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Artigo

A degradação das Florestas Urbanas no Município de São Paulo devido à Expansão Urbana, artigo de Alexandre Marques


A degradação das Florestas Urbanas no Município de São Paulo devido à Expansão Urbana

Alexandre Marques: Alexxandre_sp@hotmail.com

Especialista em Engenharia Ambiental

Universidade Nove de Julho-UNINOVE

Resumo:

O objetivo do trabalho é analisar que desde a evolução do homem até os tempos atuais, as florestas de Mata Atlântica vêm sofrendo degradação, perdendo sua capacidade regeneração, pelo fato de ser considerado um recurso inesgotável. Onde o principal foco desta degradação é o adensamento populacional, e a crescente demanda por habitação. Obrigando as grandes cidades, como o município de São Paulo, a explorar estes recursos de forma regular e também de forma irregular, tornando-se cada vez mais escasso essas áreas verdes os chamados remanescentes de Mata Atlântica ou também considerados como Florestas Urbanas, dando espaço para o crescente investimento imobiliário. Obrigando os governantes criarem planos e estratégias de educação ambiental, focando em seu desenvolvimento social e econômico, sem destruir a extraordinária biodiversidade destes remanescentes, que tem uma função primordial em nossa qualidade de vida. Buscando a compreensão e a superação das causas estruturais e conjunturais dos problemas ambientais.

Palavras – chave: Mata Atlântica, expansão urbana, degradação ambiental, educação ambiental, preservação.

Abstract:

The objective is to analyze that from man’s evolution to modern times, the Atlantic forests have suffered degradation losing its regeneration capacity because it is considered an inexhaustible resource. Where the main focus of this degradation and population density, and the growing demand for housing, forcing the big cities like São Paulo city to explore these resources on a regular and also irregular, becoming increasingly scarce these green areas the so-called remnants of Atlantic Forest or Urban Forestry also considered, giving space for the growing real estate investment. Forcing governments to create plans and strategies for environmental education, focusing on their social and economic development without destroying the remnants of extraordinary biodiversity, which plays a key role in our quality of life. Seeking to understand and overcome the structural and cyclical causes of environmental problems.

Keywords: Atlantic Forest, urban expansion, environmental degradation, environmental education, preservation

1. Introdução

Desde a criação do mundo quando se formou o primeiro jardim (ALMEIDA, 1969 p 7-9) até a chegada dos colonizadores no Brasil, a única vista que eles tinham era uma vasta imensidão de florestas, que ao mesmo tempo trouxe o encanto, de um grande negócio de produtos naturais que parecia inesgotável. “Ao longo da sua evolução, o homem desenvolveu atividades voltadas para a sua sobrevivência, se apropriando dos recursos naturais dessa enorme floresta a Mata Atlântica”. De acordo com (MELO 2006).

A Mata Atlântica é o terceiro maior bioma e a segunda maior floresta do Brasil. Hoje restam apenas 5% de sua extensão original (aproximadamente 52 000km²), que antigamente ocupava uma área de 1,3 milhões de quilômetros quadrados. Seu solo é considerado pobre, porém tem a sua fertilidade garantida pela serrapilheira.

A fauna e a flora da Mata Atlântica têm uma representação muito diversificada em relação às espécies e está intimamente relacionada com a vegetação. “Calcula-se que na Mata Atlântica existam 10 mil espécies de plantas que contém uma infinidade de espécies de cores, formas e odores diferentes, apesar de uma grande parte da fauna e da flora dessa floresta estar correndo o risco de não existir, sendo que ainda hoje podem ser encontradas novas espécies que somente sobrevive neste bioma” relata (STADLER, 2010).

As florestas nativas e estes remanescentes ainda abrigam uma rica biodiversidade e produzem serviços ambientais que propiciam uma cidade mais harmônica e saudável. O fato de grande parte destes serviços não serem reconhecidos pela população das cidades faz com que estas florestas não sejam valorizadas e protegidas.

A fragmentação cada vez maior no bioma e a pressão das cidades sobre a floresta reforçam a importância da conscientização das pessoas e dos esforços na restauração florestal torna-se primordial para garantir a sua proteção. “Muitos são os aspectos que envolvem a conservação da biodiversidade no contexto urbano, como a falta de política de Educação Ambiental”. (JUNIOR, 2010).

Hoje, praticamente 90% da Mata Atlântica em toda a extensão territorial brasileira esta totalmente destruída. O que resta, acredita-se que 75% está sob risco de extinção total. A presença humana na em relação ambiente florestal podem esta relacionadas de diversas formas e sob diferentes enfoques, e em diferentes escalas. “A Mata Atlântica vem sendo destruída ao longo dos anos através de ações geradas conscientemente ou não pelo homem” apontam: (TABARELLI, 2005).

Nas áreas urbanas onde o adensamento populacional, e o grande consumo de água, a produção de esgoto e lixo exigem dos mananciais hídricos, grande produção, as florestas e a sua íntima relação com a água constituem importância fundamental.

No entanto, o que se observa como regra nas cidades são a ocupação desordenada, o desmatamento e a poluição que ocasiona o esgotamento destes mananciais essenciais para a existência das cidades. O processo de degradação desenfreado pela ocupação do solo no Município de São Paulo devido a práticas antrópicas vem tendo conseqüências problemáticas com a expansão da cidade essas áreas mais vulneráveis foram progressivamente ocupadas, acarretando um processo de degradação do meio ambiente. “Devido à urbanização desenfreada, os impactos ambientais decorrentes destas ações são uma grande preocupação dos governantes que buscam alternativas para minimizar estes impactos”. (PRADO, et al.).

Segundo a Lei Federal n.º 9.985, “uma área de proteção ambiental é uma área geralmente extensa, com certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos e bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem estar das populações humanas e tem por objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais”.

Dentro do município de São Paulo existem alguns remanescentes de Mata Atlântica, os considerados parques municipais ou chamadas de florestas urbanas. Qualquer floresta urbana apresenta duas categorias, a primeira pertencendo ao setor privado, e a outra ao setor público. Ambas são interligadas e agregadas aos elementos físicos. São sujeitas a função do espaço, população biológica, valores sócio-econômicos e condições geo-ambientais. O inventario da fauna do município de São Paulo vendo sendo realizado desde 1993 em 48 áreas que abrangem 33 parques municipais: (Aclimação, Alfredo Volpi, Anhanguera, Buenos Aires, Burle Marx, Carmo, GEMUGAM, Chácara das Flores, Chico Mendes, Cidade Toronto, Eucaliptos, Guarapiranga, Ibirapuera, Independência, Felicidade, Herculano, Lina e Paulo Raia, Lions Clube Tucuruvi, Luiz Carlos Prestes, Luz, Nabuco, Pinheirinho D água, Piqueri, Previdência, Raposo Tavares, Raul Seixas, Rodrigo de Gasperi, Santa Amélia, Santo Dias, São Domingos, Severo Gomes, Tem. Siqueira Campos, Vila Guilherme e Vila dos Remédios 3 APAs (Carmo, Capivari – Monos e Bororé –Itaim). (VASCONCELOS & KAWALL, 2007).

BADIRU et al.,(2005 p.11-17) relata: “que a floresta urbana representa um referencial urbanístico de forte cunho social, político, econômico e arquitetônico”. “Sua arquitetura vegetal possui atributos históricos, artísticos e paisagísticos, mas infelizmente urbanizada, enfrenta difíceis condições de sobrevivência, que vem sendo degradado devido à ocupação do solo de (forma legal) registrada em órgão municipal, e forma de ocupação ilegal do solo”, aponta (GIODA 2002).

Mas que de acordo com o: (Código Penal: A promoção do parcelamento irregular do solo, pertencente à Floresta Nacional, para fins urbanos, mediante escrituras falsas, e a conseqüente cessão de lotes a terceiros – em grande número – de boa-fé, através de pagamento em dinheiro, caracteriza o crime de estelionato).

O município de São Paulo vem sofrendo ao longo dos anos com o rápido incremento populacional e a urbanização acelerada. O crescimento acelerado e mal planejado das cidades está acarretando sérios prejuízos à natureza, dos quais se destaca o desmatamento da vegetação nativa para estruturação da rede urbana e toda sua infra-estrutura, alteração do micro-clima, poluição atmosférica, da água, do solo, e principalmente destruindo diversos ecossistemas. Acelerando também problemas urbanos e as disputas pelo acesso às moradias e infra-estruturas aumentaram. Em específico, estes conflitos se intensificaram entre os diferentes segmentos sociais. Os aluguéis ou vendas de casas e prédios a preços exorbitantes concentraram a população de maior poder aquisitivo na área central da cidade, impulsionando a sua verticalização. “Ao contrario daqueles que possuem baixo poder aquisitivo que se concentram nas periferias onde se encontra a maior parte de florestas urbanas”. (WHATELY, 2009).

Considerando que o mercado imobiliário constitui-se um dos principais agentes de produção do espaço e acaba intensificando os conflitos sociais e formando os espaços urbanos segregado. O crescimento e a expansão das atividades imobiliárias nos municípios vizinhos possibilitaram a equiparação do volume lançado na capital e forçavam a ocupação territorial cada vez mais periférica do município, através de loteamentos irregulares e autoconstrução. A atuação do município tem sido no sentido de acatar essa proposta que gira em torno do processo de licenciamento ambiental desses empreendimentos.

Em várias oportunidades é questionada essa forma de ocupação do espaço, considerando que a questão ambiental deve tratar não só do empreendimento, mas de seus efeitos sobre o entorno , seja ambiente natural ou construído. “Antes que acarrete a médio e longo prazo os impactos ambientais em relações ao uso e ocupação do solo desta determinada área”. (PEIXOTO, 2005).Visando a perpetuação das espécies e a manutenção da biodiversidade e dos recursos naturais de forma sustentável (Sistema Nacional de Unidades de Conservação, lei n. 9.985, 18 de julho de 2000).

Hoje o município deve priorizar a legislação, e fornecer recursos para que essas áreas de florestas urbanas sejam mais preservadas possíveis, o posicionamento político precisa ser seguido por ações e planejamento, com uma coordenação multidisciplinar e a participação da comunidade local que é de fundamental importância, gerando assim uma sistemática das estruturas verdes urbanas, capaz de preservar e desenvolver florestas em todas as regiões da cidade e sua periferia (WOLF, 2005).

As características dessas áreas verdes esta estabelecidas no código de defesa do consumidor (CDC)“A defesa coletiva será exercida quando se tratar de: interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste Código, os trans-individuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato. Ou seja, a existência de áreas verdes, na zona urbana, é um direito de todos, e é assegurado pelo Artigo 225 da Constituição Federal”, onde está determinado que “Todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida…”

O zoneamento e o uso do solo são assegurados pela lei de regulamentação onde a utilização do solo em todo o território municipal, é de competência exclusiva do município por tratar de matéria de interesse local.

É o instrumento obrigatório de controle do uso da terra, da densidade populacional, da localização, finalidade, dimensão e volume das construções, com o objetivo de atender a função social da propriedade e da cidade. Apresentando-se diretrizes para a aplicação do zoneamento do uso do solo como instrumento de controle na degradação ambiental de áreas urbanas.

Controlar a relação entre a densidade demográfica e o tipo de ocupação do terreno (residencial, comercial, misto, industrial), determinar o percentual de áreas públicas (áreas verdes, institucionais e comuns) a serem consideradas nos parcelamentos, através de lei municipal, que deve assegurar o uso das áreas verdes dos loteamentos ao interesse público. (ALVIN et. al 2008 ).

Com base neste presente estudo, o objetivo é mostrar que, devido às ocupações desordenadas, os parques municipais vêm sofrendo degradação constantemente no município de São Paulo.

2. Metodologia

Para a realização do trabalho proposto incluí análise bibliográfica de obras nas áreas Educação Ambiental, do direito ambiental, no que se refere ao instituto da Reserva Florestal Legal, do Direito de propriedade e da função social da propriedade, artigos científicos relacionados com o tema.

3. Desenvolvimento

3.1 Caracterizações das Florestas Urbanas

Desde a criação do mundo Deus em Gênesis 2.8 diz: E plantou o SENHOR Deus um jardim no Éden, da banda do Oriente, e pôs nele o homem que havia formado”. Era um local ímpar, específico para o homem e a mulher habitarem e do qual procederia à influência do seu serviço como vice-regentes. O texto tem o verbo que é traduzido apropriadamente como “planta; o pensamento básico é o de colocar pequenas árvores ou plantas no solo, as quais cresceriam e, então, se tornariam plantas grandes e maduras. Plantar implicava em plano; Deus executou suas intenções quando preparou o lugar chamado Éden e transformou no paraíso. Desde a antiguidade a árvore, como imagem mítica, foi utilizada como símbolo do crescimento espiritual do ser humano. Almeida (1969 p. 7-9).

Existe entre o ser humano e as árvores uma afinidade estrutural psíquica, intimamente associada ao crescimento e realização de potenciais. “A árvore adulta já está contida na semente, o ser humano também carrega em estado germinal, no fundo do inconsciente, aquilo que poderá vir a ser” relata (MILANO & DALCIN, 2000).

As árvores fazem parte das florestas, e como parte da vegetação, é um dos principais componentes naturais que garantem a vida sobre a superfície da Terra. Elas exercem papel importantíssimo no equilíbrio ambiental, proporcionando aos seres vivos, inclusive ao homem, abrigo e segurança para uma vida saudável. As diferentes associações de espécies florestais determinam as condições do ambiente para cada local. Caso o ambiente sofra modificações pela interferência do homem ou por outro tipo de ação, as associações vegetais também se modificam e adaptam-se às novas condições.

Os benefícios indiretos que as florestas oferecem ao homem são de grande valor, pois têm forte influência sobre a qualidade da água, do ar, do solo e das paisagens, permitindo que as comunidades desenvolvam saudáveis momentos de recreação e lazer. As florestas sempre exerceram indiscutível influência no progresso e na cultura da humanidade.

Elas precedem e condicionam o desenvolvimento das civilizações, uma vez que a madeira sempre foi produto imprescindível para as mais variadas utilidades, especialmente como combustível e material de construção em todos os tipos de sociedade, durante mais de cinco séculos, até meados do século dezenove. Alguns países do primeiro mundo, nos últimos anos, deram-se conta da deficiência de suas reservas florestais e da sua importância pela oferta dos valores diretos e indiretos, e começaram uma corrida pela substituição da madeira por outros tipos de produto, por outro lado, os países em desenvolvimento, especialmente os da América, África e Ásia, continuam sofrendo extraordinárias agressões em suas matas naturais, resultando numa desenfreada devastação, cujos efeitos são, hoje, calamitosos e catastróficos, tanto para o ser humano como para a fauna.

As florestas urbanas podem ser definidas como a soma de toda a vegetação lenhosa que circunda e envolve os aglomerados urbanos desde pequenas comunidades rurais até grandes regiões metropolitanas. “As florestas urbanas são ecossistemas compostos pela interação entre sistemas naturais e sistemas antropogênicos”. (MILLER, 1997). Como mostra a (figura 1).



Figura 1: Parque Estadual da Cantareira
Fonte: Cidade de São Paulo, 2010

A (figura 1) mostra uma floresta dentro da cidade de São Paulo. O Parque Estadual da Cantareira é a maior floresta urbana nativa do mundo, com cerca de oito mil hectares, divididos em três núcleos: Pedra Grande, Águas Claras e Engordador.

De acordo com o autor Puente (2005), “na atualidade, árvores enfileiradas já não são suficientes para a melhoria da qualidade de vida e, desde o século passado, já por imposição da industrialização, o homem vem procurando aumentar a massa arbórea no tecido urbano com a criação dos parques municipais e metropolitanos”. Assim, diferença básica entre a arborização urbana e a floresta urbana está na mudança de visão do elemento árvore, de individual para coletivo agregando com isto, também, os demais componentes verdes que integram a totalidade urbana. A floresta urbana representa um referencial urbanístico de forte cunho social, político, econômico e arquitetônico. Sua arquitetura vegetal possui atributos históricos, artísticos e paisagísticos, mas infelizmente urbanizada, enfrenta difíceis condições de sobrevivência, servindo diariamente a pessoas em busca de contato com a natureza, ao realizarem suas atividades urbanas.

Qualquer floresta urbana apresenta duas categorias, a primeira pertencendo ao setor privado e a outra ao setor público. Ambas agregam elementos físicos e estão sujeitos a condições e valores como: ambientais socioeconômicos e geo-ambientais (BADIRU et al., 2005 p. 11-17).

Hoje as florestas urbanas são grandes remanescentes de Mata Atlântica, que atualmente vem sofrendo grande degradação devido as explorações de seus recursos naturais, os domínios da Mata Atlântica chegaram a ser do Rio grande do Norte ao Rio Grande do Sul, mas no decorre dos anos este panorama começou a ser modificado, ver (Figura 2 e 3). Hoje 80% deste bioma esta concentrada nas mãos de proprietários privados, o que torna a floresta mais suscetível a desmatamentos, pois o bioma está restrito a 7,9% da cobertura original, num total de 102 mil km².

Quando o Brasil foi descoberto, em 1500, a Mata Atlântica cobria nada menos que 1,3 milhões de km², em toda a sua extensão. O bioma é importante também por abrigar 65% das espécies ameaçadas de extinção no Brasil – muitas são endêmicas, ou seja, só existem no bioma.


(Figura 2)

(Figura 3)

A (figura 2) representa o domínio da Mata Atlântica que vai do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul no ano de 1985. A (figura 3) representa a degradação do domínio da Mata Atlântica no ano de 2006.

Fonte: MELO & FURTADO, 2006

Os primeiros imigrantes humanos provavelmente não tinham muito interesse na floresta, e vinham para o sul do continente, interessados na caça dos cerrados. Ao longo da sua evolução, o homem desenvolveu atividades voltadas para a sua sobrevivência, se apropriando dos recursos naturais. Os impactos desta convivência na ocupação do território brasileiro se deram de forma acentuada no litoral e provocaram ciclos de destruição que quase dizimaram a Mata Atlântica.

Os impactos desta convivência na ocupação do território brasileiro se deram de forma acentuada no litoral e provocaram ciclos de destruição que quase dizimaram a Mata Atlântica.

A proteção da Mata Atlântica no Brasil ainda não está assegurada, muitas são as ameaças que colocam em risco sua grande biodiversidade. Sendo que a Mata Atlântica influencia na qualidade de vida, em especial nos espaços urbanos, regulando o fluxo de mananciais hídricos, assegurando a fertilidade do solo, controlando o clima e protegendo escarpas e encostas de serras, além de preservar um imenso patrimônio histórico e cultural.

Só em São Paulo, existem73 mil hectares de remanescentes de Mata Atlântica que podem ser transformados em áreas de proteção. Conhecer as áreas verdes protegidas de São Paulo é desvendar também um pouco da história da cidade. Podemos classificar o surgimento dos parques em três movimentos.

O primeiro deles, concentrado entre o final do século XIX e início do século XX, foi marcado pelo incremento da economia cafeeira e pela transformação do antigo burgo na grande cidade que é São Paulo.

A evolução dos remanescentes do município de São Paulo teve inicio em 1825 com apenas o Jardim Público e o Largo 7 de Abril (atual Praça da República). O índice de áreas verdes era 4,57 m2/hab.

Hoje já são mais de 51 parques desde suas implantações, sendo que 33 parques municipais são remanescentes de Mata Atlântica como mostra a (tabela 1), Sob a responsabilidade da DEPAVE- Departamento de Parques e Áreas Verdes e a Secretária do Verde e Meio Ambiente. (SVMA).

Tabela 1: Parques Municipais de São Paulo e ano de implantação

Parques

 

Implantação
Luz

Trianon

Buenos Aires

Aclimação

Ibirapuera

Alfredo Volpi

Cemucam

Guarapiranga

Carmo

Piqueri

Nabuco

São Domingos

Previdência

Anhanguera

Vila dos Remédios

Rodrigo de Gásperi

Raposo Tavares

Lions Club Tucuruvi

Vila Guilherme

Chico Mendes

Raul Seixas

Severo Gomes

Independência

Jardim Felicidade

Luís Carlos Prestes

Santo Dias

Cidade de Toronto

Santa Amélia

Eucaliptos

Burle Marx

Lina e Paulo Raia

Chácara das Flores

Jardim Herculano

 

1825

1892

1913

1939

1954

1966

1968

1974

1976

1978

1979

1979

1979

1979

1979

1980

1981

1987

1988

1989

1989

1989

1989

1990

1990

1991

1992

1992

1995

1995

1997

2002

2004

 

Fonte: Dados da Secretaria do Verde e Meio Ambiente (SVMA), 2008

A tabela 1: referem-se aos 33 parques urbanos do município de São Paulo, remanescentes de Mata Atlântica.

Enquanto outros foram implantados ver (Tabela 2) para suprir a necessidades de áreas verdes no município.

Tabela 2: Parques implantados no município de São Paulo para suprir a necessidades de área verdes.

Parques Implantação
Parque Ecológico do Guarapiranga*

Ermelino Matarazzo

Ecológico ProfLydia Natalizio Diogo

Colinas de São Francisco

Cordeiro

Linear Ipiranguinha

Linear de Parelheiros

Linear Tiquatira

Do Trote

Victor Civitta

São José

Natural Quississana

Linear Itaim

linear do Rapadura

Shangrilá

do Povo

Linear do Fogo

Linear do Aricanduva

Jacintho Alberto

Vila do Rodeio

1999*

2005

2005

2005

2007

2007

2007

2007

2007

2008

2008

2008

2008

2008

2008

2008

2008

2008

2008

2008

 

Fonte: Dados da Secretaria do Verde e Meio Ambiente (SVMA), 2008

Além dos parques municipais encontramos também 9 parques estaduais, cujas funções são atreladas aos objetivos das secretarias que os criaram, por exemplo, o Parque Ecológico do Tietê, que pertence a Secretaria de Recursos Hídricos, Saneamento e Obras e funciona como amortecimento às enchentes do Rio Tietê. Encontramos, ainda, dentro da malha urbana a Reserva Ecológica do Morumbi.

Segundo a Secretaria do verde e Meio Ambiente (SVMA) hoje os parques de São Paulo são divididos em categorias como:

Parques Históricos: parques mais antigos, que abrigam esculturas, elementos arquitetônicos de valor cultural, além de vegetação significativa,

Parques Metropolitanos: parques que pelo seu tamanho e localização abrigam muitos equipamentos de lazer tais como escolas, museus, quadras poliesportivas, teatros, Restaurantes com grande fluxo de população. Parques Esportivos: possui infra-estrutura para a prática de esportes em geral, como o fator principal de atração da população.

Parques Florestais: possuem maciços arbóreos significativos e compactos, com condições de abrigar fauna variada. Parques de Vizinhança: por apresentarem pequena infra-estrutura de lazer e esportiva, atraem apenas à população local. Incluem-se aí a maioria dos parques.

Os parques passaram a ser pensados não apenas como urbanismo ou equipamento de lazer e contemplação, mas como parte de um todo sistêmico que é a cidade. Exemplo disso é a implantação de parques na orla da Represa Guarapiranga, dentro da chamada Operação Defesa das Águas, que tem como objetivo evitar ocupações irregulares que coloquem ainda mais em risco nossos mananciais de abastecimento. “Com a gestão de parques urbanos no município de São Paulo foi obrigado a criar, considerando a complexidade de situações de preservação que já se apresentava desde a década de 1980, seja em relação à sua gênese, dimensões e diferentes situações –, já havia uma clara necessidade de um planejamento das áreas preservadas que fosse feito de forma integrada” (WHATELY, 2008 p. 14-58). Esse planejamento aconteceu apenas em 2002, quando iniciou-se a elaboração do Plano Diretor Estratégico de São Paulo (PDE) – Lei Municipal no 13.430/02 –, dos Planos Diretores Regionais (PDRs) e da Lei de Uso e Ocupação do Solo (Luos) – Lei Municipal no 13.885/04 –, os três aprovados entre os anos de 2002 e 2004, em um largo processo de debates.

O objetivo de um plano diretor é organizar o crescimento e o funcionamento da cidade como um todo, a aprovação do Estatuto da Cidade (Lei Federal no 10.257/2001), os planos diretores passam a ganhar importância, pois são eles que deverão elencar e detalhar como os instrumentos do Estatuto da Cidade podem ser aplicados no território municipal.

No caso do PDE, o seu resultado mostra uma preocupação em criar, de forma associada ao desenvolvimento da cidade, um Sistema de Áreas Verdes. Seu texto descreve uma política (Art. 58), “São objetivos da política de Áreas Verdes: ampliar as áreas verdes, melhorando a relação área verdes por habitante no Município; assegurar usos compatíveis com a preservação e proteção ambiental nas áreas integrantes do sistema de áreas verdes do Município” (Lei Municipal no 13.430/02, Art. 58).

Estabelecem diretrizes (Art. 59)“São diretrizes relativas à política de Áreas Verdes: o adequado tratamento da vegetação enquanto elemento integrador na composição da paisagem urbana; a gestão compartilhada das áreas verdes públicas significativas; a incorporação das áreas verdes significativas particulares ao Sistema de Áreas Verdes do Município, vinculando-as às ações da municipalidade destinadas a assegurar sua preservação e seu uso; a manutenção e ampliação da arborização de ruas, criando faixas verdes que conectem praças, parques ou áreas verdes; a criação de instrumentos legais destinados a estimular parcerias entre os setores públicos e privado para implantação e manutenção de áreas verdes e espaços ajardinados ou arborizados; a recuperação de áreas verdes degradadas de importância paisagístico-ambiental; o disciplinamento do uso, nas praças e nos parques municipais, das atividades culturais e esportivas, bem como dos usos de interesse turístico, compatibilizando-os ao caráter essencial desses espaços; a criação de programas para a efetiva implantação das áreas verdes previstas em conjuntos habitacionais e loteamentos” (Lei Municipal no 13.430/02, Art. 59).

E ações estratégicas (Art. 60)“São ações estratégicas para as Áreas Verdes: implantar áreas verdes em cabeceiras de drenagem e estabelecer programas de recuperação; implantar o Conselho Gestor dos Parques Municipais; instituir a Taxa de Permeabilidade, de maneira a controlar a impermeabilização.

Criar interligações entre as áreas verdes para estabelecer interligações de importância ambiental regional; criar programas para a efetiva implantação das áreas verdes previstas em conjuntos habitacionais e loteamentos; implantar programa de arborização nas escolas públicas municipais; utilizar áreas remanescentes de desapropriações para a implantação de Parques e Praças; estabelecer parceria entre os setores públicos e privados, por meio de incentivos fiscais e tributários, para implantação e manutenção de áreas verdes e espaços ajardinados ou arborizados, atendendo a critérios técnicos de uso e preservação das áreas, estabelecidos pelo Executivo Municipal; elaborar mapa de áreas verdes do Município, identificando em cada distrito as áreas do Sistema de Áreas Verdes” (Lei Municipal no 13.430/02, Art. 60).

Para o que chama de “áreas verdes”. Faz o mesmo em relação aos recursos hídricos, buscando sua preservação e recuperação (Art. 61 a 63); e incorpora em outros temas, diretrizes relativas às áreas verdes, como energia e iluminação pública, por exemplo, a implementação de programas de iluminação de áreas verdes previstas em conjuntos habitacionais e loteamentos (Art. 75, inciso VI). O plano apresenta como um conceito básico: “III – as Áreas Verdes, que constituem o conjunto dos espaços arborizados e ajardinados, de propriedade pública ou privada, necessários à manutenção da qualidade ambiental e ao desenvolvimento sustentável do Município” (Lei Municipal no 13.430/02, Art. 101, § 2º, III).

O Plano Diretor institui o Sistema de Áreas Verdes: “Art. 131 – O Sistema de Áreas Verdes do Município é constituído pelo conjunto de espaços significativos ajardinados e arborizado, de propriedade pública ou privada, necessários à manutenção da qualidade ambiental urbana tendo por objetivo a preservação, proteção, recuperação e ampliação desses espaços” (Lei Municipal no 13.430/02, Art. 131).

Tais áreas, além de proporcionarem lazer e contato com a natureza para a população, se configuram também como alguns dos últimos espaços remanescentes para a conservação da biodiversidade em zonas urbanas, Além da conservação da biodiversidade este remanescente influenciam diretamente no clima da região, na manutenção e regulação da poluição urbana. São Paulo enfrenta conflitos gerados pela expansão urbana crescente urbanização associada ao uso e ocupação do solo e têm nos parques municipais a possibilidade de preservação de suas áreas verdes como espaços adequados para o exercício de qualidade de vida.

3.2. Expansão Urbana e degradação Ambiental no município de São Paulo.

A concentração das populações nas cidades vem aumentando e trazendo inúmeros problemas ambientais urbanos mais imediatos, ou seja, aqueles que se inserem num contexto apreendido entre o verde urbano e os padrões de edificação e concentração populacional; Assim, como fruto da urbanização desenfreada vivenciada principalmente pelos países ditos “subdesenvolvidos”, a problemática ambiental se agrava e ganha escopo cada vez mais à medida que as cidades se expandem. Como se sabe, o século XIX marcou profundamente o avanço da urbanização, pois as aglomerações urbanas sofreram um intenso processo que resultou nas condições atuais das cidades que concentram cada vez mais, grande parte da população do planeta.

Os problemas ambientais e sociais que o Brasil enfrenta hoje são, em grande parte, resultado dos modelos de desenvolvimento adotados ao longo da história, os quais vêm favorecendo a exploração excessiva de recursos naturais. “Apesar das controvérsias na tentativa de buscar as causas para o atual estado de degradação ambiental e social, todos parecem concordar com a importância do processo educativo para provocar mudanças e melhorar a qualidade de vida da população” como um todo diz a autora (TOLEDO et al., 2006).

No Brasil, a intensificação da urbanização se deu de forma mais acentuada a partir da década de 1950, ver (figura 4), principalmente com o advento da indústria nacional que serviu como atrativo para o estabelecimento de um grande contingente populacional nas cidades em busca de trabalho e melhores condições de vida. Acrescente urbanização da humanidade constitui uma preocupação de todos os profissionais e segmentos ligados à questão do meio ambiente, pois as cidades avançam e apresentam um crescimento rápido e sem planejamento adequado, o que contribui para uma maior deterioração do espaço urbano.

Nesse cenário atual, visto como um novo período histórico, “a humanidade enfrentará os efeitos negativos dos últimos duzentos anos de crescimento populacional e econômico que provocaram o desequilíbrio ecológico e a degradação do meio ambiente físico e social”. A degradação ambiental é, seguidamente, irreversível. Daí decorre o princípio da prevenção em matéria ambiental. No entanto, os avanços científicos e tecnológicos caminham tão rapidamente e de um modo tão complexo que os cientistas não podem afirmar com segurança sobre os riscos ambientais. Em tais casos, deve-se adotar o princípio da precaução, regulamentando severamente a utilização destes novos recursos para que se possam evitar danos ambientais irreversíveis.

De outro modo, a incerteza científica quanto ao risco ambiental não pode servir de pretexto para a não-regulamentação; ao contrário, diante de nossa ignorância quanto às conseqüências ambientais de atividades inovadoras, melhor será agir com precaução.

Tomando-se medidas que possam esclarecer a população, tais como a exigência de estudos científicos independentes de modo a afastaras incertezas, adotando-se, de imediato, uma moratória, com o objetivo de evitar danos irreparáveis para as futuras gerações”. (LOBATO, 2000).

Dessa forma as cidades criam características muito marcantes e fatores como a elevada densidade demográfica, a concentração de áreas construídas, a pavimentação asfáltica do solo e as áreas industriais podem provocar alterações no meio ambiente em geral.A exploração intensificada dos recursos naturais por meio das novas tecnologias aliadas às questões socioeconômicas criou novas relações de mercado, em âmbito mundial, colocam em risco os limites e o sistema de renovabilidade dos recursos naturais.

O cuidado com a sustentabilidade não acompanhou a aceleração do uso dos recursos naturais.A criação e implantação de áreas protegidas não são suficientes para suprir a real situação do desmatamento e degradação ambiental no Brasil.O setor florestal brasileiro contribui com uma importante parcela para a economia brasileira, a geração de produtos tanto para consumo direto quanto para exportação, geram vários tipos impostos e proporciona emprego para a população. Sendo responsável por atuar e desenvolver projetos e leis de conservação e preservação dos recursos naturais, as áreas urbanas ocupam uma área muito pequena, representando menos de 1% da área já utilizada no país.

Em relação ao crescimento populacional, quanto maior for o número de pessoas, maior será a exigência por eles em relação ao Meio Ambiente; Crescimento Econômico submete o Meio Ambiente, exige recursos para crescimento, e exige a produção de bens e serviços, da população e da organização política nacional e das políticas de desenvolvimento.

Mudança Tecnológica, a descoberta de novos recursos naturais e sua exploração, a quantidade de resíduos produzidos aumenta ou diminui o impacto da atividade humana sobre o meio ambiente; Instituições Políticas e Econômicas, o mercado estabelece normas políticas que favorecem as nações ricas e traz degradação ambiental nas nações pobres (BERTOLINO, 2007 p. 245-252).

Para se perceber a importância do fenômeno na última década no contexto nacional basta notar que em 1995 a população brasileira ultrapassava os 155 milhões de habitantes. Nesse mesmo ano, a população urbana representava 75,5% do total.

No ano 2000, a população do país, segundo o IBGE, atingiu a marca dos 170 milhões de habitantes, sendo quase 140 milhões de pessoas residindo em zonas urbanas, o que representa 81,2% do total de habitantes. Somente no Estado de São Paulo a população urbana representa, em fins do século XX, 12 milhões (figura 4) correspondendo a uma das mais altas taxas de urbanização do Brasil.

Figura 4: Crescimento Populacional no decorrer dos anos.

Fonte: IBGE, 1940-2009

 

A (figura 4) representa o crescimento populacional no decorrer dos anos, isso representa uma alta taxa expansão urbana no município de São Paulo, automaticamente mostra o resultado da degradação ambiental.

De acordo com isso a urbanização de São Paulo desenvolveu-se, por longo tempo, em relativa harmonia com as condições físicas de seu sítio natural, evitando as áreas com vegetação densa (que eram mais inacessíveis), as áreas de várzea e leitos de rios (sujeitas a enchentes) e as áreas de topografia acidentada (sujeitas à erosão).

Com a expansão da cidade essas áreas mais vulneráveis foram progressivamente ocupadas, acarretando um processo de degradação do meio ambiente que se intensificou a partir da segunda metade deste século, quando o surto industrial da economia pós-cafeeira favoreceu a proliferação indiscriminada de loteamentos clandestinos e favelas.

Desde o final do século XIX quando teve inicio o explosivo crescimento das cidades, as classes mais ricas de São Paulo começaram a segregar nas áreas mais nobres, enquanto os mais pobres segregavam nas periferias”. (GOMES & SOARES, 2004).

O município de São Paulo é atualmente uma região mais diversificada e complexa do que era a quinze anos, sofrendo um processo de transformação, à medida que a população crescia era necessário buscar novas áreas ocasionando o processo de segregação relata a autora (CALDEIRA, 2000 p.215-236)

O que determina a segregação urbana é o fator determinante o quanto vale o preço da terra, com isso as classes dominantes ocupa as melhores terras, enquanto as classes baixas ocupam as piores terras. Mas dois fatores são determinantes para a valorização dessas áreas, a localização e os bens serviços públicos, por causa deste fator, entram em cena os chamados agentes imobiliários que se aproveitando destes fatores para se beneficiar fazendo com que ocorra a chamada especulação imobiliária.

Uma das formas é a retenção de lotes em determinado loteamento. Vende-se os lotes pior localizados para em seguida gradativamente e à medida que o loteamento vai sendo ocupado, colocar-se os demais à venda.

A simples ocupação de alguns já faz aumentar o preço dos demais lotes, valorizando o loteamento. É comum também deixar-se lotes estrategicamente localizados para a instalação de serviços e comércio de abastecimento diário – padarias, açougues, farmácias, etc. – ou então os conjuntos comerciais. “Estes lotes obviamente terão seu preço elevado em relação aos residenciais porque visam à conquista de um mercado que se amplia e se consolida.

“Outra, forma de atuação da especulação imobiliária” refere-se ao loteamento de glebas, que via de regra consiste em não fazer um loteamento vizinho ao já existente, mas deixa-se uma área vazia entre dois loteamentos. Esta segunda maneira é mais difícil de ser concretizada se as glebas não fizerem parte de um monopólio de terras.

Por causa da especulação imobiliária o município de São Paulo, além de contar com reduzido número de áreas verdes, mal consegue preservar aquelas que são públicas e ainda contempla, passivamente, por inoperância das autoridades, que com isso acarreta na perda de áreas que poderiam ser aproveitadas.Mesmo considerando que a região metropolitana apresenta historicamente alta pressão antrópica sobre o meio o ambiente”, como relata. (GOMES & SOARES, 2004).

Seguindo a lógica histórica da ocupação territorial no município, a população de renda mais baixa, que não pode arcar com a valorização fundiária (e do aluguel), acabou se deslocando para moradias mais distantes na periferia ou inchando as favelas já existentes na capital.

Em uma concepção, o valor médio da área urbana seria o fator determinante básico para a atratividade residencial: menor o preço dos terrenos e moradias ou aluguéis maior a propensividade da área em receber novos residentes.

Naturalmente, diversos outros fatores atuariam subsidiariamente na atratividade residencial das áreas urbanas. Entre os fatores intervenientes da atratividade, que poderiam acentuar o fenômeno, podem ser relacionados à disponibilidade de crédito e financiamento imobiliário”. (JANUZZI, 2002).

Nos últimos anos o mercado imobiliário é o principal mercado da construção em São Paulo, representando mais de 60% da área construída nos últimos anos na cidade. O aumento significativo desta forma de expansão ocasiona elevados níveis de vulnerabilidade socioambiental e apresenta loteamentos irregulares e favelas em áreas de risco, e em áreas protegidas por legislação ambiental. O desenvolvimento dinâmico do município aumenta cada vez a mais a degradação ambiental estes elementos revelam o elevado grau de vulnerabilidade social (e ambiental). De acordo com Alves et al. (2008) somente uma mudança no mercado imobiliário, nas políticas públicas, poderá acarretar uma diminuição da expansão urbana na região do município de São Paulo.

3.3 Os problemas de degradação das florestas urbanas (parques urbanos)

Há século estudos ecológicos mencionaram o conceito dinâmico, e de diversas formas a tentativas de aplicar o princípio dinâmico a elucidação das florestas para formular leis que protegem a sua manutenção e a auto – regeneração. Talvez o princípio seja retomado com o surgimento da floresta urbana no cenário de interesse econômico atual. A região de São Paulo encontra-se na Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, reconhecida pelo programa MaB (Man and Biosphere) da Unesco entre 1991 e 1993.Hoje encontra-se no município de São Paulo alguns dos remanescentes de Mata Atlântica os chamados parques municipais ou parques urbanos como mostra a (figura 5) .

Figura 5: Os Parques Municipais e as Unidades de Conservação
Figura 5: Os Parques Municipais e as Unidades de Conservação

Fonte: Secretária do Verde e Meio Ambiente (SVMA), 2010

Pimentel(2008) “relata que as atividades de conservações dos parques dependem apenas de conhecimento ecológico para que haja uma regulação dessas áreas e aumentando a complexidade e interações, propondo um foco de manejo sustentável a esses parques”. A inserção social compreende um âmbito de representações como instrumento de conservações, os parques podem ser considerados como unidades administrativas que abrangem vários domínios e poderiam ser mais compreendidos com o foco na preservação. Para abordagem entre sociedade e parques o autor considera que o manejo das unidades de conservações as (UC) devem se da em três eixos a)perpetuação e controle de espaço b) forma territorial estabelecida pela juridicamente e c) percepção e ação das pessoas em relação ao espaço.

O município de São Paulo, apesar de ter sofrido intensa transformação no uso do solo, ainda possui áreas com florestas nativas. As Áreas com matas cercadas pela malha urbana são extremamente raras e, por isso mesmo, de fundamental importância para o conhecimento científico e para conservação. Dentre estas áreas destacam-se os parques públicos. Os parques, além de possuírem funções recreacional e de controle da qualidade ambiental para a cidade, “são refúgios de biodiversidade e locais fundamentais para o desenvolvimento de atividades educativas, que permitem à população o reconhecimento da importância da preservação do patrimônio genético da vegetação e da fauna local além de serem importantes espaços voltados ao lazer” (KOHLER et. al. 2000). Essas questões de valores ambientais naturais estão sempre associadas à importância econômica do uso publico dos parques, no entanto o valor reduzido dessas áreas acarreta em prejuízo a natureza como mostra a (figura 6).

Figura 6: Segregação urbana no entorno do parque Alfredo Volpi
Figura 6: Segregação urbana no entorno do parque Alfredo Volpi

Fonte: Árvores de São Paulo, 2010

O entorno do parque municipal Alfredo Volpi no bairro do Morumbi, na última década, diversos lançamentos de edifícios e novas casas vêm infelizmente destruindo esses remanescentes e toda a impressionante e bela biodiversidade da floresta original paulistana. Como mostra a (figura 7).

Figura 7: Loteamento regular no entorno do parque Alfredo Volpi
Figura 7: Loteamento regular no entorno do parque Alfredo Volpi

Fonte: Árvores de São Paulo, 2010

Os problemas que estes remanescentes vêm sofrendo em relação a sua preservação e falta de uma política de educação Ambiental, e diferentes questões que envolvem basicamente a preservação. Os parques incorporam um valor cultural, porem desde que esses ambientes não sejam transformados pela civilização como paisagens manipuladas intensamente, de acordo com a legislação os parques devem possuir uma grande área, onde suas atividades explorativas devem ser fortemente impedidas, sendo considerado como unidades de conservação (reservas). “Os impactos sobre o ambiente natural é um conceito composto pela multiplicação das variáveis de humanos e o consumo de recursos naturais”. (TEBORGH & PEREZ, 2002).

Mas o problema e muito mais complexo certamente, o processos sociais são muito mais amplos a ocupação dessas áreas nos tempo atuais representa um impacto negativo pode-se considerar que essa situação relaciona-se com vários fatores, como uso e ocupação das áreas desses parques, com uma urbanização sem planejamento. (Figura8).

Figura 7: Problemas de uso e ocupação do solo nas áreas dos parques municipais.
Figura 7: Problemas de uso e ocupação do solo nas áreas dos parques municipais.

Fonte: Árvores de São Paulo, 2010

Como mostra a (figura 8) nessa foto mostra claramente a situação no entorno dos parques municipais, vista por satélite encontra-se os bairros do Butantã, Pinheiros, Europa e America onde a (cor rosa) são asfaltos e a (cor verde) estão diluídas pela arborização.

Entretanto o zoneamento efetivo mostra-se difícil de ser alcançado, pois estes ecossistemas encontram-se cada vez mais ameaçados, pois geralmente em regiões densamente habitadas gerando assim um potencial para geração de conflitos perdendo assim o foco na preservação dos parques. Na cidade várias áreas de uso comum ocupadas por assentamentos clandestinos e um total desrespeito a legislação urbanística no que diz respeito à ocupação de lotes particulares.

Observa-se o desrespeito ao percentual de área construída, o recuo obrigatório é ignorado e os quintais são totalmente construídos ou ocupados, aumentando ainda mais a carência de áreas verdes nestas regiões da cidade, onde as áreas verdes públicas praticamente inexistem.

Em virtude do seu enorme potencial o município de São Paulo pode atenuar ou impedir o uso destrutivo dos recursos da flora e de outros recursos naturais, e mesmo de dar base a ações de recuperação ambiental, e dedicar totalmente nessas áreas.

Assim, partindo do reconhecimento constitucional da natureza pública do meio ambiente, que o qualifica como um bem de uso comum do povo deveu concluir, desde logo, que o meio ambiente é de interesse público, o que nos permite deduzir três importantes conseqüências:

(a) a supremacia do interesse público: vale dizer que sempre que a questão ambiental estiver confrontada a interesses particulares, deve prevalecer o interesse público expresso no direito da coletividade ao meio ambiente equilibrado;
(b) a indisponibilidade do bem público: não se pode transigir em matéria ambiental; trata-se de um bem que pertence a todos, indistintamente;
(c) a participação popular na decisão sobre a coisa pública: particularmente em matéria ambiental, a participação da população na decisão política deve estar assegurada; somente através da cooperação entre o poder público e a iniciativa particular se poderá garantir, eficientemente, a preservação do meio ambiente (LOBATO, 2007)

O município pode ainda suplementar a legislação federal e estadual, no que couber (art. 30, II, CF88). Primeiramente, é necessário compreender que a competência suplementar somente pode ser exercida em matéria que não seja de competência exclusiva e privativa da União ou estado-membro, ou seja, competência concorrente, nos termos do artigo 24 da Constituição, em que encontramos, mais uma vez, um elenco de temas ambientais: inciso VI: “florestas, caça,pesca,fauna,conservação da natureza,defesa do solo e dos recursos naturais,proteção do meio ambiente e controle da poluição”; inciso VII: “proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico”; e inciso VIII:”responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico”( MATTOS, 1998 p 129-140).

De acordo com o autor Mattos Neto (1998 p. 129-144) “os municípios devem agir conforme os critérios propostos pela legislação, com o objetivo com o objetivo de promovera imagem de qualidade, vinculada aos esforços de proteção e de valorização do seu patrimônio natural e cultural”.

A importância dos parques e áreas com vegetação significativa para a manutenção da qualidade de vida das grandes metrópoles, reforçando a necessidade de proteção destas, esteja elas demarcadas como parques municipais ou estaduais,

Para essas áreas é de fundamental importância a criação de mecanismos de proteção, que, entre outros aspectos, são importantes instrumentos para evitar o desmatamento, com a conseqüente destruição de habitats, e para estimular uma convivência mais harmoniosa entre o desenvolvimento urbano e a preservação ambiental. Nas áreas centrais, a vegetação é fracionada e dispersa, sendo concentrada em parques municipais que dispõem de fragmentos naturais como mostra a (figura 9).

Figura 9: Parque municipal da aclimação localizado na região central de São Paulo e um dos remanescentes de Mata Atlântica
Figura 9: Parque municipal da aclimação localizado na região central de São Paulo e um dos remanescentes de Mata Atlântica.

Fonte: Sampa online, 2011

Um dos maiores desafios que o município de São Paulo enfrenta e tentar inverter esse quadro de carência na oferta de áreas verdes e quantidade de parques em algumas porções da cidade estão temas como a valorização da terra, a especulação imobiliária como mostra a (figura 7).

O adensamento construtivo consolidado de bairros mais centrais e também de bairros irregulares e precários nas áreas mais periféricas, a pressão por áreas verdes preservadas como mostra a (figura10). O grande desafio para a Secretaria do Verde e Meio Ambiente é não só expandir a quantidade de parques, mas implantar as diversas funções que eles podem exercer: preservação de fragmentos naturais de mata atlântica.

Figura 10: foto de satélite do Parque Santo Dias na região Bairro do Capão Redondo
Figura 10: foto de satélite do Parque Santo Dias na região Bairro do Capão Redondo

Fonte: Google Mapas, 2011

A (figura 10) representa a carência por área verde na região sul de São Paulo, onde seu entorno esta completamente explorada devido lotes regulares e irregulares.

Para que estes remanescentes sobrevivam no município, é necessário que haja o uma política de Educação Ambiental advinda do poder público, para que haja manutenção das áreas já existentes. A participação da sociedade é também fundamental nesse processo”. (WHATELY, 2008 p. 14-58).

3.4: Educação Ambiental e Política Ambiental

Um dos maiores desafios da humanidade é desenvolver estratégias e tecnologias que permitam promover o desenvolvimento social e econômico das inúmeras regiões do planeta sem destruir a extraordinária biodiversidade que serve de base para a própria sobrevivência humana. Esse desafio tornou-se uma questão ambiental, também chamada de questão ecológica e vem ocorrendo desde o momento em que o homem precisou causar modificações ao Meio Ambiente para melhor se adaptar e suprir suas necessidades. Não é, portanto, um problema novo. As raízes modernas do interesse pela natureza irrompem no século XVIII, com o surgimento de novas sensibilidades quando o homem passa a ter outro conceito em relação à preservação da natureza entrando numa questão de problema ambiental.

O problema ambiental é considerado como uma ação com maiores efeitos de degradação, por ser generalizado e atingir maiores esferas, parte do local para o territorial. A ausência de uma gestão mais eficiente com controle dos recursos constitui a principal causa da desenfreada degradação do ambiente natural. A Educação Ambiental emergiu no final da década de 1960 e está intimamente relacionada ao movimento internacional que foi promovido neste período. Nos quais foram publicados os problemas ambientais causados pelo homem em decorrência da inadequada apropriação dos recursos naturais que visa o desenvolvimento econômico

No Brasil, foi realizado o I Seminário sobre Universidade e Meio Ambiente em agosto de 1986, realizado em Brasília. Na apresentação deste foram discutidas estratégias da inserção da questão ambiental nas diferentes áreas do conhecimento, e na atividade de ensino pesquisa e extensão. Outros acontecimentos que marcaram o processo histórico da educação ambiental são a ECO92(1992) que fórmula um projeto de educação ambiental, pautado nos seguintes aspectos: éticos, ecológicos, econômicos, políticos, sociais e legislativos.

Além disso, foi elaborado um documento de suma importância a Agenda Global 21, fomentando a educação ambiental para o desenvolvimento sustentável.

Foram criados outros órgãos para a gestão da política nacional do meio ambiente no Brasil, como: o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA); o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). A criação e implantação de áreas protegidas não são suficientes para suprir a real situação do desmatamento e degradação ambiental no Brasil.a maior parte da população brasileira viver em cidades, observa-se uma crescente degradação das condições de vida, refletindo uma crise ambiental. Isto nos remete a uma necessária reflexão sobre os desafios para mudar as formas de pensar e agir em torno da questão ambiental numa perspectiva contemporânea. Para garantir e proteger os ambientes naturais do país é necessário que o governo por meio dos ministérios específicos estabeleça ações concretas debatendo-as com a comunidade científica e com as populações que vivem nestas ou próximas destas florestas.

Conservar a biodiversidade, preservar o acesso aos seus recursos genéticos e resguardar o campo de trabalho de nossos pesquisadores. “Pode ser consideradas ações de grande valia, bem como a política cientifica que possibilite incentivo à produção de plantas e animais nativos tanto terrestres tanto aquáticos preservando desta forma as florestas nativas”. (BERTOLINO, 2007)

Atualmente, a influência exercida pelas atividades humanas sobre a natureza com o crescimento industrial e urbano, as relações do ser humano com o território passaram a ter cada vez menos preocupação com o equilíbrio natural.A Educação Ambiental se consolida a partir de uma série de debates sobre os padrões produtivos e de consumo das sociedades que começaram a surgir na década de 70 do século XX.

Configurando-se a partir da percepção das problemáticas ambientais, através das mobilizações, individuais e coletivas, e discussões, como proposta pedagógica pela busca da investigação, instigação e despertar da humanidade para uma visão ampla e, ao mesmo tempo complexa do sistema mundo.

A educação ambiental nasce como um processo educativo que conduz a um saber ambiental materializado nos valores éticos e nas regras políticas de convívio social e de mercado, que implica a questão distributiva entre benefícios e prejuízos da apropriação e do uso da natureza. Ela deve, portanto, ser direcionada para a cidadania ativa considerando seu sentido de pertencimento e co-responsabilidade que, por meio da ação coletiva e organizada, busca a compreensão e a superação das causas estruturais e conjunturais dos problemas ambientais. De acordo com a Lei nº 9795/99, os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a preservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. A Lei nº 9795/99 trata da importância da educação ambiental como sendo um dever, não só do Poder Público, mas de toda coletividade, englobando:

instituições educativas- que devem integrar a educação ambiental em seu programa curricular bem como nas atividades desenvolvidas;

os órgãos integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente – SISNAMA – promovendo ações de educação ambiental integradas aos programas de conservação, recuperação e melhoria do meio ambiente;

os meios de comunicação de massa disseminando informações e práticas educativas sobre meio ambiente e incorporam a dimensão ambiental em sua programação;

as empresas, entidades de classe, instituições públicas e privadas, promovendo programas destinados à capacitação dos trabalhadores, visando à melhoria e ao controle efetivo sobre o ambiente de trabalho, bem como sobre as repercussões do processo produtivo no meio ambiente; e finalmente, a sociedade como um todo, mantendo atenção permanente à formação de valores, atitudes e habilidades que propiciem a atuação individual e coletiva voltada para a prevenção, a identificação e a solução de problemas ambientais.

Os principais objetivos da educação ambiental é desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente em suas múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos; a garantia de democratização das informações ambientais; estímulo e o fortalecimento de uma consciência crítica sobre a problemática ambiental social; incentivo à participação individual e coletiva, permanente e responsável, na preservação do equilíbrio do meio ambiente, entendendo-se a defesa da qualidade ambiental como valor inseparável do exercício de cidadania; estímulo à cooperação entre as diversas regiões do país, em níveis micro e macros regionais, com vistas à construção de uma sociedade ambientalmente equilibrada, “fundada nos princípios da liberdade, igualdade, solidariedade, democracia, justiça social, responsabilidade e sustentabilidade; fomento e o fortalecimento da integração com a ciência e a tecnologia; fortalecimento da cidadania, autodeterminação dos povos e solidariedade como fundamentos para o futuro da humanidade”. (MACHADO, 2002)

Dessa mesma forma a educação Ambiental é uma importante ferramenta para subsidiar o debate ecológico e expandir o número de pessoas envolvidas na prática da conservação e da sensibilização ambiental, fundamental para a formação de cidadãos plenos.

Os espaços naturais da Terra estão sendo pouco a pouco alterados, destruídos e substituídos pela ocupação e ações humanas, a qual essa mesma humanidade, em seus momentos de fuga do caos urbano, tem buscado cada vez mais nesses mesmos espaços, atividades de contemplação, lazer, recreação, interiorização etc.

Estes atrativos têm influenciado cada vez mais a população entrar em contato com a natureza, além de fazer com que interage com a própria natureza propiciando uma sensibilização também com a problemática ambiental.

A problemática ambiental constitui um tema muito propício para aprofundar a reflexão e a prática em torno do restrito impacto das práticas de resistência e de expressão das demandas da população das áreas mais afetadas pelos constantes e crescentes agravos ambientais. Esse campo educativo tem sido fertilizado transversalmente, e isso tem possibilitado a realização de experiências concretas de educação ambiental de forma criativa e inovadora por diversos segmentos da população e em diversos níveis de formação.

As políticas ambientais e os programas educativos relacionados à conscientização da crise ambiental demandam cada vez mais novos enfoques integradores de uma realidade contraditória e geradora de desigualdades, que transcendem a mera aplicação dos conhecimentos científicos e tecnológicos disponíveis. “Portanto o seu enfoque deve buscar uma perspectiva holística de ação, que relaciona o homem, a natureza e o universo, tendo em conta que os recursos naturais se esgotam e que o principal responsável pela sua degradação é o homem”. (PÁDUA & TABANEZ, 2007).

Por sua natureza integradora, abrangendo inúmeras áreas, a educação ambiental pode ser trabalhada nos mais variados contextos.

Dentre eles, destacam-se as programas e atividades realizadas em áreas que permitem um contato direto com a natureza, como o estudo do meio, trilhas interpretativas e o ecoturismo, freqüentemente realizadas em unidades de conservação, como nos parques estaduais e municipais brasileiros. A realização dessas atividades como instrumentos para o desenvolvimento da educação ambiental deve ocorrer não de forma pontual e caracterizada apenas pelos aspectos ecológicos, mas como atividades a enfatizar também aspectos econômicos, sociais, políticos, culturais e éticos, deixando um espaço para a construção de novos valores de respeito aos seres humanos e à vida.

São Paulo é entendida como uma metrópole com 38 municípios. Essa região metropolitana tem 19.949.261 habitantes o que a torna a quarta metrópole mais populosa do mundo . O poder público municipal, em São Paulo, atua em diferentes âmbitos na direção de promover a educação ambiental. Como Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA),Departamento de Controle da Qualidade Ambiental (DECONT),Departamento de Educação Ambiental e Cultura de Paz – Universidade Aberta do Meio Ambiente e Cultura de Paz (UMAPAZ),Departamento de Parques e Áreas Verdes (DEPAVE),Departamento de Planejamento Ambiental (DEPLAN),Departamento de Gestão Descentralizada (DGD),Departamento de Administração e Finanças (DAF),Departamento de Participação e Fomento a Políticas Públicas (DPP) todos esses órgãos estão envolvidos na questão ambiental vigente no município.

A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA) descentralizou tais ações aos denominados Núcleos de Gestão Descentralizada. Contudo, os parques urbanos ainda carecem de ações organizadas e sistêmicas, integradas aos demais parques e áreas verdes, assim como aos seus respectivos entorno de forma a contribuir às ações de educação ambiental formal e não formal.

A Política Ambiental Paulista se efetiva com a formulação dos Projetos Ambientais Estratégicos, estabelecendo um modelo organizacional de natureza matricial, integrando as várias áreas de atuação da Secretária do Meio Ambiente de São Paulo (SMA). Cada um dos projetos conta com uma gerência específica, define objetivo e metas quantificavam e verificáveis, contando com orçamento próprio, vinculado ao cronograma de atuação. Uma assessoria de gestão estratégica acompanha o desenvolvimento dos trabalhos. Entre esses projetos ambientais estão,Criança Ecológica, Desmatamento Zero, Ecoturismo, Fauna Silvestre, Pesquisa Ambiental entre outros.

Os projetos são medidas que necessitam de continuidade e agentes multiplicadores, assim como precisam ser somadas a atitudes de outros setores sociais para a promoção de uma verdadeira e eficiente educação (figura 11).

Figura 11: Mural com informações sobre Educação Ambiental dentro do Parque Alfredo Volpi
Figura 11: Mural com informações sobre Educação Ambiental dentro do Parque Alfredo Volpi

Fonte: WHATELY, M… [et al].-2008

Se há iniciativas por parte do poder público, são pouco divulgadas ou mesmo não chegam à grande parte da população. As iniciativas voltadas para a educação ambiental são na maioria das vezes atitudes de grupos não governamentais.

Este breve trabalho tratará de expor um experimento de promoção da visita a parques urbanos como uma atividade de deslocamento do olhar e da compreensão deste espaço, cujo objetivo principal é favorecer a transformação dos “usuários” dos parques em visitantes.

Como exemplo temos: Parque ecológico do Guarapiranga que foi inaugurado em 1999, com intuito de promover a proteção da fauna e flora local. Além de proporcionar atividades de cunho cultural, ambiental e recreativo. O projeto foi arquitetado para ocasionar o mínimo dano ao meio ambiente.

Dentro das atividades, reciclagem, museu do lixo, infocentro, brinquedoteca e atividades diversas em meio à vegetações nativas replantada e remanescentes da mata atlântica para proporcionar atividades diversas aos visitantes. Tudo isso para promover a política de educação ambiental do parque.

A educação ambiental em um parque urbano pode ocorrer de diferentes maneiras. Uma delas é o emprego de diferentes tecnologias ambientais na infra-estrutura do parque, desenvolver e expor um roteiro de visitação pública que condicione o olhar do usuário do parque de maneira que se torne o olhar de um visitante, ou seja, o olhar de quem procura compreender melhor e, portanto, conhecer e respeitar o local que visita.

O desafio da questão ambiental, por sua extensão e complexidade, vem exigindo e requerendo a aplicação de métodos multi e interdisciplinares. Em função disso, torna-se necessário não só a consolidação de um processo de educação ambiental também de uma política ambiental eficaz.

Quando a questão da preservação da biodiversidade é tema de discussão inesgotável é abrangente por se apresentar de maneira descentralizada e ao mesmo tempo participativa, permitindo que governo e sociedade compartilhem a responsabilidade pela conservação da biodiversidade e planejem ações em conjunto para melhor utilização do solo e dos recursos naturais, o que faz com que o corredor de biodiversidade não seja simplesmente mais um tipo de área protegida, mas sim criação de proposta de gestão do território em escala regional destinada a contribuir com o desenvolvimento sócio-econômico sustentável de uma região específica.

Como diz o autor Jacobi (2008), “refletir sobre as práticas sociais, no contexto marcado pela degradação permanente do meio ambiente e do seu ecossistema em geral, é necessária uma articulação nos sentidos referente à educação ambiental”. Configurando-se na crescentemente como uma questão de respeito a um conjunto de atores do universo educativo, o envolvimento dos diversos sistemas de conhecimento, a capacitação de profissionais e a comunidade universitária numa perspectiva interdisciplinar.

Tendo como referência que os recursos naturais se esgotam e que o principal responsável pela sua degradação é o ser humano.

3.5: A Importância da preservação destes remanescentes de Mata Atlântica

De acordo com Whately et. al. (2008 p. 14-58) as cidades contribuem significativamente para o desenvolvimento socioeconômico de um país. Pois, entretanto, a velocidade de sua expansão urbana gera os impactos tanto na qualidade ambiental, quanto na qualidade de vida da população.

Hoje esses remanescentes de Mata Atlântica constituem-se em importantes instrumentos, têm como principais benefícios, como lenha, recurso energético acessível e barato, largamente usado por décadas pelas indústrias.

Devido à crítica redução da sua área, à fragilidade os fragmentos remanescentes e à ameaça de extinções, esse ecossistema não pode mais ser tratado como um bem de consumo.

Essas florestas oferecem muito mais que só bens de consumo. Hoje ela é muito importante para a proteção do solo contra a erosão, e o controle dos ciclos hídricos impedindo ou reduzindo os efeitos de enchentes, assoreamento e sedimentação, e principalmente para a regulação do clima urbano, manutenção da biodiversidade, controle de poluição atmosférica e sonora, atenuação da erosão e inundação na malha urbana, além mudar os aspectos relevantes paisagísticos, cidade. (KOHLER et. al. 2000)

3.5.1:Importância em relação composição atmosférica

Destaca-se a importância das áreas descampadas e verdes para o clima urbano e a qualidade do ar. São elementos indispensáveis das cidades contemporâneas, com efeito funcional e estético. Na atualidade, em muitas cidades do mundo onde o problema da poluição do ar existe, entende-se que é de grande importância o efeito funcional de áreas descampadas e verdes no melhoramento do clima urbano e da qualidade do ar. Dentre esses principais fatores de importância incluem-se, “ação purificadora por: fixação de poeiras e materiais residuais; depuração bacteriana e de outros microorganismos; reciclagem de gases através dos mecanismos fotossintéticos; fixação de gases tóxicos”. (LOMBARDO, 1990).

Todavia, apesar de sua importância reconhecida, as árvores urbanas são a parte mais exposta do ambiente natural. As obras públicas, a construção civil e outras atividades econômicas representam uma ameaça constante à arborização pública, também atingida por pragas. A falta e o excesso de água, as condições de solo e, sobretudo, o pouco cuidado dos habitantes com árvores, são ameaças que em conjunto resultam numa crescente falta de locais arborizados, cujas conseqüências são fatalmente sentidas pelos habitantes das cidades.

As fontes poluidoras dentro de um perímetro urbano podem estar dispostas de três formas:

  • Em ponto fixo, como uma indústria;
  • Em linha, fontes móveis ao longo de uma avenida ou de uma rua com tráfego pesado;
  • Em zona, onde a pluralidade de fontes fixas difusas abrange um ou mais bairros.

Em diversas ocasiões, no decorrer do dia, contaminantes atmosféricos irão penetrar os pulmões dos habitantes da cidade. Os ambientes fechados não apenas nos protegem dos poluentes externos como servem também de estufas para a fumaça dos cigarros. Há também os fungos dos sistemas de refrigeração, os ácaros, as bactérias, os resíduos tóxicos dos produtos de limpeza e dos cosméticos; é a denominada “indoor pollution”.

Enfermidades como o câncer, enfisemas, pneumonias, bronquites, gripes, insuficiências respiratórias são uma presença certa em toda cidade. Os efeitos da poluição atmosférica não atingem a todos da mesma forma. Para os idosos, as crianças e as pessoas com problemas respiratórios, as conseqüências são dramáticas, caracterizadas por internações e até a morte.

A poluição do ar realmente passou a ser considerado um problema ligado à saúde pública a partir da Revolução Industrial, quando começaram a ser adotadas técnicas baseadas na queima de grandes quantidades de carvão, lenha e, posteriormente, óleo combustível. O uso intensivo dessas técnicas acarretou a perda gradativa da qualidade do ar nos grandes centros urbano-industriais, com reflexos nítidos na saúde de seus habitantes. Portanto, a qualidade do ar deixou de ser um problema de bem-estar e passou a representar efetivamente um risco à população.

A concentração do tráfego de veículos num espaço cada vez mais limitado, devido à intensa atividade econômica da população urbana e à ausência de um planejamento eficiente das cidades.

O alto consumo de gasolina e a ausência de equipamento para reduzir as emissões que caracterizam os países mais pobres. A ocupação de áreas de produção industrial ou trechos próximos das vias intensas de circulação para residências ou local de trabalho, expondo grande parcela da população, diariamente, à emissão de poluentes liberados por veículos automotores ou industriais. 

Outro mecanismo de reforço da arborização pública, que surgiu e se consagrou em determinadas cidades brasileiras nos últimos anos, é a exploração do espaço publicitário do protetor de mudas que funciona da seguinte forma: a prefeitura permite que uma empresa explore o protetor de mudas como espaço publicitário, em contrapartida esta empresa responsabiliza-se pelo plantio e manutenção das árvores até um estágio que permita a remoção do protetor.

Vale salientar que propostas como a arborização por “habite-se” e a exploração dos protetores de mudas complementam, mas não substituem um projeto que vise à formação de “corredores verdes”. Este tipo de projeto deve ser executado por um órgão ambiental oficial dentro de uma clara definição de prioridades em função das áreas mais críticas em quantidade de árvores. Contudo, para um ambiente urbano saudável não basta criar espaços verdes, jardins, praças ajardinadas, ou mesmo parques, há a necessidade de compreender como estes se integram às ruas vizinhas, pois se tais locais não representarem um espaço comum aos moradores das proximidades, a tendência é que devido ao pouco número de usuários acabem sendo abandonadas pelo próprio Poder Público.

Em determinadas situações o Poder Público é obrigado a também tomar medidas consideradas antipopulares, como tem ocorrido no caso do Estado de São Paulo. Partindo do princípio que os veículos automotores são os principais causadores da contaminação atmosférica na Região Metropolitana de São Paulo.

A Secretaria de Meio Ambiente do Estado (SMA) e a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB) desenvolveram um programa de restrição ao uso de veículos, com o objetivo de reduzir os níveis de concentração de poluentes, principalmente de CO. Em 1996, a restrição à circulação de veículos foi estabelecida por lei, vigorando sempre nos períodos considerados necessários pela SMA e CETESB. O rodízio de circulação de veículos, que vigorou de maio a setembro de 1998, evitou o lançamento de 55 toneladas de CO na atmosfera, mas mesmo com os benefícios decorrentes disso a opinião pública não foi totalmente favorável a este tipo de medida, pois representa uma agressão ao direito do indivíduo de usufruir de um bem seu. Portanto, o que está em debate é a própria cultura da sociedade, baseada no valor da propriedade privada. A luta por uma melhor qualidade de vida deve ser de todos os segmentos da sociedade, havendo uma urgência na redefinição de certos valores em prol de um benefício coletivo.

3.5.2:Equilíbrio solo, clima e vegetação

A espécie humana sempre dependeu do solo para a sobrevivência, o qual sendo conservado propicia grandes benefícios à vida. A preservação é necessária e indispensável. De acordo com Lombardo (1990) a importâncias dessas áreas verdes refletem principalmente na luminosidade e temperatura: a vegetação ao filtrar a radiação solar suaviza as temperaturas extremas; umidade e temperatura: a vegetação contribui para conservar a umidade do solo, atenuando sua temperatura; reduz a velocidade do vento; mantém as propriedades do solo: permeabilidade e fertilidade; fornece abrigo à fauna existente; influencia no balanço hídrico.

De acordo com Bertoni e Lombardi (1990), o problema de preservar o solo juntamente com os recursos naturais é assegurar a produção de alimentos e outros materiais para atender a demanda da população. Utilizá-lo de forma sustentável seria a solução, por isso foram criadas leis que orientam o uso do solo, seja para explorar, seja para ocupação. Uma dessas leis torna obrigatório que, antes de se proceder à ocupação do solo, é necessário o estudo do ambiente com finalidade de descobrir os possíveis impactos gerados

O solo tem sofrido grandes interferências promovidas pelo manejo incorreto, essas interferências reduzem sua qualidade e a produtividade, resultando na destruição da estrutura do solo. A ação do homem inicia o processo de degradação (desmatamentos, queimadas, poluição…) e o intemperismo de forma natural amplia os impactos. O solo é naturalmente protegido por cobertura vegetal, nele existem microorganismos que ativam o ciclo biológico, no momento em que o homem promove a retirada da vegetação, o solo fica exposto à ação de ventos, chuvas, raios solares, altas temperaturas, que destroem a estrutura do solo, boa parte dos microorganismos morrem deixando o solo improdutivo. Os seres vivos são dependentes dos benefícios gerados pelo solo, o solo é um recurso natural essencial para a manutenção da vida, assim para amenizar os impactos gerados pelas atividades desempenhadas no solo, foram criadas práticas de conservação que visam à manutenção das propriedades físicas, químicas e biológicas do solo. O objetivo da implantação de técnicas de conservação é a proteção de solos em bom estado, e recuperação de solos degradados. Assim os solos em atividade podem ser utilizados por mais tempo de forma sustentável, poupando os solos intactos, sem a necessidade de desbravar novas terras ou destruir sua vegetação para a implantação de atividades econômicas. 

A utilização do solo de maneira sustentável previne efeitos degradantes e cria condições para o uso consciente, visando à preservação. A ciência da conservação do solo é formada por um conjunto de medidas no qual seus objetivos são a preservação e recuperação das condições físicas, químicas e biológicas do solo.

Para que seja mantida a produtividade, precisa-se utilizá-lo de modo sustentável, baseando em princípios conservacionistas, usando o solo conforme seu potencial produtivo,por conservação do solo dever-se-á entender a preservação e o desenvolvimento. De modo a proporcionar o maior bem para o maior número e pelo maior período de tempo, dos recursos naturais de caráter renovável, quais seja o solo, as florestas, as pastagens, a fauna silvestre e, em certa extensão, a água. (BERTONI e LOMBARDI, 1990).

O próprio clima das metrópoles – o chamado clima urbano – constitui um exemplo disso. Nas grandes aglomerações urbanas normalmente faz mais calor e chove um pouco mais que nas áreas rurais vizinhas, além disso, nessas áreas são também mais comuns as enchentes após algumas chuvas. As elevações nos índices térmicos do ar são fáceis de entender: o asfaltamento das ruas e avenidas, as imensas massas de concreto, a carência de áreas verdes, a presença de grandes quantidades de gás carbônico na atmosfera (que provoca o efeito estufa), o grande consumo de energia devido à queima de gasolina, óleo diesel querosene, carvão, etc. E as fábricas, residências e veículos são responsáveis pelo aumento de temperatura do ar. Já o aumento dos índices de pluviosidade se deve principalmente à grande quantidade de micro partículas (poeira, fuligem) no ar, que desempenham um papel de núcleos higroscópicos que facilitam a condensação do vapor de água da atmosfera.

O homem deve reconhecer os impactos decorrentes do uso inconseqüente do solo e da biodiversidade, assim poderá mudar seus hábitos, e logo a situação preocupante em que o meio ambiente se encontra.

3.5.3: Nível de ruído

Dá-se o nome de poluição a qualquer degradação (deterioração, estrago) das condições ambientais, do habitat de uma coletividade humana. É uma perda, mesmo que relativa, da qualidade de vida em decorrência de mudanças ambientais. São chamados de poluentes os agentes que provocam a poluição, como um ruído excessivo, um gás nocivo na atmosfera, detritos que sujam os rios ou praias ou ainda um cartaz publicitário que degrada o aspecto visual de uma paisagem. Seria possível relacionar centenas de poluentes e os tipos de poluição que ocasionam.Poluição sonora, provocada pelo excesso de barulho (dos veículos automotivos, fábricas, obras nas ruas, grande movimento de pessoas e propaganda comercial ruidosa). Isso pode ocasionar neuroses na população, além de uma progressiva diminuição da capacidade auditiva. Nestes casos essas áreas verdes têm um papel fundamental, como amortece os resíduos de fundo sonoro contínuo e descontínuo de caráter estridente, que ocorrem nas grandes cidades (LOMBARDO, 1990).

Na realidade, é nos grandes centros urbanos que o espaço construído pelo homem, a segunda natureza, alcança seu grau máximo. Quase tudo é artificial; e, quando é algo natural, sempre acabam apresentando variações, modificações provocadas pela ação humana. O próprio clima das metrópoles – o chamado clima urbano – constitui um exemplo disso. Nas grandes aglomerações urbanas normalmente faz mais calor e chove um pouco mais que nas áreas rurais vizinhas, além disso, nessas áreas são também mais comuns as enchentes após algumas chuvas.

4. Conclusão

Desde a criação do mundo quando se formou o primeiro jardim até a chegada dos colonizadores no Brasil, e a partir da Revolução Industrial, com o desenvolvimento do capitalismo, a natureza vai pouco a pouco deixando de existir para dar lugar a um meio ambiente transformado, modificado, produzido pela sociedade moderna. O homem deixa de viver em harmonia com a natureza e passa a dominá-la, dando origem ao que se chama de segunda natureza: a natureza modificada ou produzida pelo homem – como meio urbano, por exemplo, com seus rios canalizados, solos cobertos por asfalto, vegetação nativa completamente devastada, assim como a fauna original da área, etc., que é muito diferente da primeira natureza, a paisagem natural sem intervenção humana.

Contudo, esse domínio da tecnologia moderna sobre o meio natural traz conseqüências negativas para a qualidade da vida humana em seu ambiente. O homem, afinal, também é parte da natureza, depende dela para viver, e acaba sendo prejudicado por muitas dessas transformações, que degradam sua qualidade de vida.A poluição das águas, a poluição atmosférica, os problemas ambientas dos grandes centros, água em uma escassez anunciada, provocam uma crise ambiental e ecológica que anunciam a degradação das Florestas Urbanas devido a todos os processos ocorridos no decorrer do estudo nota-se que devido o crescimento populacional as áreas verdes vem perdendo seu espaço para grandes investimentos imobiliários.

Onde o mais importante realmente é que o capitalismo é um sistema econômico voltado para a produção e acumulação constante de riquezas.

E tais riquezas nada mais são do que mercadorias, isto é, bens e serviços produzidos – geralmente em grande escala – para a troca, para o comércio. Praticamente tudo que existe, e tudo o que é produzido, passa a ser mercadoria com o desenvolvimento do capitalismo. Sociedades, indivíduos, natureza, espaço, mares, florestas, subsolo tudo tem de ser útil economicamente, tudo deve ser utilizado no processo produtivo. O importante nesse processo não é o que é bom ou justo, e sim o que trará maiores lucros em curto prazo. Assim derrubam-se matas sem se importar com as conseqüências em longo prazo, acaba-se com as sociedades preconceituosamente rotuladas de “primitivas”, porque elas são vistas como empecilhos para essa forma de “progresso”, entendido como acumulação constante de riquezas, que se concentram sempre nas mãos de alguns.

Ainda precisa ter uma política de educação ambiental mais eficiente nesses grandes centros urbanos para a melhor qualidade de vida da população, e preservando ainda mais esses remanescentes que tem um papel fundamental na manutenção da vida.

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EcoDebate, 08/03/2012

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