9% das mulheres, e mais que dobra entre as brasileiras de 45 a 54 anos (55,9%).
O aumento exponencial dos percentuais de obesidade em curto espaço de tempo também assusta. Se entre os homens de 18 a 24 anos, apenas 6,3% são obesos, entre os de 25 e 34 anos, a frequência de obesidade quase triplica (17,2%).
Considerando somente a população feminina, há um aumento de cerca de 6% a cada diferença etária de 10 anos, até chegar aos 55 anos. Entre as brasileiras com idade entre os 18 e 24 anos, 6,9% são obesas. O percentual quase dobra entre as mulheres de 25 e 34 anos (12,4%) e quase triplica (17,1%) entre 35 e 44 anos. A frequência de obesidade se mantém estável após os 45 anos de idade, porém em um patamar elevado, atingindo cerca de um quarto das mulheres.
COMBATE À OBESIDADE – A obesidade é um forte fator de risco para saúde e tem forte relação com altos níveis de gordura e açúcar no sangue, excesso de colesterol e casos de pré-diabetes. Pessoas obesas também têm mais chance de sofrer com doenças cardiovasculares, principalmente isquêmicas (infarto, trombose, embolia e arteriosclerose), além de problemas ortopédicos, asma, apneia do sono, alguns tipos de câncer, esteatose hepática e distúrbios psicológicos
Um dos objetivos do Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT), lançado em 2011, é parar o crescimento da proporção de adultos brasileiros com excesso de peso ou com obesidade. Para enfrentar este desafio, que começa na mesa, o Ministério da Saúde tem investido em promoção de hábitos saudáveis e firmado parcerias com o setor privado e com outras pastas do governo.
O consumo excessivo de sal, por exemplo, é apontado como fator de risco para a hipertensão arterial. Para diminuir o consumo de sódio entre a população, o Ministério da Saúde firmou acordo voluntário com a indústria alimentícia que prevê a diminuição, gradual, do uso do sódio em 16 categorias de alimentos.
As metas devem ser cumpridas pelo setor produtivo até 2014 e aprofundadas até 2016. O pão francês, as massas instantâneas e a maionese são alguns dos alimentos que vão sofrer redução de sal.
SEDENTARISMO DIMINUI E HOMENS SÃO OS MAIS ATIVOS – O relatório também apresenta dados sobre a prática de atividades físicas. Os homens são mais ativos: 39,6% se exercitam regularmente. Entre as mulheres, a frequência é 22,4%. O percentual de homens sedentários no Brasil passou de 16%, em 2009, para 14,1%, em 2011. Em 2009, 16% dos homens foram classificados como fisicamente inativos.
No entanto, a tendência percebida é de aumento de sedentários com o aumento da faixa etária. Se 60,1% dos homens entre os 18 e 24 anos praticam exercícios como forma de lazer, este percentual reduz para menos da metade aos 65 anos (27,5%). Na população feminina, as proporções são semelhantes em todas as faixas etárias, variando entre 24,6% (entre 25 e 45 anos) e 18,9 % (maiores de 65 anos).
A pesquisa também revela que 42,1 % da população com mais de 12 anos de estudo pratica algum tipo de atividade física. O percentual diminui para menos de um quarto da população (24%) para quem estudou até oito anos. A frequência de exercícios físicos no horário de lazer entre mulheres com mais de 12 anos de estudo é o único indicador da população feminina que figura acima da média nacional (33,9%).
ACADEMIAS DA SAÚDE ESTIMULAM A PRÁTICA DA ATIVIDADE FÍSICA – As ações de promoção à saúde são consideradas estratégicas pelo Ministério da Saúde para a prevenção de doenças crônicas e melhoria da qualidade de vida do brasileiro. O Programa Academia da Saúde, previsto no Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no Brasil é o carro chefe para induzir o aumento da prática da atividade física na população.
O programa prevê a implantação de polos com infraestrutura, equipamentos e profissionais qualificados para a orientação de práticas corporais, atividades físicas e lazer. A meta é construir 4 mil polos até 2014. Atualmente, há um total de 1.906 polos habilitados para construção, além de 150 academias em 91 municípios que já existiam e estavam de acordo com as normas preconizadas pelo programa, portanto, reconhecidas como Academias da Saúde.
Em 2011, o Ministério da Saúde empenhou R$186,52 milhões para incentivos de construção, dentre os quais R$124,76 milhões são recursos de Programa e R$ 61,76 milhões são recursos provenientes de emenda parlamentar.
Número de fumantes segue em queda no Brasil
Pela primeira vez, o percentual de fumantes está abaixo dos 15%
O número de fumantes permanece em queda no Brasil. É o que revela a pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2011), realizado pelo Ministério da Saúde. Segundo a pesquisa, de 2006 a 2011, o percentual de fumantes passou de 16,2% para 14,8%. A incidência de homens fumantes no período 2006-2011 diminuiu a uma taxa média de 0,6 % ao ano, segundo o Vigitel 2011.
A frequência é menos da metade do índice de 1989, quando a Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição (PNSN), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou 34,8% de fumantes na população. “Os dados mostram que nossas políticas públicas contribuíram efetivamente nessa redução. Hoje temos mais ex-fumantes do que fumantes no País, mas é preciso continuar reforçando a luta pelo tabagismo. Queremos reduzir essa proporção com as medidas restritivas, como a proibição de fumódromos em recintos coletivos fechados, a restrição dos aditivos de cigarro que alteram sabor e odor, que vão reduzir o tabagismo no grupo de jovens e de mulheres, a proibição de propaganda nos pontos de venda, e o aumento da tributação sobre cigarros”, explicou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
HOMENS FUMAM CADA VEZ MENOS – A frequência de fumantes continua maior em homens (18,1%) do que entre as mulheres (12%). Porém, é a população masculina quem também lidera a redução do hábito de fumar entre os brasileiros: um quarto dos homens declarou ter abandonado o cigarro (25%).
A tendência de queda do consumo do tabaco em homens foi constatada em todas as faixas etárias e independentemente do grau de escolaridade. Essa redução resultou na queda da prevalência do fumo na população geral. Além disso, o baixo número de fumantes entre os jovens de 18 e 24 anos: 12,5%, porcentagem inferior à média nacional. Além disso, o Vigitel 2011 também apontou que 11,3% desses jovens param de fumar antes de completar 25 anos.
A quantidade de pessoas que largam o vício aumenta com o avançar da idade. A frequência de ex-fumantes é quase cinco vezes maior para homens maiores de 65 anos (52,6%). Entre as mulheres, a maior queda é sentida na faixa etária dos 55 aos 64 anos, atingindo 30% da população feminina.
Outro bom motivo para comemorar é a diminuição dos homens que fumam mais de 20 cigarros por dia, o chamado fumo pesado. A proporção passou de 6,3% para 5,4% nos últimos seis anos. Ações de combate ao tabaco estão entre as prioridades do Governo Federal.
Uma série de medidas para reduzir a atratividade do cigarro vem sendo liderada pelo Ministério da Saúde. Dentre elas, destacam-se a proibição de publicidade do tabaco, a adesão à Convenção-Quadro do Controle do Tabaco de 2005, aumento das alíquotas dos impostos para 85%, proibição de fumódromos e a ampliação do espaço reservado às advertências sobre os efeitos danosos do fumo nos maços. Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu os aditivos do cigarro.
FUMO PASSIVO – O Vigitel 2011 apontou que 11,8% dos brasileiros não-fumantes moram com pelo menos uma pessoa que fuma dentro de casa. Além disso, 12,2% das pessoas que não fumam convivem com algum colega fumante no local de trabalho.
São as mulheres (13,3%) e os adultos entre 18 e 24 anos (17,7%) quem mais sofrem com o fumo passivo dentro de casa. Já no trabalho, a frequência de homens atingidos pelo fumo passivo (17,8%) é mais que duas vezes superior à registrada entre as mulheres (7,4%). Homens menos escolarizados (até oito anos de estudo) são as principais vítimas do cigarro alheio no ambiente de trabalho (20,9%), percentual bem superior se comparado àqueles com mais de 12 anos de estudo (8,9%).
Para o ministro, a Lei Antifumo sancionada pela presidenta Dilma Rousseff vai contribuir para a redução do fumo passivo no ambiente de trabalho. “O resultado do Vigitel só reforça a importância de investir em políticas públicas mais restritivas ao tabaco. O ambiente de trabalho também é um espaço público, portanto deve ser livre do cigarro”, afirmou Padilha. O SUS gasta cerca de R$ 19 milhões por ano com diagnóstico e tratamento de doenças causadas pelo tabagismo passivo.
De acordo como o Instituto Nacional do Câncer (INCA), pelo menos 2,6 mil não fumantes morrem no Brasil por ano devido a doenças provocadas pelo tabagismo passivo. Pessoas que não fumam, mas são expostas à fumaça do cigarro têm 30% mais chance de desenvolver câncer de pulmão e 24% a mais de sofrer infarto e doenças cardiovasculares.
INFORMAÇÃO COMO ALIADA NO COMBATE AO TABAGISMO – Quanto mais informação, menor a chance da pessoa se iniciar no vício de fumar. O percentual de fumantes com menor escolaridade (0 a 8 anos de estudo) é de 18,8%, quase o dobro em relação às pessoas mais escolarizadas (12 anos ou mais), que atinge 10,3%. O Ministério da Saúde também investe em ações educativas. O Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento de Doenças Crônicas não transmissíveis prevê o fortalecimento do Programa Saúde na Escola, voltado para prevenção e redução do uso do álcool e tabaco entre crianças e adolescentes.
Consumo de bebida alcoólica aumenta com escolaridade
Pesquisa do Ministério da Saúde revela que consumo exagerado é maior entre os homens e concentrado na faixa etária dos 18 aos 34 anos
Levantamento do Ministério da Saúde mostra que o consumo abusivo de bebida alcoólica (ingestão em uma mesma ocasião de quatro ou mais doses para mulheres e cinco ou mais doses para homens), dentro de um período de 30 dias, foi maior entre as pessoas com mais de 12 anos de estudo (20,1%) do que entre os que estudaram até oito anos (15,9%). Entre as mulheres, a diferença foi ainda mais considerável, variando de 11,9% para as mulheres com 12 ou mais anos de estudo a 7,6% para aquelas com até oito anos de estudo.
Os números são da pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2011). O estudo retrata os hábitos da população brasileira e é uma importante fonte para o desenvolvimento de políticas públicas de saúde preventiva. Foram entrevistados 54 mil adultos em todas as capitais e também no Distrito Federal, entre janeiro e dezembro de 2011.
De acordo com a pesquisa, ao considerar a população em geral, sem distinção de sexo, a frequência do consumo abusivo de bebidas alcoólicas no período de 30 dias foi de 17%. A proporção entre os homens é quase três vezes maior (26,2%) do que em mulheres (9,1%). O percentual nacional não sofreu variação desde a primeira edição da pesquisa realizada em 2006.
Os números também apresentaram diferença em relação à idade. A frequência de consumo abusivo de bebida alcoólica foi maior entre os jovens de 18 a 24 anos (20,5%). Na população com idade a partir de 65 anos essa proporção é de apenas 4,3%.
Em relação às diferenças entre os sexos, observa-se que o percentual de homens com idade entre 18 a 24 anos que relataram consumo abusivo de álcool (30,3%) é quase três vezes maior do que quando comparados às mulheres nesta mesma faixa etária (11,5%).
AÇÕES PARA REDUZIR O CONSUMO – O Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis, lançado em abril de 2011, com metas até 2022, traz ações de promoção à saúde e prevenção do uso prejudicial do álcool.
Dentre as ações propostas estão o apoio ao aumento da fiscalização do comércio ilegal de venda de bebidas alcoólicas para menores de 18 anos e o fortalecimento das ações educativas previstas no Programa Saúde na Escola (PSE) voltadas para a redução do uso de álcool entre as crianças e adolescentes.
Pretende-se também articular a rede de cuidado da Assistência Social (CRAS, CREAS) e equipes de apoio para o cuidado aos usuários dependentes de álcool, apoiar o aumento dos impostos sobre bebidas alcoólicas e monitorar a publicidade e propaganda de bebidas alcoólicas.
Prato do brasileiro tem dieta rica em gordura
Pesquisa do Ministério da Saúde detalhou hábitos do brasileiro à mesa: poucas frutas e hortaliças
A população brasileira se alimenta inadequadamente e consome gordura saturada em excesso: 34,6% não dispensam a carne gordurosa e mais da metade (56,9%) bebe leite integral regularmente. Os refrigerantes também têm consumidores fiéis, 29,8% dos brasileiros tomam a bebida no mínimo cinco vezes por semana.
Outro dado preocupante é o baixo consumo de frutas e hortaliças. Apenas 20,2%, ingerem a quantidade recomendada da Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de cinco ou mais porções ao dia. A conclusão é da última pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2011), promovida pelo Ministério da Saúde em parceria com Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo. O estudo retrata os hábitos da população brasileira e é uma importante fonte para o desenvolvimento de políticas públicas de saúde preventiva. Foram entrevistados 54 mil adultos em todas as capitais e também no Distrito Federal, em 2011.
O levantamento indica que as frutas e as hortaliças, fortes aliadas na prevenção de doenças crônicas não transmissíveis estão sendo deixadas de lado por uma boa parcela dos brasileiros na hora da refeição. Segundo estimativas globais da OMS, o consumo insuficiente de frutas e hortaliças é responsável anualmente por 2,7 milhões de mortes e por 31% das doenças isquêmicas do coração, 11% das doenças cerebrovasculares e 19% dos cânceres gastrointestinais ocorridos em todo o mundo.
A organização também alerta que taxas elevadas de colesterol e triglicerídeos, causadas majoritariamente pelo consumo excessivo de gorduras saturadas de origem animal, determinam 4,4 milhões de mortes por ano, sendo responsáveis por 18% das doenças cerebrovasculares e 56% das doenças isquêmicas do coração.
HOMENS SE ALIMENTAM PIOR – O Vigitel 2011 revelou que os homens, sobretudo os mais jovens, não costumam tirar a pele do frango ou a gordura da carne vermelha antes de comê-las. A população masculina consome quase duas vezes mais (45,9%) carne com excesso de gordura do que as mulheres (24,9%).
As hortaliças também não agradam o paladar masculino e estão ausentes na maioria dos pratos do homem brasileiro. Apenas 25,6% comem hortaliças e frutas regularmente (cinco ou mais vezes por semana). O percentual cai para 16,6% quando considerada a recomendação da OMS (cinco vezes ao dia). Já na população feminina, o percentual é de 35,4% para o consumo regular e de 23,3% para o consumo recomendado pela OMS.
A ingestão semanal de refrigerante também é bem superior entre os homens. A pesquisa mostra que 34,3% tomam a bebida no mínimo cinco vezes por semana. O indicador entre as mulheres, apesar de permanecer alto, cai consideravelmente, ficando no patamar de 25,9%.
DIETA É MAIS RIGOROSA ENTRE OS MAIS VELHOS – Com o passar dos anos, o brasileiro tende a diminuir a ingestão de gordura saturada e de refrigerantes. Se, entre os 18 e 24 anos, mais da metade dos homens brasileiros comem carne com gordura regularmente (51%), este índice cai para 27,6% entre aqueles que já passaram dos 65 anos.
O fenômeno se repete com o consumo de refrigerante. Entre os jovens com idade entre 18 e 24 anos, 43,5 % declararam tomar regularmente a bebida. Aos 65 anos, o percentual cai para menos de um terço, ficando em 13,7%. Em contrapartida, há aumento de consumo de frutas e hortaliças nas faixas etárias superiores. Entre os 18 e 24 anos, 15,5 % comem cinco porções diárias e 21,3% consomem cinco porções semanais. Aos 65 anos, os percentuais aumentam para 29,8% e 48,4%, respectivamente.
GRAU DE INSTRUÇÃO INFLUENCIA NA ALIMENTAÇÃO – Aumentar o acesso à informação é uma importante medida para melhorar os hábitos alimentares do brasileiro. O Vigitel 2011 revelou que os costumes do brasileiro à mesa estão diretamente relacionados com a sua escolaridade: quanto mais anos de estudo, mais saudável é a alimentação.
Frutas e hortaliças estão presentes no cardápio de 44,5% dos brasileiros que concluíram, no mínimo, 12 anos de estudo. O percentual reduz para 27,5% entre as pessoas que estudaram até, no máximo, oito anos. Considerando a recomendação da OMS, as proporções vão para 29,7% para quem tem nível superior e 17,4% para quem não conclui o ensino fundamental.
A gordura saturada também é mais comum na mesa das pessoas com menos estudo: 37,3% comem carne com excesso de gordura e 56,9% bebem leite integral regularmente. Já entre a população com maior escolaridade, os percentuais registrados estão abaixo da média nacional, com 27,5% e 47,7%, respectivamente.
PUBLICAÇÃO ENSINA A SE ALIMENTAR MELHOR – O Ministério da Saúde distribui, gratuitamente, o “Guia Alimentar – Como ter uma Alimentação Saudável”. A publicação, em formato de bolso, traz os dez passos para uma alimentação saudável e reúne dicas e orientações para manter ou alcançar bons hábitos alimentares. A versão eletrônica está disponível no endereço eletrônico www.saude.gov.br/nutricao. O livreto também traz o teste “Como está a sua alimentação?”, no qual cada pessoa pode identificar os erros e acertos dos próprios hábitos.
Cresce o número de mamografias realizadas no País
Pesquisa do Ministério da Saúde mostra que 73,3% das brasileiras fizeram o exame nos últimos dois anos
Pesquisa do Ministério da Saúde revela que a proporção de brasileiras que se submeteu ao exame de mamografia nos últimos dois anos subiu para 73,3%. No ano de 2006, esse índice era de 71,2%. O levantamento também mostra bons resultados quanto à prevenção ao câncer de colo do útero: nos últimos três anos, cerca de 80% das brasileiras fizeram o exame de citologia oncótica, mais conhecido como “papanicolau”.
Os números são da última pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2011). O estudo retrata os hábitos da população brasileira e é uma importante fonte para o desenvolvimento de políticas públicas de saúde preventiva. Foram entrevistados 54 mil adultos em todas as capitais e também no Distrito Federal, entre janeiro e dezembro de 2011.
Ainda de acordo com o Vigitel 2011, quanto mais baixa a escolaridade da mulher, menor é a frequência da realização dos dois exames. O percentual das entrevistadas com mais de 12 anos de estudo que fizeram a mamografia foi de 87,9%, quase 20 pontos percentuais a mais do que as mulheres com até oito anos de escolaridade (68,5%). Já em relação ao papanicolau, 89,6% das mulheres com 12 ou mais anos de estudo realizaram o exame, 12,7 pontos percentuais a mais do que as mulheres com até oito anos de escolaridade (76,9%).
AÇÕES – Em março de 2011, o governo federal lançou o Plano Nacional de Prevenção, Diagnóstico e Tratamento do Câncer de Colo de Útero e de Mama. O programa prevê ações de fortalecimento da rede de prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer de mama e do câncer de colo de útero, que receberão investimentos de R$ 4,5 bilhões até 2014.
O Programa Nacional de Qualidade em Mamografia (PNQM), lançado em março deste ano, tem o objetivo de estruturar um programa nacional de monitoramento da qualidade dos serviços de diagnóstico por imagem que realizam mamografia tanto no Sistema Único de Saúde quanto na rede privada.
No ano passado, o Sistema Único de Saúde (SUS) ampliou em 22% os recursos para assistência oncológica no país. O Ministério da Saúde fechou o ano com investimento de R$ 2,2 bilhões no setor – em 2010, o valor foi de R$ 1,8 bilhão. Esse aumento de investimento serviu para ampliar e qualificar a assistência aos pacientes em hospitais públicos e privados que compõem o SUS, especialmente para os tipos de câncer mais frequentes, como fígado, mama, linfoma e leucemia aguda.
O Programa Nacional de Controle do Câncer de Mama prevê ampliar a cobertura de mamografia em mulheres de 50 a 69 anos, aumentar o percentual de mamografia de qualidade e aumentar a proporção de mulheres com diagnóstico de câncer que iniciam tratamento em até 60 dias – reduzindo a mortalidade.
A maior parte das ações está prevista na Portaria Nº 530 que estabelece o Programa Nacional de Qualidade em Mamografia (PNQM). O objetivo é estruturar um programa nacional de monitoramento da qualidade dos serviços de diagnóstico por imagem que realizam mamografia tanto no Sistema Único de Saúde quanto na rede privada.
Por Fabiane Schmidt e Vanessa Teles, da Agência Saúde.
Fonte: Ministério da Saúde
EcoDebate, 11/04/2012
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