Economista pede políticas que estimulem setores da economia a adotar modelos sustentáveis de produção
Economista pede políticas de incentivo à economia verde
Durante o debate, a economista Sandra Rios, diretora do Centro de Estudos de Integração e Desenvolvimento (Cindes), afirmou que faltam políticas que estimulem setores da economia a adotar modelos sustentáveis de produção. “Há estímulo à produção de bens industriais sem incluir condições e instrumentos que viabilizem, de fato, o modelo de produção verde”, afirmou.
Para ela, a política de incentivos empregada atualmente é perversa ao incentivar o desenvolvimento a qualquer custo. Sandra Rios defendeu a viabilidade do modelo de crescimento econômico associado à sustentabilidade. “O modelo de economia sustentável é viável, desde que existam políticas que garantam ofertas de financiamento e uma estrutura tributária voltadas a esse processo”, acrescentou.
O deputado Alfredo Sirkis (PV-RJ), presidente da subcomissão da Rio+20 da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, também defendeu a revisão dos atuais modelos de taxação e de subsídio e a promoção de um modelo sustentável de desenvolvimento.
“Precisamos de um grande New Deal focado na economia verde”, disse o deputado, em referência ao programa de recuperação econômica adotado pelos EUA nos anos 1930, após a Grande Depressão de 1929. Sirkis defendeu ainda o uso de uma estratégica global para direcionar o capital especulativo ao desenvolvimento da economia de baixo carbono.
Sustentabilidade
Para o representante da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) no Brasil, o moçambicano Hélder Muteia, além da escassez de água, da destruição das florestas e da expansão demográfica, o novo modelo de desenvolvimento precisa resolver outro grande flagelo mundial: a fome.
Muteia destacou que, atualmente, 1 bilhão de pessoas passam fome no mundo. Ele defendeu a responsabilização dos agricultores pelas consequências de sua atividade. “A agricultura ocupa 30% das terras do planeta, utiliza cerca de 60% dos recursos naturais da Terra, dos quais 70% da água doce do mundo”, disse.
Edição – Daniella Cronemberger
Matéria da Agência Câmara de Notícias, publicada pelo EcoDebate, 28/03/2012
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Que tal ao invés de incentivos, o governo sobretaxasse as empresas que não tivessem responsabilidade socioambiental??? Daria um tempo para que as empresas se enquadrassem, afinal capital tem, a mais-valia é destituída do trabalhador todos os dias.
Depois deste período, teriam que apresentam um demonstrativo do que tem sido feito e dos avanços alcançados ao longo do tempo.
Afinal, se as empresas que já produzem de forma sustentável são tão boas assim e pensam tanto na coletividade, não precisam obter ganhos econômicos com esta escolha, correto?